Atrás De Uma Porta Fechada

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Não dei muita atenção para aquela despedida, afinal de contas, aquela não foi a primeira vez que ele havia prometido que iria ir embora para nunca mais voltar, mas no dia seguinte, aparecia em minha porta com os mesmos olhos tristes e o mesmo discurso de homem arrendado nos lábios. Ele nunca irá embora, aquilo era um fato, fato esse que me deixava extremamente irritado.

Uma semana havia se passado desde a sua última aparição. Uma semana sem ver aqueles olhos tristes, sem escutar aquela voz implorando por perdão, uma semana sem a sua presença irritante. Eu estava feliz, tão feliz que chamei a Catarina para comemorar a minha liberdade. Voltamos por volta das três horas da manhã com uma garrafa de whisky na mão cantando músicas dos anos setenta para quem encontrássemos na rua. Eu estava realmente feliz, aquela foi sem sombra de dúvidas, uma das melhores noites de toda a minha vida.

Mais uma semana sem a sua presença, mais uma noite de comemoração regada a whisky com a Catarina. Aquilo acabou se torando um tipo de ritual. Cada semana que o Alexander não aparecia em minha porta, nós íamos a um bar e enchíamos a cara para comemorar.

Oito semanas, oito sextas-feiras em que saímos para comemorar as oito semanas sem o Alexander. Depois da decima semana, aquele ritual não tinha mais nenhuma graça, afinal de contas, o Alexander não iria mais voltar, aquela realmente foi a última vez, o nosso último adeus.

Olhei no calendário e me dei conta de que três meses haviam se passado desde o nosso último encontro. Pensei em como um amor tão bonito como o que sentíamos havia acabado daquele jeito, mas acabou. Alexander Lightwood foi só mais uma pessoa que passou em minha vida.

Mais um mês havia se passado. Era primeiro dia de inverno e a cidade acordou com uma nevoa que encobria toda a cidade. Eu adorava o verão, mas o inverno tinha lá seu charme! Abri o armário em busca de um casaco, acabei escolhendo um blusão de couro que estava jogado no fundo do armário, ao colocá-lo, acabei constando que era do Alexander. Pensei em tirar e escolher outro, mas qual era o sentido? Aquele era apensa um casaco, nada demais.

Terminei de me arrumar e fui almoçar em um restaurante no centro de cidade. Eu sempre adorei cozinhar, mas desde que terminei com o Alexander, não consigo chegar nem perto de uma cozinha, então para não morrer de fome, estava sempre nos restaurantes da vida.

Ao abrir a porta do restaurante, encontro minha ex-cunhada comendo sozinha. Pensei em ir embora, mas ao vê-la sorrindo para o garçom, me bateu uma saudade e eu decidi me aproximar.

- Posso me sentar? – Perguntei sem jeito. A nossa última conversa havia sido bem tensa e eu estava morrendo de medo da sua reação ao me reencontrar depois de tantos meses.

- Você sempre terá um lugar em minha mesa e em meu coração Sr. Bane. – Se levantou e me deu um abraço. – Eu estava morrendo de saudades de você. - Me apertou ainda mais contra o seu corpo.

- E eu vou acabar morrendo de verdade se você não parar de me apertar desse jeito. – Brinquei.

- Só mais um pouquinho. – Disse me dando um beijo no rosto e se afastando em seguida. – Eu senti muito a sua falta.

- E eu a sua, Izzy. – Disse emocionado. Não sabia como havia conseguido ficar tanto tempo longe dela. Isabelle não era somente a minha cunhada, Isabelle era a minha melhor amiga, a minha irmã de alma.

- Você aceita almoçar comigo? – Perguntou sentando-se.

- Claro.

Fiz meu pedido enquanto Isabelle me atualizava sobre a sua vida: Ela me contou que ainda estava namorando com o Simon e que tinha certeza de que ele a pediria em casamento ainda messe mês, me contou sobre a melhora do Jace, que havia entrado em depressão desde a morte do Robert e me falou até da Maryse. Segundo Isabelle, sua mãe estava se saindo uma ótima empresaria e que estava a um passo de conseguir recuperar o prestígio da empresa da família. Me contou tudo, até mesmo a história de um bombo que ela havia atropelado e que o Simon estava criando como um filho, mas em nenhum momento, ela tocou no nome do irmão do meio.

Nosso céu Particular ( Malec )Where stories live. Discover now