- Quando você vai me deixar em paz? – Gritou acordado o seu namorado e o bairro inteiro. – A única coisa que eu quero é que você me deixe viver em paz com as minhas escolhas.
- Escolhas? Você não pensa por si só desde que esse homem cruzou o seu caminho. – Respondeu usando o mesmo tom que o filho do meio. – Desde que você o conheceu se descobriu odiando o trabalho que lutou tanto para conseguir. Você se tornou homossexual por causa desse maldito feiticeiro. É isso o que ele é... Um maldito feiticeiro que mudou a sua cabeça e os seus desejos.
- Eu sempre fui homossexual. – Rebateu com um tom divertido. Como ela pode acreditar em um absurdo como aquele. Você não se torna homossexual, você nasce e ponto final.
- E quanto a Lydia? E quanto ao casamento?
- Eu só aceitei aquele absurdo porque tinha medo do que a senhora iria fazer caso eu me recusasse.
- Mas e as outras namoradas que você teve antes de começar a namorar a Lydia?
- Invenção. Desde criança que você enchia a minha cabeça a respeito de ter um relacionamento com a filha do sócio do papai. Eu inventava "namoradas" somente para me manter bem longe das suas intenções de me arrumar uma namorada real. – Iria rascar por completo o véu da viúva e não deixaria pedra sobre pedra. Já havia passado da hora da sua mãe conhecer toda a verdade. – Eu me descobri homossexual com uns quinze anos de idade quando me vi apaixonado por um colega de escola. O Magnus não tem nenhuma responsabilidade por eu ser como eu sou. E sobre largar o trabalho do sonho... Era o trabalho do seu sonho, não do meu. Eu sempre quis ter um restaurante perto da praia. Eu odiava ficar trancado dentro de uma sala. Aquele trabalho estava sugando a minha vida aos poucos. E sobre perder a minha "família"... A única coisa que eu perdi foi uma mãe autoritária e intransigente. A minha família de verdade sempre esteve ao meu lado desde sempre. Eles e o Magnus são a única família que eu preciso para me sentir completo.
- Magnus. – Disse cheia de desdém.
- O Magnus salvou a minha vida de tantas maneiras diferentes. – Era a primeira vez que dizia aquilo em voz alta. Gostaria de acreditar que não passou de um sonho. Mas não foi um sonho. Infelizmente aquilo tudo foi real. – Eu vi tudo o que a senhora havia feito com meus irmãos e morria de medo do que a senhora faria comigo quando descobrisse quem eu realmente era e então eu aceitei me casar com a Lydia. Acreditava que com o tempo eu iria aprender a ama-la. Mas os meses iam passando e nada do amor nascer dentro do meu coração e com a proximidade do casamento eu ficava ainda mais desesperado. Eu não poderia cumprir o meu papel de marido e também não podia deixar a podre Lydia plantada no altar. – Olhou para Magnus que observava aquela conversa atento. Sorriu e acariciou seu rosto. – Magnus apareceu minutos antes de eu entrar naquele mar para nunca mais voltar. Aquele era o único jeito que eu encontrei para deixar tudo muito contente. Eu iria sofrer um trágico acidente e a senhora não teria o desgosto de ter um filho gay e a Lydia não seria deixada no altar.
- Você não teria coragem de fazer uma coisa como essa.
- Eu teria e estava prestes a entrar no mar quando Magnus me abordou pedindo ajuda. – Sorriu para o namorado. – Ele salvou a minha vida quando me pediu para vigiar a sua mochila e depois sumiu na escuridão. Quando eu finalmente o encontrei os meus problemas era coisa do passado. No dia seguinte eu descobri uma razão para viver e para lutar pela minha felicidade. Magnus se tornou a minha razão de viver e é graças a ele que eu estou aqui.
- Alexander. – Ouviu a voz tremula da sua mãe do outro lado da linha. – Eu não fazia ideia que você se sentia desse jeito.
- Não seja sínica, Maryse. Eu cansei de dizer que não queria me casar e você me disse que era o casamento ou perder a família. Pensa que eu esqueci as suas palavras... " Ou você faz o que eu mando ou você vai esquecendo que tem uma família. " Você me levou ao ponto em que cheguei. Eu era um homem infeliz e todo mundo sabia disso. E quanto eu finalmente havia encontrado a minha felicidade você fez questão de tentar arranca-la de mim. Você me fez pensar em suicidou pela segunda vez quando me obrigou a deixar o Magnus.
