Magnus Bane

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Vocês podem julgar meu ato impensável, inaceitável e covarde. Vocês podem me dizer que fui infantil e que não pensei nas pessoas que me amavam. Eu sei de tudo isso! Mas aquela foi a única maneira que encontrei para apagar da minha cabeça aqueles pensamentos horríveis que estavam povoando a minha mente desde que Alexander me deixou.

Minha cunhada me dizia que ele havia ido embora para me proteger e que voltaria assim que fosse possível, me dizia que ele me amava, e que a minha felicidade era a coisa mais importante para ele. Mas qual felicidade eu teria sem ele ao meu lado? Alexander era o amor da minha vida e depois que ele foi embora era como se ele tivesse levado consigo toda a minha vontade de viver.

Tentei me manter o mais forte possível porque acreditava no que as pessoas me diziam: Diziam que meu amado Alexander voltaria para minha vida assim que pudesse e eu acreditei. Acreditei que ele estaria fazendo de tudo para voltar para mim e era essa esperança que me mantinha vivo. Mas tudo mudou quando eu recebi a sua carta me dizendo adeus. Ele não voltaria mais para mim. Ele havia concluído que o nosso amor nunca daria certo. Que a gente nunca iria ser felizes juntos e colocou um ponto final da nossa relação. Agora sim era o fim. Ele havia se despedido para nunca mais voltar para a minha vida. Eu não tinha mais esperança. Eu não tinha absolutamente nada.

Deixei que o desespero tomasse controle do meu corpo e acabei fazendo o que fiz. Entrei naquela água com o corpo entorpecido de calmantes e deixei que o mar fizesse o seu trabalho. Mas quando a água entrava pelos meus pulmões eu pude ver o erro que estava cometendo. "Enquanto há vida há esperança. " Uma voz me dizia. Mas era tarde demais. Mesmo que eu tentasse lutar contra as ondas, eu não tinha forças. Os remédios haviam feito muito bem o seu trabalho. Pensei na tristeza da minha avó e na culpa que meu amado Alexander iria sentir. Eles não iriam aguentar a notícia da minha morte. Tentei mais uma vez lugar contra as ondas que me puxavam para o fundo, mas meu corpo estava mole. Não havia mais nada que eu pudesse fazer para me salvar.

Abri meus olhos em uma cama de hospital. Não demorou muito tempo para eu entender o que havia acontecido comigo. Pude ver a minha avó segurando a minha mão enquanto a Clary chorava abraçada ao seu namorado. Eu não estava morto. Suspirei aliviado. Agradeci a Deus por aquela nova chance e prometi que nunca mais faria a fazer uma besteira como aquela. Iria sair daquele hospital e iria ir atrás do amor da minha vida. Aquela era a sua segunda chance de ser feliz ao lado de Alexander e eu não iria desperdiça-la.

Tentei levantar minha mão para acariciar o rosto da minha avó que estava aos prantos, mas meu corpo não respondia. Tento abrir a minha boca para tentar acalma-la, mas as palavras não saiam. Meu corpo não respondia aos comandos que a minha mente lhe dava. Eu estava novamente em uma pressão, mas dessa vez o meu cárcere era a minha própria mente.

Não demorou muito para que eles percebessem que eu havia acordado. Fiquei quieto quanto o médico dizia para a minha avó que eu havia entrado em estado catatônico e que ele não poderia dizer ao certo por quanto tempo eu ficaria naquela situação. Pude ouvir a minha avó se culpando e o choro de desespero da Clary me implorando que eu reagisse. Eu não havia morrido, mas estava vivendo um verdadeiro inferno.

Dias depois eu fui transferido para uma clínica especializada em casos como o meu e desde então eu fui esquecido naquele lugar por aqueles que diziam me ama. A única pessoa que vinha me visitar era o homem que se dizia ser meu melhor amigo, mas acabou se comportando como o meu pior inimigo. Sebastian sempre aparecia no final da tarde. Trazia uma flor e começava a se desculpar por ter me enviado aquela maldita carta. Eu estava cansado de escutar a sua voz e em um belo dia eu aprendi a desligar por completo a minha mente.

