Capítulo 137

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Domingo é um dia em que eu não gosto muito por ser calmo demais, na minha opinião. As nuvens são mais lentas do que o comum, o vento parece mais triste do que o normal e a minha vontade de ficar na cama cresce gradativamente a cada segundo. O dia de ontem foi intenso.
Uma quase briga, almoço, sexo, sorvete e uma tarde regada a risadas, beijos e abraços.
Estico as penas por baixo da manta cor de rosa e a puxo para cima, cobrindo meu abdômen e juntando os braços em cima do peito. Não está tão frio, mas com o ar condicionado desligado a casa parece mais gelada do que realmente é. Abro os olhos e espalho as mãos pelo edredom esticado na cama, sentindo a textura do algodão tocar a ponta dos meus dedos. A porta abre devagar e eu viro o rosto para olhar, o espaço pequeno que foi aberto só me faz olhar para baixo, encontro Charlie com metade do corpo para dentro e me pergunto o por que dele não ter entrado logo de uma vez.
- vem aqui Charlie. - bato a palma da mão direita no colchão, atraindo a curiosidade do bichinho.
Seus movimentos podem ser classificados como lentos e preguiçosos, o bichano caminha em minha direção como se tivesse tido o tempo do mundo para realizar tal coisa. Ao chegar perto de um dos tapetes ele desiste, largando seu corpinho pequeno em cima dos longos fios felpudos.
- e eu achando que você gostava da minha cama.

" "

Apoio a cabeça no tronco grosso da árvore do meu quintal e puxo as mangas da blusa cinza para baixo, cobrindo as mãos do vento gelado que insiste em atrapalhar meu dia. A casa dos Grayson's, aparentemente, esta com visitantes. Carros de luxo, como uma tradicional Ferrari F12 vermelha e uma Lamborghini Aventador preta, estacionados logo a frente da casa. A BMW de Andrew continua estacionada na vaga exterior da casa e a moto de Anthony, logo ao lado, me mostram que o garoto possa estar preso entre as visitas de seus pais, ou se formos avaliar pelos estilos dos carros, as visitas do irmão. O celular vibra dentro do bolso frontal da blusa e com a mão esquerda o apanho rapidamente, sorrindo ao ver o nome de Andrew brilhando na tela.

Esta frio aí fora, e pelo que eu saiba, a sombra de uma árvore pode ajudar bastante em dias de sol, não em dias nublados.
Andrew ❤️.

Como sabe que eu estou do lado de fora ?
M.

Esta me vigiando ?
M.

Levanto o olhar e avalio as janelas da casa da frente, olhando uma por uma até encontrar um par de olhos verdes amendoados me encarando pela janela de vidro da sala de estar. O terno em seu corpo o deixa com um aspecto sensual, é como se ele mexesse com cada célula do meu corpo mesmo de longe, mesmo sem o mínimo toque físico.

Não quer vir me salvar desse tédio que meu pai chama de confraternização entre acionistas ? Falar de negócios na empresa é chato, mas falar de negócios dentro de casa é o inferno.
Andrew ❤️.

E o que eu posso fazer ? Te sequestrar ?
M.

Rio sozinha, pensando em como seria difícil para mim, sendo pequena desse jeito, tentar sequestrar Andrew, que tem quase um e noventa de altura.

Eu adoraria ver você tentar kk mas prefiro que vocês me ajude a inventar uma boa desculpa para deixar essa reunião chata regada a whisky.
Andrew ❤️.

Que tal dizer que precisa fazer um trabalho da escola, temos uma tarefa de literatura inglesa para amanhã e eu duvido que você tenha feito.
M.

Lembro, pensando em como escrever minha tarefa e ainda ajudar Andrew com a sua.

Sério ? Literatura ?
Andrew ❤️.

Sim, se você quiser podemos fazer juntos.
M.

Claro, te encontro em dez minutos.
Andrew ❤️.

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