Nosso céu Particular ( Malec )

Eu aceito!

Olho para a minha direita e vejo a minha pequena Ana Julia me observando atentamente, sorria enquanto segurava a minha mão, olho para a esquerda e observo o meu menino sorrindo timidamente para mim, ele estava feliz, feliz por estar finalmente em casa, feliz por estar ao meu lado. Dou mais uma olhava para os meus filhos, respiro fundo, volto meus olhos para Catarina que estava segurando a maçaneta da porta.

— Pronto? — Perguntou sorrindo alegremente.

— Prontíssimo.

Quando eu tinha lá meus quinze anos, eu estava em uma festa do pijama na casa da Catarina. Depois de uma longa maratona de filmes de terror, nós começamos a conversar sobre primeiro beijo, depois sobre primeira relação sexual e quando nos demos conta, estávamos falando sobre cerimônias de casamento. Catarina, a mais controversa dos três, sonhava com um casamento nas alturas. Segundo ela, ela havia visto uma reportagem sobre casais que decidiram se casar enquanto pulavam de paraquedas. O Sebastian, o tradicionalista, sonhava com um casamento à moda antiga. Uma igreja coberta por flores silvestres, um padre a uma bela noiva vestida de branco. Já eu, o romântico, sonhava com um casamento de contos de fada. Sonhava em atravessar uma ponte repleta de rosas brancas, caminhando lentamente até o meu amor que estaria do outro lado do lago com um sorriso apaixonado no rosto. Sonhava em ter meus dois melhores amigos do meu lado no altar enquanto a minha avó nos observava emocionada da primeira fileira.

Ao abrir a porta, eu não encontrei a ponte que me levaria até o meu amor. Mas o caminho de rosas brancas estavam lá, a minha avó sentada na primeira fileira estava lá e o meu amor me observando com olhos apaixonados também estavam lá. Naquele momento eu percebi que, o casamento ideal não é feito do lugar, da decoração e da comida que será servida, ele é feito das pessoas que estarão ao nosso lado. Eu não tinha o tão sonhado lago repleto de peixes, mas eu tinha os meus filhos, a minha família, os meus amigos e, principalmente o meu Alexander.

Caminho lentamente observando a decoração. Havia uma trilha de rosas brancas que me levariam até ao altar, meus amigos e entes queridos estavam de pé, sorrindo alegremente enquanto me viam passar. Haviam tochas que mesmo ainda estando de dia, já estavam acesas, havia um pequeno altar improvisado, um lindo arco de flores silvestres e havia o sol se ponto atrás do homem que a partir daquele dia eu chamaria de meu marido.

Me aproximo, olho para aqueles olhos verdes e tenho a certeza de que a felicidade não é um sonho distante. Eu estava a um passo de dizer "sim" para o homem que amo, para a família linda que vamos construir juntos e para o meu tão sonhado felizes para sempre

Me abaixo, dou um beijo no rosto dos meus pequenos acompanhantes e seguro da mão meu noivo e futuro marido.

— Nunca em toda a minha vida eu estive tão feliz como estou nesse exato momento. — O juiz e o meu padrinho de batismo disse começando a cerimônia. — Eu nunca vou me esquecer do dia em que a sua mãe entrou em meu escritório pulando igual a minha criança dizendo que Deus havia ouvido as suas preces. — Sorriu me observando. — E naquele mesmo dia, ela me convidou para ser o seu padrinho de batismo. Eu te vi nascer, eu te vi dando seus primeiros passos, ouvi suas primeiras palavras, te ensinei a andar de bicicleta e paguei a sua primeira cerveja. Eu não sei se eu fui o padrinho que a sua mãe sonhava que eu fosse, mas eu juro que fiz o meu melhor. Você é o filho que eu nunca tive e é por isso que eu digo que esse é o momento mais feliz da minha vida.

Eu não posso dizer que eu nunca tive um pai, porque o meu padrinho exerceu muito bem esse papel. Quando eu era criança, ele decidiu se mudar para a casa da minha avó para lhe ajudar na minha criação. Ele trocava minhas fraldas, fazia a minha mamadeira, me dava banho, me ninava e passava a noite acordado quando eu estava doente. Eu nunca vou me esquecer de quando eu tinha cinco anos. Um menino bem mais velho me bateu e me chamou de mariquinha, o meu padrinho ficou irado, foi até a casa do menino e disse para ele nunca mais tocar um dedo em seu filho. Eu pude não ter tido um pai de sangue, mas eu tive um pai de coração e ele foi o melhor pai do mundo.