Com o tempo eu fui perdendo a minha identidade. Não me lembrava de quem eu era ou o que eu estava fazendo naquele lugar. Não me lembrava do meu nome e nem do nome das pessoas que um dia amei. Estava em paz. Realmente em paz. Pelo menos até aquela tarde. " Por favor, volte para mim. " Aquelas palavras me trouxeram de volta ao mundo real. Alexander estava ao meu lado segurando a minha mão e me pedindo para voltar para ele. Quis pular em seus braços e dizer que eu estava escutando cada palavra que ele me dizia e foi então que eu relembrei os motivos de estar naquela clínica. Chorei, gritei, mas meu corpo não reagia.

Vi quando o Sebastian apareceu e estava mais uma vez o tirando de mim. Gritei seu nome em minha mente. Implorei que o soltasse e que o deixassem ficar comigo. Mas meu corpo não reagia aos comandos da minha mente. Foi só quando ele caiu que eu tivesse forças para tomar o comando do meu corpo, mas infelizmente não durou muito. Ele agora estava sendo levado para longe de mim sem que eu pudesse fazer nada a respeito. Gritei. Chore. Mas meu corpo continuava inerte. Sem emoção, sem desejo e sem vida.

Desde aquele dia a minha mente nunca mais conseguiu tomar o controle do meu corpo novamente. Nem quando o Sebastian estava me levando para um lugar bem longe do Alexander e muito menos quando o vejo chorar me pedindo para que eu voltasse para ele.

Banheiro. Ele sempre se tranca daquele lugar quando não quer chorar na minha frente. Ele pensa que não consigo escutar seus soluços, mas eu escuto. É muito triste ver o homem que eu amo sofrendo sem que eu pudesse fazer nada para mudar aquela situação.

Até quando isso vai continuar? Pergunto a Deus. Eu já aprendi a minha lição. Agora por favor, me deixe cuidar do homem que amo.

Chorei. Pela primeira vez desde aquele dia na clínica o meu corpo reagiu a minha mente. Levo minha mão até o rosto e constado que aquilo estava realmente acontecendo. "Obrigado. " Agradeço antes de ir até ao banheiro. Não estava errado quando imaginei que ele estaria chorando no chão do box.

O fiquei observando de longe e esperei a melhor oportunidade para dizer que eu havia voltado sem assusta-lo, mas quando me dei conta já estava o puxando para um beijo cheio de paixão. Estava morrendo de saudade daquele corpo e daqueles lábios. Precisava senti-lo dentro de mim o mais rápido possível.

Me afasto para retirar minhas roupas enquanto meu amado Alexander me observa ofegante. Fico feliz quando vejo o desejo eu seus olhos. Sei que tínhamos muitas coisas para conversar, mas não agora.

Nem consigo terminar de me despir porque o meu impaciente namorado me empurra de encontro a uma parede e começa a mordiscar meu pescoço enquanto aperta meu membro por cima da cueca. Estávamos tão entregues ao nosso desejo que nem ouvimos a porta do banheiro se abrindo.

- Puta que me pariu! – Escuto minha cunhada dizendo antes de fechar a porta com força.


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 Gostaram desse capitulo? Geralmente eu não convoco os comentários (Gosto de deixar as pessoas livres para decidirem se querem ou não comentar.) Mas eu realmente estou em dúvida sobre esse capitulo e gostaria de saber se vocês gostaram. Acreditam que eu tive que para umas três vezes porque estava chorando? Não chorava desse jeito desde o capitulo "Devolva o meu amor para mim. " Enfim.. Por hoje é só pessoal.

Um Grande beijo no coração! 

Nosso céu Particular ( Malec )Onde histórias criam vida. Descubra agora