Be Free - você vive em mim

Capitulo 1 - Alasca

Amor. Amar alguém é muito mais do que dar presentes, ou simplesmente segurar sua mão, para atravessar a rua. Amar é sentir quando alguém que você ama, não está bem e precisa de ajuda. Mas, e se você o amar o suficiente, mas perceber sua dor. Eu não sei o que dizer sobre isso na verdade. É uma pergunta que até eu mesma me faço, acho que eu não conseguiria lidar com isso, pelo menos era o que a Alasca do passado falaria. Hoje eu sei que consigo lidar com coisas, que antes me destruíram. Ou talvez, eu só tenha escondido a dor.

Nunca vai ser fácil né... Eu o amava com a minha vida, e deixei com que ele morresse sozinho, sem ninguém. Eu poderia ter ido com ele, ou simplesmente ter impedido ele. Suas palavras escritas naquela carta, estão vivas até hoje em minha mente. Todo dia eu a leio, e fico pensando "Não me deixe", eu só pedia isso, que não me deixasse. Mas ele fez. E eu não fico chateada, nem brava com ele, eu só queria vê-lo pela última vez. Ainda não é fácil falar seu nome, na frente de outras pessoas. O choro vem, a saudade, o coração acelerado ao ouvir seu nome sair de outra boca. Dói... dói muito, e eu não consigo lidar com isso, e nem sei se um dia irei.

Minha vida mudou por completo depois de sua morte. Minha mãe nunca mais falou comigo, meu pai se mudou para cá, e está me ajudando. Benjamin mudou de país, e nunca falou comigo. Liam e Vic estão bem, e muito felizes. Mas não consigo entender porque está tudo estranho ao meu ver. Minhas noites são resumidas em pesadelos, e ao mesmo tempo, sonhando em estar ao seu lado, mas eu sei que não posso, porque você não está aqui. E isso me deixa, com raiva, pois não consegui te salvar de si mesmo.

Já pensei em desistir tantas vezes Cásper Scoot, mas se você soubesse o que estou carregando, você sentiria uma alegria imensa, igual senti na hora. Todas as vezes que penso em você, o nosso filho ou filha chuta minha barriga, e meu coração acelera ao pensar que tem um pedacinho de você dentro de mim. Como isso foi acontecer? Nem eu mesma sei, mas agradeço muito por ser seu. Descobri que estava grávida, algumas semanas depois da festa de encerramento, de primeira eu me senti perdida, já que completei meus dezenove anos semana passada. Meu pai ficou chocado, mas disse que iria ajudar, Victória adorou a ideia de ser madrinha e tia, Liam disse que Cásper amaria ser pai, ainda mais se fosse comigo. E com os passar dos dias, eu fui amando ter essa sementinha dentro de mim.

Apesar de alguns dias eu não estar bem, eu tento fazer de tudo para que essa criança nasça bem. Hoje estou completando três meses de gestação, e minha barriga já está maior, não muito, mas está ficando linda. Já pensei em tantos nomes, mas nenhum que de todo sentimento que sentia por Cásper, não sei que nome ele iria gostar, mas sei que na hora certa eu irei saber.

Não sei se irei voltar para faculdade, mas acho que continuarei indo, até minha barriga estar grande o suficiente.

Tudo parece uma bagunça, mas cada peça voltará para seu lugar, e enquanto isso não acontece, fico aqui em minha cama, pensando em você e em nosso futuro.

- Alasca, você está acordada? – ouço a voz de meu pai na porta, e quando me viro para olhá-lo, ele estava com minha janta. Eu havia saído da casa de Liam, e estava morando com meu pai, já Liam e Victória estavam morando juntos. Já a casa de Cásper, eu comprei ela, arrumei e quando preciso ficar sozinha, vou para lá.

- Oi papai, estou acordada sim – digo me sentando na cama.

- Trouxe sua comida, está a muito tempo sem comer, meu netinho não vai ficar bem assim – diz o mesmo trazendo a comida até mim.

- Desculpe papai, mas essa sementinha me faz vomitar sempre – digo tentando dar uma risada. Mas infelizmente não consigo.

- Então irei deixar aqui, mas tome pelo menos o suco – o mesmo diz e coloca um beijo em minha testa.

- Irei beber sim papai, obrigada – digo ao mesmo.

- Estou indo dormir, amanhã irei a empresa. Boa noite querida – diz meu pai.

- Boa noite papai – respondo ao mesmo. Quando a porta se fecha, pego a bandeja onde se encontrava minha janta, e tomo um pouco do suco. Confesso que estava com medo de dormir sozinha, os pesadelos eram o que mais tinha medo.

Ao terminar de tomar o suco, ligo a TV e deixo em um canal qualquer. Abro a gaveta que se encontrava do lado da cama e, pego a carta de Cásper e começo a ler. Toda a noite faço isso, leio um pouco de suas palavras para acalmar nosso bebê. E logo depois tento dormir.