I Put a Spell On You

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Hoje faz uma semana que o Alexander acorda cedo e se tranca dentro do escritório para trabalhar em um plano de ação para tentar salvar a empresa da família. Uma semana que ele diz que não está com fome enquanto eu ínsito que ele precisa se alimentar. Uma semana que ele acorda no meio da noite suado e chorando depois de um pesadelo. Uma semana desde que ele recebeu a notícia de que Robert Havia falecido.

A perda do seu pai havia lhe destruído por dentro. Mas sempre que eu tento lhe oferecer algum tipo de ajuda, ou até mesmo de consolo, ele insiste em dizer que estava bem e voltava a se trancar dentro daquele maldito escritório com uma pilha nova de documentos para analisar. Estou muito preocupado por ele estar reprimindo seus verdadeiros sentimentos daquele jeito, mas a minha avó insiste em dizer que ele está bem e que não era para eu me preocupar. Mas ele não está bem, ela sabe disso e está me escondendo alguma coisa.

Acordo e como de costume ele não estava ao meu lado. Entro no banheiro, faço a minha higiene e começo a me arrumar para a missa do sétimo dia do meu sogro. Irei sentir saudades dos seus conselhos, do seu sorriso meio sem jeito e da sua atitude positiva. Robert era um bom homem e não merecia ter partido tão cedo.

Pego a minha gravata e vou até ao escritório em busca de ajuda com o objeto. Assim que abro a porta o encontro com os olhos vidrados na tela do computador como já era de costume. Alexander passava o dia todo trabalhando e quando não estava trabalhando, estava dormindo e vice-versa.

- Bom dia, minha vida! – Disse caminhando até ele e lhe dando um beijo suave nos lábios.

- Bom dia. – Respondeu ainda com os olhos vidrados na tela do computador. – Você dormiu bem?

- Eu sempre durmo bem quando estou ao seu lado. – Volto a beija-lo. Mas dessa vez, eu deixo a minha língua fazer o seu trabalho. Nada como um bom beijo de língua para começar o dia. – Você poderia me ajudar com isso? – Pedi assim que me afastei dos seus lábios. – Eu odeio essa coisa. – Entrego-lhe a gravata verde musgo que irei usar naquela manhã. – Vou logo avisando que não usarei um terno no dia do nosso casamento.

- É uma pena. – Disse se levantando. – Você fica muito bonito quando usa um terno. – Pegou o objeto e o colocou em meu pescoço. – Seu pescoço fica mais longo e o seu bumbum fica mais acentuado. – Se aproximou ainda mais do meu corpo para terminar de fazer o nó da gravata. – O que você acha de apressarmos a compra da nossa casa? Já passou da hora de encontramos um lugar para a gente.

- Mas nós estamos aqui a menos de uma semana.

- Uma semana é muito tempo sem poder tocar em seu corpo. – Me deu um tapa no bumbum e saiu sorrindo pela porta.

Sorri feliz. Não estava feliz por ele demonstrar saudade do meu corpo. Estava feliz por ele demonstrar outro tipo de sentimento que não fosse relacionado a salvar a empresa da família.

Terminamos de nos arrumar e fizemos o trajeto até a igreja em completo silencio. Alexander estava pensativo e eu fiquei com medo de dizer alguma coisa que o deixasse triste ou até mesmo irritado, então respeitei o seu silencio e nada disse. Quando parávamos em um sinal de transito ele voltava seus olhos para mim e eu lhe oferecia um sorriso sincero. Assim foi o nosso trajeto até a igreja.

Assim que chegamos a igreja, Isabelle correu em minha direção, me abraçou forte e não me soltou até o final da cerimônia. Jace ficou sentado no fundo da igreja afastado dos irmãos. Estava com a barba por fazer, nitidamente mais magro e com grandes olheiras. Clary havia me dito que ele havia entrado em uma depressão profunda e que ela não sabia mais o que fazer para ajudá-lo. Pobre Jace.... Eu gostaria muito de poder ajuda-lo, mas infelizmente aquilo era uma coisa que ele tinha que superar sozinho. Todo mundo agi de um jeito quando perde uma pessoa amada. O Alexander se trancou no trabalho, Isabelle na bebida e o Jace no sofrimento.

