Just wanna feel your kiss

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Seus olhos ardiam sempre que tentava abri-los. Seus pulmões doíam sempre que seu peito descia e subia em busca de ar. Sentia uma forte dor de cabeça e ele tinha a impressão de que ela iria explodir a qualquer momento. Todo o seu corpo sentia algum tipo de dor ou desconforto, menos a sua mão, que nesse momento estava segurando o braço da pessoa que mais amava na vida.

- Meu Deus! – Posso ouvi-lo gritar com alegria. Minha cabeça doeu ainda mais após ouvir aquele barulho abrupto, mas não importava. Não havia coisa mais importante do que a felicidade do seu namorado, ainda mais quando era ele, o motivo de tanta alegria. – Vou chamar o Dr. Herrera. – Disse tentando soltar meus dedos que estavam cravados em seu braço. Mas eu usei o pouco de força que ainda me restava para impedi-lo, não estava pronto para deixa-lo ir, não antes de matar um pouco da saudade que sentia.

- Por favor, aqui comigo. – Pedi com a voz embargada.

- Mas você precisa ser examinado por um médico. – Tentou argumentar parecendo preocupado com meu estado de saúde

- A única coisa que eu preciso é que você fique aqui ao meu lado.

Não se lembrava de nada do que havia acontecido depois que deixou Magnus sozinho naquela praia. Estava confuso e precisando de resposta e não queria obtê-las de um desconhecido.

- Você está sentindo alguma coisa? – Perguntou sentando-se na cadeira ao lado da cama.

- Um pouco de dor de cabeça. – Decidi não contar que a minha cabeça estava prestes a explodir, decidi não contar sobre a falta de ar e decidi não contar sobre a falta de movimento em minhas pernas. Magnus já estava sofrendo demais vendo-o daquele jeito, não queria deixa-lo ainda mais preocupado do que já estava.

- Tem certeza que é só isso? – Perguntou parecendo desconfiado.

- O que aconteceu comigo? – Tento mudar de assunto temendo não conseguir esconder meu verdadeiro estado de saúde.

- Você sofreu um acidente de carro e a perícia do local do acidente constatou que você havia dormido ao volante.

- Perícia? Há quando tempo eu estou nesse hospital?

- Há quase um mês. – Respondeu deixando que as lágrimas inundassem seu rosto. – Se eu tivesse escutado o meu coração, nada disse teria acontecido.

- Se eu não tivesse sido um covarde, aí sim, nada disso teria acontecido. – Digo acariciando a sua mão. – Mas o que importa é que eu estou vivo e que nós poderemos começar de onde paramos. Se você quiser é claro. – Abaixo a cabeça com medo de sua resposta.

- É claro que eu quero seu bobo. – Respondeu sorrindo.

- Então eu posso te pedir uma coisa?

- Até duas. – Posso ouvi-lo concordar enquanto dava uma gostosa risada.

- Você poderia me dar um beijo para provar que está realmente tudo bem entre nós dois? Sabe como é né.... Vai que você só está me dizendo que me perdoa porque eu estou jogado em uma cama de hospital. – Digo tentando arrancar mais um sorriso daqueles lábios. Deu certo. Seu namorado estava rindo mais do que antes e aquele som era música para os seus ouvidos.

- Você não acredita na minha palavra, Alexander?

- Eu acredito, mas sempre é bom ter certeza das coisas. – Respondo fazendo biquinho.

Ainda com os olhos fechados por causa da claridade, Alec pode sentir quando os lábios de Magnus se juntaram aos seus em um beijo cheio cautela, Magnus parecia estar com medo de machuca-lo ou coisa parecida. Tentou se separar depois de segundos, mas seu agora marido não permitiu. Os lábios de Magnus tinham o poder de transporta-lo para um mundo onde não havia dor, arrependimento e muito menos sofrimento. Aquele mundo só existia amor e compreensão e ele não estava preparado para sair de lá tão cedo.

