I Think I Wanna Marry You

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Eu gostaria que ele estivesse ao meu lado, que segurasse a minha mão, que beijasse o meu pescoço e que me assegurasse que aquele dia seria perfeito, tanto para mim, quanto para o nosso filho, mas ele estava em casa, dormindo o sono dos justos. Pobre, Alexander, eu não consigo nem imaginar o trabalho que ele deve ter tido arrumando aquela bagunça toda.

Respiro fundo, desço do carro e caminho até os grandes portões do orfanato. Meu coração estava batendo a mil por hora, minhas mãos estavam tremendo e eu estava suando feito um porco, eu estava nervoso, muito nervoso com aquele reencontro.

Caminho meio perdido tentando encontrar um rosto conhecido no meio daquele monte de crianças que corriam de um lado para o outro.

- O senhor está bem? - Olho para baixa buscando a dona daquela voz, e me deparo com uma menina de aproximadamente cinco anos de idade. Cabelos tão loiros que chegavam a ser esbranquiçados, olhos azuis, tão azuis quando o céu acima da minha cabeça e um sorriso encantador, mesmo faltando alguns dentes. Aquela menina parecia uma boneca de porcelana. - O senhor está bem? - Voltou a perguntar parecendo preocupada com o meu silencio. Eu continuava imóvel, admirando cada detalhe daquela menina com rosto de boneca. - Eu vou chamar a tia Joana para te ajudar.

- Eu estou bem. - Digo recuperando o controle do meu corpo. - Só estou um pouco nervoso.

- Ah, sim. - Sorriu se tranquilizando. - Eu pensei que o senhor estava tendo um ataque do coração, igual a minha avozinha. - Voltou a sorrir e sempre que ela sorria, eu sentia vontade de sorrir também. - O senhor está melhor?

- Estou.

- Graças a Deus por isso. - Disse se despedindo. Mas eu não estava pronto para deixa-la ir.

- Você poderia me ajudar? - Pedi assim que ela fez menção de se afastar.

- Em que? - Perguntou franzindo o cenho.

- Eu estou procurando o Max, você poderia me levar até ele?

- Claro. Mas o que o senhor quer com ele?

- Só fazer uma visita, saber como ele está.

- Hum... - Me olhou desconfiada. - O senhor é o tio Magnus?

- Como você sabia o meu nome?

- Eu sou uma bruxa. Brincadeira... Eu ouvi a Madre dizendo que você viria. - Sorriu divertida. - O Max tem muita sorte, sabia disso?

- Porque?

- Enquanto todo mundo tem apenas um único pai, ele tem dois, dois papais, isso é demais. - Segurou minha mão e me puxou para que eu a acompanhasse. - Ele está jogando futebol com os meninos. Eu queria jogar também, mas ele disse que não era coisa de menina.

- Você gosta de futebol? - Eu estava encantado por sua beleza e pela sua delicadeza.

- Não. - Sorriu. Toda vez que ela sorria, meu coração se iluminava. - Eu só queria jogar porque eles disseram que eu não podia. É uma questão de princípios, entende?

- Entendo. - Digo não conseguindo segurar uma gargalhada. Desde quando uma criança de cinco anos sabe o que é "questão de princípios"? Aquilo era demais para a minha cabeça.

- Aproposito... Eu gostei muito da sua jaqueta. - Disse mudando de assunto. - É a jaqueta mais bonita que eu já vi em toda a minha vida.

- E quanto é... "toda a sua vida"?

- Eu tenho cinco anos e dez meses. - Colocou as mãos da cintura parecendo ofendida com o meu comentário. - Eu já vi muita coisa nessa vida, incluindo jaquetas, muitas jaquetas.

Nosso céu Particular ( Malec )Where stories live. Discover now