Capítulo 15

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- então o motivo da sua demora começa com B ? - pergunto pegando minha mochila de suas mãos.
- não, não. Eu não estava com ele. - ele se recusa a me contar a verdade.
Safadinho.
- não precisa mentir pra mim Sammy, seu cabelo denunciou você.
- merda, eu disse pra não tocar no meu cabelo. - ele tenta arruma lo ainda segurando minhas roupas.
Rio e quando me viro Andrew está nos seguindo, com seu jeito todo maravilhoso de ser .
- me esperem aqui, volto em cinco minutos. - deixo a bolsa em seus braços para a sua surpresa e entro no banheiro com minhas peças de roupa.
Retiro o curativo do nariz e as roupas de educação física, dobrando as e as colocando sobre a tampa do sanitário.
Visto meu jeans, o top, o cardigã e minhas botas e antes de sair dou uma ajeitada no cabelo.
Meus óculos.
Agarro as peças dobradas e antes que eu possa sair do banheiro escuto a voz de Sam.
- vai mesmo comprar outro óculos pra ela ?
- sim. - Andrew e suas respostas curtas
- por que ?
- porque eu tenho dinheiro e porque eu quero. - tão seco.
- tá, mas por que esse interesse repentino nela ? É por causa do beijo ?
- Mia tem algo que as outras não tem, isso me chamou a atenção.
- virgindade ? - porra Sammy .
- não, ela gosta de me desafiar, de retrucar tudo o que eu digo.
- ah, então você vê o meu morango como um desafio ?
Sam ! Já está indo longe demais.
- não. E por que a chama de morango ? Isso me irrita.
- problema seu, minha amiga, meus apelidos carinhosos.
- tá, eu vou chamar ela pra sair. Espera que eu peça a você ?
Não aguentando mais essa conversinha fiada, saio do banheiro e encontro ambos encostados nos armários do corredor.
- vamos ? Ainda preciso dos meus óculos.
- vamos MORANGO. - Sammy da um ênfase no morango e se eu não tivesse ouvido a conversa não teria entendido.
- Andrew. - o chamo.
- te encontro na Rosckins.

" "
- Já olhamos mais de trinta armações e eu ainda não encontrei uma igual a sua morango.
- eu comprei ela aqui, como não pode ter igual ? - falo indignada.
- calma, vamos encontrar. - Sam começa a olhar outra fileira de armações.
- achei.
Me viro para Andrew e em suas mãos vejo a armação igual a minha antiga. Sorrio e o abraço, o que pra ele é uma surpresa, pois demora um pouco pra retribuir.
- agora vamos colocar as lentes e te levar pra casa. - Sammy se apoia no ombro de Andrew, recebendo um olhar mortal do moreno.
Andrew pagou pela armação e pelas lentes novas.
- não precisava pagar tudo sozinho. Obrigada. - digo ao sairmos da loja com os óculos já no rosto.
- sei de um jeito que você possa agradecer! - ele me puxa pela cintura e me escora de costas no Fufu.
- como ? - minhas bochechas queimam com essa aproximação repentina.
- sai comigo amanhã a noite. - ele cheira tão bem.
- tudo bem.
- hey casal, eu preciso ir pra casa !- Sam e seu drama de sempre.
Me separo dele e desligo o alarme do Fusca para meu amigo entrar.
- me pegue as oito em ponto. - digo antes de entrar no Fufu.
Ele se apoia na janela e se inclina para me dar um selinho .
- pode deixar.

Depois de deixar Sam em casa dou uma passada rápida no supermercado afim de comprar umas coisas que meu avô pediu. No corredor das massas pego alguns molhos de tomate em lata e sinto uma mão em minha cintura.
Será ele ?
- sozinha querida Mia ? - Daniel e sua mania de ser incoveniente.
- por que não me deixa em paz ? - tiro sua mão de meu corpo.
- anda tão afiada não é mesmo, nem parece aquela menina que nunca andou de cabeça erguida. - um metro e oitenta de pura babaquice.
- olha Daniel eu não tenho tempo pra isso, preciso ir pra casa. - com isso pego o resto das coisas que preciso e saio dali o mais rápido possível.
- pode correr Mia, mas uma hora eu vou conseguir aquele beijo e não vai ter Andrew ou Samuel para te proteger. - ele diz alto e me sinto envergonhada pela atenção desnecessária.

Estaciono o Fufu em minha vaga na garagem de casa e pego as sacolas de compras nos bancos traseiros, vendo o uniforme sujo de sangue ainda dobrado. Decido voltar mais tarde para pegar e lavar as duas peças.
- vovô, cheguei. - entro pelo acesso da garagem, saindo na cozinha.
- na sala Mia. - ele grita.
Deixo as compras em cima da bancada e sigo para a sala, vovô está sentado em um dos sofás cor de creme lendo um de seus livros favoritos : O código da Vinci, de Dan Brown.
- de novo esse livro? - dou um beijo em sua bochecha.
- sim,e posso ler esse livro milhares de vezes só pra ver sua cara de boba. - ele sorri para mim com suas ruguinhas e tudo.
- engraçadinho. - subo alguns degraus da escada - ah, vô !
- eu.
- eu tenho um encontro amanhã com Andrew. - ele abaixa o livro e joga a cabeça para trás para me olhar.
- o filho dos Grayson ?
- sim, ele mesmo. Eu posso ir ?
- amanhã quando ele vir vou ter uma conversa rápida com ele.
- isso é um sim ? - pisco os olhos pra ele.
- é sim, mas antes faça o seu dever de casa e me ajude a encontrar Anjos e Demônios na biblioteca.
- vô, o senhor sabe exatamente aonde esta esse livro.
- não, eu não sei não.
Ele volta a ler e eu subo para o meu quarto.
É oficial, eu tenho um encontro !!!

GraysonWhere stories live. Discover now