Quando Magnus sentiu as mãos do seu amado Alexander puxando seu pescoço para aprofundar o beijo, ele esqueceu-se de que eles estavam em um hospital, esqueceu-se que ele havia acabado de acordar de um coma e esqueceu-se também que seu amado estava ligado em vários aparelhos. Queria sentir mais e mais o gosto dos lábios de Alec junto aos seus, sua língua que explorava a sua boca sem cerimônia e suas mãos fracas e tremulas que tentavam sem sucesso desabotoar a sua camisa.

- Ai! – Digo olhando meu braço ensanguentado. Os movimentos abruptos haviam soltado um dos acessos da minha veia cansando o sangramento.

- Ai meu Deus! – Disse desesperado olhando o sangue em meu braço. – Agora sim eu vou chamar um médico.

- Espera! – O chamo assim que ele segura a maçaneta da porta.

- Nem adianta ficar me olhando com essa carinha de cachorro que caiu da mudança, Alexander. – Fez uma cara séria. – Em primeiro lugar vem a sua saúde, depois a gente pensa em safadezas.

- Então você está me dizendo que assim que os médicos me derem altar vai ter safadezas? – Perguntei tentando acalma-lo. Eu estava bem apesar do sangue e o Magnus estava agindo como se eu pudesse morrer de hemorragia a qualquer momento.

- Você é um idiota. – Sorriu.

- E você ama essa idiota.

Assim que os médicos chegaram no quarto, Alexander foi examinado e eles lhe deram a triste notícia de que o impacto do seu corpo contra o chão havia fraturado gravemente a sua coluna vertebral e que ele teria que passar por algumas cirurgias para rentar reconstruí-la. Mas ao contrário do que todos pensávamos, Alec aceitou a sua nova condição com resignação. Nunca reclamava e nunca perdia a esperança. Cirurgia após cirurgia ele voltava ainda mais forte e confiante de que aquela seria a última e de que ele ficaria bem.

Ele quem precisava ser cuidado, mas ele quem estava cuidando de todos nós. Alexander era a nossa força quando precisávamos ser levantados. Ele nunca reclamava, nunca ficava triste e nunca perdia a esperança.

- Você está pronto para conhecer nossa casa? – Perguntou seu agora marido entrando no quarto com uma sacola de roupas.

- Nossa casa?

- Nós somos casados agora, o que significa que tudo o que é meu é seu, incluindo a nossa casa. – Deu ênfase na palavra nossa.

- Até agora eu não acredito que vocês tiveram a coragem de me casar sem o meu consentimento. Eu crente que iria curtir a minha vida de solteiro e quando acordo estou casado. – Deu uma gargalhada debochada. – Mas agora eu sou obrigado a viver uma vida de casado com uma pessoa que nem sabe cozinhar. – Riu ainda mais alto quando viu a cara que Magnus estava fazendo. – Isso não é justo.

- Dá para você deixar de ser reclamão? Qualquer um no seu lugar estaria dando pulos de alegria por estar casado com uma pessoa tão bonita, inteligente, culta e engraçada feito eu. – Disse dando a língua.

- Esqueceu de dizer que você também é modesto. – Disse sentando-se na cadeira de rodas. – Mas não se preocupe porque assim que eu sair dessa cadeira eu prometo que darei mil pulos de alegria por ter encontrado um marido com tantas qualidades quanto as suas.

- Você é um chato. – Retrucou abrindo a porta e se deparando com uma grande surpresa.

- Bom dia meu filho. – Disse Maryse acompanhada de Robert. – Nós viemos te levar para casa. 



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Espero de coração que vocês tenham gostado desse capitulo porque ele foi escrito com todo o amor e carinho. Estava perdida, mas me encontrei graças a Deus.

Já estou trabalhando no próximo capitulo e uma coisa eu prometo para vocês... Vai ter #MuitaTreta.

Gostaram? Eu espero que sim porque esse capitulo saiu com muito esforço e sofrimento, eu estava mais perdida do que cego em tiroteio quando comecei a escreve-lo. Enfim... É isso ai... Obrigada por estarem sempre aqui acompanhando as minhas loucuras.

Um GRANDE beijo no coração! 

Nosso céu Particular ( Malec )Where stories live. Discover now