Time After Time

749 70 30
                                    


Pela segunda vez em menos de um ano eu bato naquela porta buscando um meio de encontrar meu amor perdido. Magnus estava sempre fugindo e eu estava sempre seguindo os seus passos, mas dessa vez era diferente, ele não estava se escondendo em uma praia no meio do nada, Magnus estava se escondendo dentro de si mesmo e eu não fazia a mínima ideia de como o traze-lo de volta. Mas eu tinha um plano em mente, plano esse que só seria possível com a autorização da mulher que estava atrás daquela grande porta de madeira.

Arrumou os cabelos, colocou a blusa para dentro da calça e bateu na porta pedindo a Deus que a vovó Bane estivesse disposta a escuta-lo.

- Graças a Deus que você voltou. – Disse Clary abrindo a porta e lhe dando um forte abraço.

Estranhou. Aquela era a primeira vez que a sua cunhava demonstrava algum tipo de carinho para com ele, ela o tratava relativamente bem, mas sempre deixou bem claro que nunca esqueceria o que ele havia feito com Magnus. Aquela demonstração repentina de carinho o deixou sem reação.

- Eu estava esperando uma bofetada, não um abraço. – Foi sincero.

- Eu nunca faria isso com você, ainda mais depois do que você fez para proteger o Magnus e o Jace. – Terminou o abraço beijando-lhe a bochecha. – Se não fosse por você eles estariam até agora trancados naquela maldita cadeia. Eu nunca vou conseguir te agradecer pelo que você fez.

A ruiva cobriu o rosto para escondeu suas lágrimas. O sorriso de felicidade por vê-lo se transformou em lágrimas em tração de segundos.

- No exato momento em que as queixas foram tiradas e você sumiu do mapa eu soube o que havia acontecido. Tinha certeza de que a sua mãe estava te chantageando. Por várias vezes tentei argumentar com o Magnus que você não tinha ido embora porque não o amava mais. Mas ele estava cego pelas mentiras que o Sebastian inventava e quando chegou aquela maldita certa, ele perdeu por completo as esperanças de que um dia você voltaria para ele. – Voltou a abraça-lo. – Me perdoa por não conseguir protege-lo. É tudo a minha culpa! Se eu não tivesse ido falar com a sua mãe, nada disso teria acontecido.

Carta? Eu não havia escrito carta alguma. Provavelmente era mais uma armação da minha mãe.

Afagou os cabelos da cunhada tentando consola-la. Clary não tinha culpa pelo que aconteceu, ela era somente mais uma vítima das maldades de sua mãe.

- Eu tinha certeza de que aquela maldita carta era mais uma armação da Maryse. – Voltou a falar com a voz ainda embargada por causa das lágrimas. – Você já tinha ido embora, ela não tinha motivos para continuar torturando o pobre coitado. Eu fiquei completamente fora de mim, deixei o Magnus dormindo e fui atrás daquela... – Respirou fundo. – Fui atrás da sua mãe. A gente discutiu e ela chamou o Jace de bastardo. – Voltou a soluçar. – Uma coisa é ela me chamar de pobre coitada malvestida e outra coisa bem diferente é ela magoar o Jace. Perdi o pouco de controle que ainda me restava e lhe dei uma bofetada.

Alexander arregalou os olhos. Nunca imaginou que uma menina tão doce quanto a Clary teria coragem de fazer uma coisa dessas.

- Você bateu na minha mãe? – Perguntou não conseguindo conter a risada. Clary havia acabado de lavar a alma de todo mundo que conhecia a sua querida mãezinha.

- Eu teria matado aquela desgraçada se o seu irmão não tivesse me tirado de cima dela. Mas eu consegui arrancar boa parte daquele cabelo que ela tanto ama. – Se juntou ao cunhado na risada. – Mudando de assunto... – Sua expressão mudou. – A gente precisa fazer alguma coisa para tira-lo daquela clínica. O Magnus vai acabar morrendo de tristeza se continuar trancando naquele lugar horrível.

- É por isso que eu estou aqui. – Respondeu entrando. – A onde ela está?

- Na sala de visitas olhando o álbum de fotos de quando o Magnus era pequeno. É só isso o que ela faz desde que saiu do hospital.

Entrou naquela grande sala apreensivo. Estava morrendo de medo do que ouviria da vovó Bane, mas aquela era a única maneira de salvar o Magnus daquela clínica e das garras do Sebastian.

- Eu sabia que você viria. - Disse assim que o viu parado na soleira da porta. – O Sebastian me disse que você estava de volta.

- A Isabelle me contou o que havia acontecido e eu não tinha como continuar na Inglaterra.

- Você perdeu o medo da sua mãe?

- Não. Mas eu não podia continuar longe, não depois do que aconteceu com o Magnus.

- Tentativa de suicídio. – Virou a página do álbum de fotos. – Eu nunca imaginaria que ele teria coragem de tentar contra a própria vida. Mas pelo visto eu estava enganada.

Retirou cuidadosamente uma das fotos do álbum e a entregou para ele. Magnus tinha aproximadamente cinco anos e estava usando uma fantasia de super-homem.

- Meu neto teve uma infância muito difícil, Alexander. Sua mãe morreu no parto e seu pai o rejeitou ainda na maternidade. Ele sofreu preconceitos por ser diferente e já apanhou por lutar pelos seus ideias. Mas ele sempre recebeu as trombadas que a vida lhe dava com a cabeça erguida e nunca deixou que nada e nem ninguém quebrasse o seu espírito. – Virou mais uma página. – Mas aí você apareceu e não só quebrou o seu espirito como também levou a consigo sua vontade de viver. – Enxugou as lágrimas com um pequeno lenço de seda. – Mas eu não te culpo pelo que aconteceu, você é tão vitima quanto o meu neto. – Fechou o álbum virando seu rosto para ele que chorava desde que aquela conversa começou. – Você ama o meu neto?

- Mais do que a minha própria vida. – Respondeu não entendendo a onde ela estava querendo chegar.

- Então eu te imploro que o deixe em paz. O Magnus precisa se recuperar do que aconteceu e você não está ajudando em nada invadindo a clínica e brigando com os enfermeiros.



____________***

Parei aqui porque tenho que voltar a minha maratona de, desventuras em série. Mas não fiquei preocupados porque o próximo capitulo já está quase escrito e eu postarei o mais rápido possível. Espero que vocês estejam gostando *-*

Um grande beijo no coração!

"Se você tiver perdido pode me chamar que eu vou encontra-lo. " 

Nosso céu Particular ( Malec )Where stories live. Discover now