Escolhendo um Lado

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Completo. Era assim que eu me sentia nos braços de Magnus Bane. Eu sabia que ainda existiam muitos obstáculos pela frete, mas eles foram esquecidos naquele dia. Trancou seus problemas dentro de um cofre e o jogou dentro do oceano pacifico. Aquele era o dia de se permitir. Se permitiu esquecer dos problemas e se acabar nos braços do homem que ama.

Sentir o calor do seu corpo e o peso dos seus braços enlaçando o meu peito era a melhor das sensações. Ele nunca foi tão feliz como naquele momento. Não existia mais o peso das mentiras sobre as suas costas. Não existia segredos que pudesse separa-los. Estava feliz. Realmente muito feliz.

Nada poderia estragar aquele dia. Pensou um pouco antes de escutar o toque do seu celular. Pensou em ignorar a ligação, mas decidiu atender. Poderia ter um de seus irmãos ou até mesmo seu pai ligando para lhe desejar, feliz aniversário.

Ainda sonolento, esticou o braço para pegar o aparelho jogado no chão. Era o número da casa dos seus pais.

- Alô. – Disse sem nenhuma emoção. Ligando daquele número poderia ser a sua mãe.

- Boa tarde, meu filho! – Escutou uma voz masculina do outro lado da linha. – Espero não estar atrapalhando.

- Você nunca atrapalha, papai. – Disse animado.

- Eu gostaria de estar aí para te dá um abraço, meu filho. – Sua voz parecia triste. – Esse é o primeiro aniversário que você passa longe da sua família, Alexander.

- Eu também gostaria que o senhor estivesse aqui, mas infelizmente a gente precisa manter distante, o senhor entender, não é mesmo? – Infelizmente ele não podia dizer a seu pai o seu endereço. Maryse poderia descobrir e tentaria estragar a sua felicidade mais uma vez.

- Sua mãe. – Concluiu melancólico. – É muito triste que um filho precise ficar longe da própria mãe para ser feliz. Eu ainda não acredito que ela foi capaz de mandar o Jace para a cadeira.

- Ela quase conseguiu destruir a minha vida.

- Eu soube da ameaça e tudo o que ela fez para te manter longe do Magnus. A sua mãe não é nem a sombra da mulher carinhosa e generosa que eu conheci ainda na adolescência.

- Porque o senhor não a deixa? – Estava mais do que claro que o seu pai não era feliz no casamento. Ele não conseguia entender o porquê de ele não colocar um ponto final naquele casamento infeliz.

- Eu a amo, Alexander. E por ama-la tanto que eu ainda tenho esperança de que ela volte a ser a mulher doce e gentil por quem eu me apaixonei. Eu ainda sonho em ter a minha família toda reunida outra vez. – Um minuto de silencio. – E como o Magnus está? – Robert sentia um grande carinho por Magnus e aquilo o deixava muito feliz. Adorava o fato dos dois homens da sua vida se darem tão bem. – O Marcos. – Seu médico pessoal. – Estava me dizendo que existe um tratamento na Alemanha que tem tido grande sucesso em pacientes como o Magnus.

Sorriu olhando para Magnus adormecido ao seu lado.

- Ele acordou, papai. – Deu um beijo na testa do amado. – Ele finalmente voltou para mim.

- Graças a Deus, meu filho. – Disse animado. – Eu posso falar com ele?

- Infelizmente ele está dormindo. – Voltou a sorrir admirando seu namorado. – Mas eu prometo que assim que ele acordar eu peço para ele te ligar. O Magnus adora conversar com o senhor.

- Você não faz ideia do quanto eu fiquei feliz com essa notícia. Feliz pelo Magnus e por você também. Eu sei o quanto ele é importante para você, meu filho.

- O Magnus é o amor da minha vida e agora que ele acordou nós vamos poder seguir a nossa vida de onde paramos.

- Você está falando do casamento?

- Do casamento e de todo o resto.

- Então eu vou ficar esperando o meu convite. – Sorriu do outro lado da linha. – Eu vou ter que te levar no altar ou coisa do tipo? Nunca fui em um casamento gay antes.

- Eu sinto muito, papai. – Sua voz tomou um tom mais sombrio. – Eu iria adorar a sua presença em um momento tão importante como o meu casamento, mas infelizmente...

- Mas a sua mãe não pode nem imaginar que isso irá acontecer. – Sua voz estava baixa. Robert estava realmente triste por não poder ir ao casamento do próprio filho. – Eu entendo. Se a sua mãe descobrir ela não irá sossegar até estragar a cerimonia.

- Eu realmente sinto muito. – Chorou. Odiava o fato da sua família ter sido partida ao meio.

- Não vai demorar muito, não é? – Perguntou tristonho.

- Para o casamento?

- Para eu ter que escolher entre meus filhos e a mulher que eu amo.

- Eu sinto muito, mas a convivência com a Maryse é impossível. – Respirou fundo. – Eu não posso perdoa-la pelo que ela fez com o Magnus e com o Jace. O Magnus poderia ter morrido por causa da sua maldade.

A divisão familiar era bem clara naquele momento. Robert ficava no meio tentando apaziguar a guerra, mas era impossível. Maryse não só obrigou o filho mais velha a ficar longe da família como também o colocou na cadeia anos depois. Isabelle nunca a perdoaria pelas coisas que ela fez contra os irmãos e ele... Ele nunca a perdoaria pelas coisas que ela fez contra o homem que amava. Uma coisa era ela acabar com a sua vida e outra bem diferente era acabar com a vida de Magnus. Maryse havia feito muitas coisas ruins, coisas essas que ela não demonstra arrependimento algum. A família estava partida ao meio e mais cedo ou mais tarde, Robert teria que sair de cima do muro.

- Alexander. – Escutou uma voz feminina do outro lado da linha.

A última coisa que desejava era Maryse naquela conversa de pai e filho. Mas lá estava ela se metendo mais uma vez a onde não foi chamada.

- O que você quer, Maryse? – Pensou em desligar em sua cara, mas estava cansado de fugir. Não era mais um garotinho assustado. Era um homem que não tinha mais medo de cara feia, ainda mais a da sua mãe.

- Eu primeiro lugar eu exijo que você me chame de mãe.

- O que você quer, Maryse? – Voltou a perguntar. Não estava com paciência para as suas chantagens.

- Eu estava olhando algumas fotos do seu primeiro aniversário. – Disse com voz mansa. – Você era o menino mais bonito do parquinho. Todas as mães invejavam a sua beleza. Você foi um bebê tão lindo. Sabe, Alexander.... Quando você nasceu eu planejei tantas coisas boas para o seu futuro. Você teria a minha força e a inteligência do seu pai. Você seria maior do que nós fomos. Um empresário respeitado e não um caipira escondido no meio do mato.

- Como? – Se fez de desentendido. Não tinha como ela saber que eles estavam no interior. A única pessoa que conhecia a sua localização era a Isabelle e ela nunca contaria para ninguém, ainda mais para a Maryse.

- Como eu sei a onde você se escondeu? Quando você vai aprender que eu sempre sei a onde os meus filhos estão, Alexander?


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No próximo capitulo o Alexander vai jogar um grande segredo no ventilador. Segredo esse que vai mudar por completo o andamento da história. Ah.... Eu também matarei um dos personagens.

Um grande beijo no coração! 

Nosso céu Particular ( Malec )Where stories live. Discover now