- Eu só estava tentando te proteger.
- Me proteger da felicidade?
- Do mundo, Alexander. O mundo não costuma ser "bonzinho" com as pessoas que são diferentes. Você pode não acreditar, mas eu te amor, meu filho.
- Quando eu me assumi, eu pensei que meu pai não aceitaria. Ele sempre foi tão machista, mas para a minha surpresa ele foi quem mais apoiou a minha escolha. Mesmo ele não aceitando ou entendendo a minha decisão ele sempre esteve ao meu lado. Você sabe o nome disso, Maryse? Amor. Meu pai sempre me amou independente de qualquer coisa. Ele nunca quis me mudar para que o mundo me aceitasse melhor. E é por isso que ele sempre será o meu pai, diferente de você que deixou de ser a minha mãe no exato momento em que colocou o homem que eu amo e o meu irmão atrás das grades somente por um capricho egoísta.
- Quando você vai entender que tudo o que eu faço é para o seu bem?
- Eu estou cansado da sua proteção. – Estava cansado daquela conversa. Não tinha mais nada para dizer para aquela mulher. – Você sabe a onde estamos? Muito bem. Mas fique você sabendo que se você aparecer para tentar estragar a minha felicidade eu vou começar a me proteger e você não vai gostar nadinha do que vai acontecer.
- Você está ameaçando a sua própria mãe?
- Eu estou seguindo seus passos. Só estou protegendo os que amo. – Suspirou. – Agora passe o telefone para o papai.
- Alexander.
- Agora. – Berrou.
- Eu não fazia ideia. – Disse se referindo aos pensamentos suicidas do seu filho. – Eu sinto muito por tudo o que aconteceu.
- Você se lembra quando eu disse que chegaria o dia que você teria que fazer uma escolha?
- Sim.
- Pois bem... Eu cansei de me esconder da sua esposa. Se ela vier para cima do Magnus eu vou revidar. Eu amo o Magnus e não vou deixar que ela volte a magoa-lo. Me desculpe, papai. Eu não gostaria que fosse assim.
- Eu escolho meus filhos.
- O que?
- Eu te amo e se depender de mim, nada e nem ninguém vai atrapalhar a sua felicidade.
- Robert. – Pode ouvir quando Maryse tentou tirar o telefone da sua mão.
- Cala a boa! A gente conversa depois. – O ouvi gritar. Aquela era a primeira vez que ouviu seu pai gritando com a sua mãe. – Eu te amo e sempre vou ficar do seu lado. Agora vai aproveitar o seu aniversário porque eu vou dá um jeito na sua mãe. Prometo que ela nunca mais vai voltar a atrapalhar a sua felicidade. Eu te amo, meu filho.
- Eu também te amo.
Ao desligar o celular viu Magnus o observando com um expressão estranha no rosto.
- Desculpas ter te acordo. – Lhe deu um leve beijo nos lábios.
- Porque não me contou antes?
- Sobre?
- Quando nos conhecemos eu te achei triste e distante. Nunca imaginei que...
- A minha vida era um verdadeiro inferno antes de te conhecer. Eu realmente não tinha razão para viver, mas você apareceu em minha vida e tudo mudou. Você mudou a minha vida de tantas maneiras diferente. – Sorriu. – Eu te amo.
- Eu também te amo. – Retribuiu o sorriso. – A sua mãe sabe a onde nós estamos?
- Sim. Mas não se preocupe com ela. Vamos focar nos preparativos para o casamento e a adoração. Vamos esquecer que aquela mulher existe e si ela aparecer nós iremos enfrenta-la juntos. – Acariciou seu rosto. – O que você acha de tomarmos um banho antes do jantar?
- Já é noite?
- A hora passa rápido quando estamos nos divertindo. – Deu um sorriso safado e puxou o namorado pela mão. – O que você acha de um banho de esponja?
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Momento perguntas e respostas: Vocês gostariam de ler a conversa entre Maryse e Robert na integra ou um pequeno resumo contado por um narrador?
Lembrando que a morte de um dos personagens já está mais do que confirmado.
Um grande beijo no coração e o próximo capitulo promete MUITAS emoções.
KAMU SEDANG MEMBACA
Nosso céu Particular ( Malec )
Fiksi PenggemarSeu caminho já havia sido traçado muito antes do seu nascimento. Iria se casar com Lydya Branwell e aquilo não era um problema. Pelo menos não até conhecer o romântico e sonhador Magnus Bane.