These Hands That Are Holding You

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Quando eu tinha oito anos, meu padrinho foi designado para um trabalho muito importante junto com a polícia civil. O ministério público estava investigando uma série de crimes envolvendo uma das organizações criminosas mais perigosas do Brasil. O trabalho não era fácil, ele só podia sair com escolta armada, na verdade, todos nós só podíamos sair com um policial fazendo a nossa proteção. O trabalho era difícil, mas alguém tinha que fazê-lo e a minha avó não podia estar mais orgulhosa dele. Se tudo desse certo, meu padrinho e os seus colegas de trabalho, teriam a chance de acabar com aquele esquema criminoso que já havia feito tantas pessoas perderem seus entes queridos. A família toda estava orgulhosa pelo seu trabalho, mas a organização criminosa envolvida, queria a cabeça do cabeça do meu padrinho em uma bandeja de prata. Então, quando ele estava voltando do trabalho, seu carro foi interceptado por bandidos fortemente armados. Era bala para tudo quando era lado e ele sentiu a morte de perto. E aquela foi a primeira vez em que escutei a expressão: "Quando você está prestes a morres, a sua vida passa como um filme diante dos seus olhos. " Mal sabia eu, que dez anos depois, eu iria dizer a mesma coisa.

Minha vida estava finalmente entrando nos eixos. Eu tinha conseguido uma bolsa de estudos e iria estudar literatura, meu maior sonho. Eu não podia estar mais feliz. Mas depois de uma semana de desmaios, eu decidi ir ao médico para descobrir o estava acontecendo comigo. "Leucemia", era o causador de todos os meus problemas. Corri para o meu refúgio, uma pequena praia longe dos turistas, longe dos moradores, longe de tudo. Olhei para as ondas do mar e foi aí que a minha vida passou como um filme diante dos meus olhos. Lembrei da minha avó me levando para o meu primeiro dia de aula, das brincadeiras do meu padrinho, me lembrei do meu aniversário de cinco anos, o único aniversário em que o meu pai me desejou, feliz aniversário. Me lembrei dos meus amigos e do meu gato. Eu não queria morrer, eu não estava preparado para morrer. Mas graças ao trabalho duro dos meus amigos, eu encontrei um doador compatível. Graças a eles, eu não iria mais morrer, pelo menos não aos dezoito anos.

Oito anos haviam se passado desde que o anjo da morte me fez a sua primeira visita. Não esperava revê-la tão cedo, mas lá estava ela outra vez, abrindo seus longos braços para mim. Mas dessa vez, não seria o câncer o causador da minha morte, e sim a água do oceano que insistia em invadir meus pulmões. Minha vida voltou a passar diante dos meus olhos como um filme, e o protagonista? Alexander Lightwood. Me lembrei do nosso primeiro beijo, (o roubado no primeiro dia em que nós conhecemos). Me lembrei do seu primeiro " eu te amo", e a primeira vez que suas mãos tocaram o meu corpo. Quando a água estava quase vencendo a baralha e levando minha arma consigo, eu senti uma imensa vontade de viver. Eu não podia morrer, eu ainda tinha muito o que fazer, muitos sonhos a concretizar ao lado do homem que amava. E mais uma vez a vida me deu uma chance, eu fui salvo, eu ganhei uma nova chance de ser feliz.

Oito anos após a sua primeira visita e um ano após a sua segunda, lá estava o anjo da morte outra vez abrindo seus longos braços em minha direção. Mas dessa vez, o filme da minha vida tinha dois protagonista. Eu não podia morrer, eu não estava pronto para morrer e deixar o homem que eu amo e o meu filho sozinhos.

— Você não é tão burra ao ponto de me matar em sua própria casa. — Tentei apelar para a razão. — Você vai passar o resto da sua vida fugindo ou trancada atrás das grades de disparar essa arma. — Argumentei.

Eu não podia morrer, não agora que meus sonhos estavam se realizando.

— Eu sei que você me odeia, e não tiro a sua razão, mas me matar não vai mudar a sua vida em absolutamente nada. O Alexander nunca vai te amar e se você me matar, ele nunca vai te perdoar. — Tento argumentar, mas minhas palavras parecem não surgir efeito. Lydia continuava com a arma apontada em minha direção. — A única coisa que você vai conseguir com a minha morte é a pressão, por favor, abaixe essa arma.

Nosso céu Particular ( Malec )Onde histórias criam vida. Descubra agora