Maryse também estava presente na cerimônia. Mas como eu havia previsto.... Ela ficou sentada sozinha no último banco da igreja vendo a cerimônia de longe. Estava usando um vestido preto e um grande chapéu da mesma cor, quando ela finalmente retirou os óculos escuros, eu me assustei ao me deparar com o tamanho das bolsas que ela trazia embaixo dos olhos. Maryse era o retrato do sofrimento. Aparentemente a ela ainda tinha um coração dentro do peito e aquele coração estava sofrendo muito pela morte do marido.

No final da cerimônia, Jace foi embora sem se despedir e Isabelle entrou no carro do Simon assim que viu a sua mãe vindo em nossa direção. Infelizmente nós não tivemos a mesma sorte e ela conseguiu nós alcançar.

- Bom dia! – Desejou ao se aproximar. – Eu sei que eu sou a última pessoa com quem você gostaria de tomar uma xicara de café. – Retirou os olhos escuros. – Mas eu preciso muito conversar com você. Então.... Você aceitaria tomar uma xicara de café comigo?

- Eu não tenho nada para conversar com você. – Respondeu não conseguindo controlar o ódio que sentia pela mãe.

- Na verdade o meu convite era para o seu namorado. – Olhou para Magnus que estava com os olhos arregalados. Aquele foi um convite realmente inusitado. – Você aceita ir até a minha casa para a gente ter uma conversa?

Os namorados se olharam. Alexander sentiu um aperto no peito só de imagina-la sozinha com o Magnus. Maryse era capaz de qualquer coisa e ele tinha que protege-lo de qualquer jeito.

- Fique bem longe dele. – Levantou o tom de voz.

- Magnus. – Ignorou por completo o aviso do filho do meio. – Você aceita tomar uma xicara de café comigo algum dia desses?

- Aceito. – Respondeu em um misto de medo e curiosidade. – Eu também tenho algumas coisas para falar com a senhora.

- Vamos para casa. – Pegou Magnus pelo braço. – Você não vai a lugar nenhum com aquela mulher. – Disse assim que chegaram em frente ao carro do casal.

- Me solte. – Protestou. – Você está me machucado.

- Me desculpe. – Pediu vendo que havia passado dos limites. – Me prometa que não vai se encontrar com aquela mulher? – Implorou.

- É só uma conversa. – Tentou acalma-lo.

- Eu te proíbo de ir a qualquer lugar com a Maryse. – Decretou. – Aquela mulher é muito perigosa e eu te quero bem longe dela.

- Quem você pensa que é para me proibir de alguma coisa?

- Eu sou o seu namorado e futuro marido.

- Você pode ser tudo isso, mas não é o meu dono. – Odiava esse Alexander que sempre surgia quando a Maryse estava por perto. Odiava a sua prepotência e a sua arrogância. Odiava o jeito que ele agia e as palavras que saiam da sua boca.

- Será que você não entende que a única coisa que eu quero é cuidar do seu bem-estar? Maryse é toxica e eu só estou tentando te proteger.

- Eu sei cuidar de mim sozinho. – Rebateu. – E pode ter certeza de que eu sei me defender caso seja atacado.

- Faça o que você achar melhor. – Disse vencido. – Eu preciso fazer uma coisa. – Lhe entregou a chave do carro. Atravessou a sua e pegou um taxi.

O moreno voltou seu olhar para Maryse que havia presenciado tudo aquilo de longe. Achou melhor acabar com todo aquele suspense de uma vez por todas.

- O que a senhora gostaria de conversar comigo? - Perguntou se aproximando. Não iria passar mais nenhum segundo sem saber o que aquela mulher gostaria de conversar com ele.

- Vamos até a minha casa?

- Acho melhor termos essa conversa na minha casa. – Pelo menos lá ele teria a sua avó para ajuda-lo caso a Maryse tentasse mata-lo ou coisa o tipo.



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"Se fosse tão fácil, não seria a gente. E se não fosse a gente não seria amar!"

Um grande beijo no coração! 💜 

Nosso céu Particular ( Malec )Where stories live. Discover now