I have loved you for a thousand years!

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- Conte-me seu maior segredo? – Pediu Magnus enquanto terminava de passar requeijão em uma fatia de pão.

- Você não deveria fazer esse tipo de pergunta quando estou de guarda baixa.

- Porque não?

- Eu tenho o péssimo habito de ser extremamente sincero quando estou com fome ou com sono, como você pode constatar, eu estou sofrendo de ambos os males.

- Você não imagina o quanto fico feliz em saber disso, Alexander. – Admitiu. – Me conte o seu maior segredo? – Insistiu.

Poderia contar sobre seu casamento arranjado, sobre seus pais que nunca aceitariam sua relação ou até mesmo sobre a doença da sua irmã mais nova que seus pais queriam guardar trancada a sete chaves, mas não queria aborrece-lo com seus dramas familiares. Ele tinha tantos segredos guardados dentro do coração. Decidiu que entre todos os segredos ruins, iria lhe contar um dos bons. Magnus provavelmente iria achar graça, mas era a intenção.

- Eu gostaria de estudar gastronomia.

Magnus deu uma sonora gargalhada não acreditando no que estava escutando. Nunca imaginou que Alec soubesse cozinhar, essa era uma deliciosa surpresa porque ele não sabia nem ferver água.

- Além de bonito ainda cozinha, eu tirei a sorte grande. – Brincou.

- Na verdade eu nunca cheguei nem perto de um fogão. Sempre que tentava minha mãe me dizia que cozinha não era lugar de homem, então em me contento em ver pela televisão. Quem sabe um dia eu não tenha coragem e me matricule em um curso qualquer. Mas é você, qual é o seu maior segredo?

- Eu nunca estive com alguém. – Admitiu desviando o olhar. Tinha medo de algum sorriso do tipo. "Não acredito", mas quando finalmente teve coragem de olhar o homem por quem estava apaixonado, encontrou não um sorriso de desdém, mas um sorriso de "Eu te amo". Estava se sentindo bem mais leve depois de admitir aquilo em voz alta. Sempre teve vergonha de admitir para seus amigos que estava esperando a pessoa certa, então mentia sobre ter feito certas coisas. Era libertador finalmente tirar aquela verdade do peito. – Pode parecer infantil da minha parte, mas eu estava esperando a pessoa certa.

- Eu também estava.

- Você também, nunca?

- Nunca encontrei ninguém que me fizesse sentir vontade, então deixei pra lá.

- Alguns diriam que somos loucos sabia disso?

- Mais de 99% da população mundial. – Sorriu.

– Agora me conte seu maior medo?

- Esse interrogatório não termina nunca?

- Eu só quero conhecer melhor o homem por quem estou apaixonado. Você não gostaria de me conhecer melhor? – Perguntou vendo que aquele assunto todo de sentimentos estava deixando seu jovem quase namorado entediado.

- Meu maior medo é acordar na minha cama e descobrir que você não passou de um sonho.

- Para de mentir para mim. – Pediu achando graça. Há alguns segundos atrás ele estava demonstrando desinteresse naquele sentimentalismo todo e agora solta essa bomba de declarações. Ele só podia estar tirando sarro da sua cara.

- Estou falando serio! Minha realidade é uma grande montanha de merda. Passo a maior parte do tempo tendo que fingir que gosto do meu trabalho, que gosto da Lydia. Você é a melhor coisa que me aconteceu, te conhecer foi a melhor coisa que me aconteceu. Acredite quando eu digo que meu maior medo é de acordar e ver que você não passou de um sonho bom.

- Quem é Lydia? – Perguntou ignorando por completo aquela linda declaração de amor.

Esse era o momento certo de contar toda a verdade, mas não tinha coragem. Magnus era um homem extremamente ciumento e morria de medo da sua reação quando descobrisse que ele era noivo. Tinha medo de perdê-lo então havia decidiu que só iria contar a verdade quando colocasse um ponto final naquele casamento de mentira.

- Você acabou de cortar meu momento romântico. – Disse tentando mudar de assunto.

- Pare de tentar me enrolar e vai logo me contando quem é essa tal de Lydia?

Odiava ter que mentir para Magnus. Já havia mentido tanto em sua curta vida. Queria que com ele fosse diferente, Não queria mentir, mas ao mesmo tempo não queria perde-lo.

- Lydia é uma amiga da família e meus pais gostariam que ficássemos juntos. – Decidiu contar a verdade pela metade.

- Mas eles não sabem de você?

- Não, eles não sabem.

Aquele era um assunto proibido na família. Seu pai não conseguia nem imaginar essa hipótese. Certa vez Isabelle depois de algumas taças de champanhe jogou uma piada a esse respeito e seu pai calou sua boca com um tapa estalado. Desde então sua sexualidade era um assunto proibido dentro de casa.

Seus pais preferem acreditar que ele era um jovem tímido que não se sente a vontade ao lado das mulheres, ele por sua vez nunca tentou dizer o contrario.

- E você não sente nada por ela? – Odiava ser tão ciumento. Nunca foi assim com seus outros namorados, mas também nunca havia se apaixonado antes. Tudo era mais intenso, seus sentimentos eram mais intensos.

- Eu nunca senti nada por Lydia. – Isso pelo menos era verdade.

Magnus sabia que Alex estava lhe escondendo alguma coisa, mas preferiu não continuar com aquele assunto. Quando ele estivesse pronto, tinha a absoluta certeza de que lhe contaria o que estava tentando esconder.

Terminaram o almoço improvisado e decidiram dormir um pouco. A viagem havia sido muito cansativa e ambos precisavam descansar o corpo e a mente.

Esticaram um dos colchonetes que haviam trazido em um canto da cabana e deitaram-se um ao lado do outro. Magnus usava o peito de Alec como um travesseiro improvisado e Alec por sua vez lhe fazia um delicioso cafune.

Sentindo o calor do corpo de Alec junto ao seu, Magnus finalmente conseguiu adormecer. Desde a morte do seu pai que não tinha um sono tão tranquilo como aquele. Sentia-se seguro enquanto pudesse sentir os braços de Alec envolvendo seu corpo.

Magnus havia perdido por completo a noção do tempo, quando se deu conta já estava começando a escurecer, se demorasse mais alguns minutos iria acabar perdendo o por do sol.

Olhou pela cabana que estava começando a ser envolta pela escuridão e nenhuma sinal do seu amado por perto. Levantou-se ainda sonolento e caminhou lentamente até a porta. Ao chegar do lado de fora eis que ele tem uma grande surpresa. Não sabia como, mas Alec havia conseguido iluminar uma parte da praia com três tochas que estavam sendo acessas por ele naquele momento. Olhou mais para o lado e pode ver que a fogueira que haviam montado no começo da tarde também estava acessa e bem a sua frente tinha um grande lençol branco esticado e em suas pontas havia quatro grandes pedras brancas impedindo que ele saísse voando. Pode ver também uma pequena mesa onde tinha algumas frutas cortadas e algumas flores. Onde aquele louco conseguiu flores no meio do nada. Aquilo tudo parecia um sonho.

- O que é isso tudo? – Perguntou emocionado. Nunca imaginou que alguém faria uma coisa dessas por ele.

- É o nosso segundo encontro. – Respondeu terminando de aceder a ultima tocha e indo na direção de Magnus.





Espero que gostem e tenham uma ÓTIMA leitura.
Bjks!

Nosso céu Particular ( Malec )Onde histórias criam vida. Descubra agora