Verdades Secretas

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Olhou para a sua irmã que estava chorando de tanto rir, depois voltou seus olhos para a velha senhora sentada no banco de trás do carro. Ela estava em silencio, provavelmente ainda estava digerindo tudo o que havia acabado de escutar. Não bastava ela comentar sobre a brincadeira do vestido de noiva, ainda tinha que contar sobre o possível sequestro. Isabelle precisava aprender a pensar antes de abrir aquela boca grande. Bufou. Só espero que a Isabelle não tenha colocado tudo a perder com o seu excesso de sinceridade.

- Eu tenho o mesmo problema que o seu, minha querida. – Disse a vovó. – Sempre que tenho uma de minhas ideias brilhantes, meu melhor amigo, o padrinho do Magnus, me dá um banho de água fria. Então eu sei exatamente o que você sente em relação ao seu irmão. – Tirou o cinto de segurança e deu um beijo no rosto de Isabelle que estava sentada no banco da frente. – Mas é a vida... Um espirito aventureiro tem sempre um grilo falante no ombro. – Sorriu. – Eu gostei da sua irmã, Alexander! Sincera, corajosa e desprendida das regras impostas pela sociedade. Muito parecida comigo quando tinha a sua idade. Com meninas tatuagens, é claro. – Voltou a rir.

- A senhora tem tatuagens? – Perguntou abismado. Nunca imaginaria que a avó do Magnus tivesse tatuagens.

- Umas cinco na verdade... Quando eu tinha meus vinte anos eu era vocalista de uma banda de rock voltado para o metal. Tinha cabelos vermelho cor de sangue e usava botas cano longo. Eu era considerada muito sexy para a minha época, se é que você me entende. – Deu um sorriso cínico. - Mas então eu engravidei e deixei a minha vida de bebedeiras e loucuras no passado.

- E a senhora se arrependeu? Tipo... A senhora tinha uma vida bem divertida e do nada teve que deixar tudo de lado para cuidar de um marido e de um filho. – Perguntou a morena com extrema curiosidade. – Aquela tranquilidade deveria ter sido extremamente chata para uma pessoa que era acostumada a viver a vida ao extremo como a senhora.

- Quando eu descobri que estava grávida o meu mundo caiu. Eu não queria ser mãe e muito menos construir uma família. Mas quando eu escutei o coração do meu filho batendo eu soube que ser mãe era a coisa que eu mais desejava. E não. Eu nunca me arrependi porque a minha família era mais importante do que a vida de loucuras que eu tinha antes dela. A família é coisa mais importante que uma pessoa pode ter, Isabelle.

Isabelle ficou pensando em tudo o que a vovó havia dito. Ela também nunca havia pensado em construir uma família. Pelo menos não até que um certo nerd aparecesse em sua vida. Simon era atrapalhado, confuso, indeciso, ingênuo, imaturo e com um péssimo gosto para música, mas ele era gentil, sincero, carinho e sempre estava lhe apoiando em as suas loucuras. Quando estava ao seu lado ela conseguia esquecer toda a merda que aconteceu em sua vida. Simon eram seu sopro de felicidade.

- Eu entendo o que senhora está querendo dizer. – Disse baixinho. Sabia exatamente do que ela estava se referindo.

Seguiram o caminho até a clínica escutando as intrigantes aventuras de quando ela era mais jovem. Alexander arregalava ainda mais os olhos a cada palavra que saia de sua boca. Nunca poderia imaginar que ela havia ganhado um concurso de tequila no México, ainda mais contra cinco homens com o dobro do seu tamanho. Nem poderia passar pela sua cabeça que aquela doce senhora havia sido presa por quebrar uma garrafa de cerveja na cabeça de um homem deixando-o hospitalizado por cerca de dois meses. Sem contar o roubo e a destruição da moto de um ex-namorado. Contou também sobre uma festa na qual ela bebeu tanto que acordou em uma praia completamente pelada. Ela não havia exagerado quando disse que era igual a Isabelle quando tinha a sua idade. A duas tinham muitas aventuras para dividir uma com a hora. Se arrepiou só de imaginar o que elas fariam juntas em uma festa.

- Eu acho melhor que vocês fiquem no carro. – Disse assim que estacionaram na frente da clínica. – Eu preciso conversar com o Sebastian e não quero que vocês briguem. Quanto tiver tudo resolvido eu aviso... O que ele está fazendo com o Magnus? – Abriu a porta e saiu feito uma flecha.

Os irmãos se olharam e logo entenderam o que estava acontecendo. Magnus estava saindo acompanhado de Sebastian. Desceram do carro e fora ver o que estava acontecendo.

- Posso saber para onde você está levando o meu neto? - Perguntou abrindo a porta do carro.

Sebastian saiu contrariado.

- Para bem longe do Alexander. – Respondeu não contendo a arrogância. – A única coisa que ele fez desde que entrou em sua vida foi torna-la ainda mais desgraçada do que já era. Mas agora chega. Eu não vou deixar que ele ou a sua família de merda chegue perto do Magnus.

- Quem morreu e deixou você no comando? – Perguntou calmamente.

- A senhora me deu autorização...

- Eu te autorizei a cuidar dos negócios enquanto o meu neto estava adoentado. Negócios. – Enfatizou. - Em nenhum momento eu autorizei que você retirasse o meu neto da clínica e o levasse para longe do homem que ama.

- Ele o ama mais.

- Ama. E não vai ser uma carta infeliz que vai mudar o que ele sente.

- Mas...

- Não se faça de idiota menino. – Disse perdendo a calma. Odiava quando ele se fazia de desentendido. – Eu te conheço desde criança, Sebastian. Eu sei muito bem que a Maryse te procurou propondo um acordo para separar o Alexander do Magnus e também sei que você a mandou para o inferno.

- Como a senhora descobriu?

- Eu precisava saber quem havia traído o meu neto e descobri que foi a secretária do seu tio. Ela tinha os papeis que comprovavam a fraude e se o caso fosse a julgamento era seria a principal testemunha de acusação. Viu só como eu estou bem informada? Tão informada que eu sei que foi você quem enviou aquela maldita carta para o Magnus se passando pelo Alexander.



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Até eu fiquei chocada com o final desse capitulo. Comecei a escrever com uma ideia em mente e quando fui ver eu tinha mudado completamente a minha ideia inicial. Espero que vocês tenham gostado.

Um GRANDE beijo no coração! 

Nosso céu Particular ( Malec )Where stories live. Discover now