Capítulo 24

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Andrew estaciona seu carro perto de um restaurante bem movimentado, acho que deve ser uns dos mais importantes da cidade. Ele sai primeiro e como um completo cavalheiro abre a porta para mim e me puxa para seu corpo .
- vai ficar sempre me pegando assim?- digo envergonhada.
Ele acaricia meu braço e solta uns de seus sorrisos.
- enquanto eu puder, sim.
Andrew tranca o carro e nos dirigimos para dentro do Bistrô Jean Revuer.
- reserva em nome de Andrew Grayson. - o recepcionista confere algo em seu tablet.
- por aqui, por favor.
Somos guiados até uma mesa no piso superior do salão, aonde se tem pouco menos de quinze mesas. Nos sentamos em uma exclusivamente distante das outras, perto de uma janela enorme de vidro que nos permite visualizar parte da cidade.
- obrigada. - sorrio para o rapaz.
- senhorita, senhor . - ele se retira e Andrew puxa a cadeira para mim.
- não precisava Andrew. - coloco minha bolsa sobre o braço da cadeira macia.
- quero que seja perfeito. - ele se senta de frente pra mim e me entrega um cardápio.
- o que vai escolher ?- pergunto não achando os nomes no cardápio muito atraentes.
Andrew consegue ser tão sensual por apenas olhar para mim.
- deixa que eu escolho, sei de algo que irá adorar. - ele pega o cardápio de minhas mãos e chama o garçom.
Jantamos algo simples e maravilhoso, risoto de camarão acompanhado de um vinho italiano com pouca porcentagem de álcool.
- você consegue ser tão delicada. - ele nota enquanto eu como devagar a bolsa de sorvete de creme com chocolate.
- e você ser tão observador quando quer.- coloco um pouco de sorvete na boca. - quer provar ?
- quero, mas direto da sua boca. Posso ?
- por que não ?
Andrew se aproxima e me beija, seus lábios quentes colados nos meus, como se tentássemos juntar fogo e gelo.
- vamos dar uma volta ? - ele se separa poucos centímetros e me encara com seus lindos olhos.
- vamos. - me levanto e pego minha bolsa.
Ele chama o garçom e pede a conta, pagando a com seu cartão e me guiando com as mãos em minha cintura para fora do restaurante.

- não acha lindo como as estrelas ficam brilhantes depois de uma chuva ? - pergunto enquanto andamos pelo parque.
- acho lindo a forma como você foge de mim. - ele me puxa pela cintura e sua mão aperta o local. - tem medo de alguma coisa ?
- não, eu só me sinto deslocada ao seu lado. - o perfume dele é tão bom, quase como uma droga.
Na qual eu estou ficando viciada.
- por enquanto não vou te beijar. Vamos fazer assim, cada um tem direito a perguntas sobre o outro, e caso tenha alguma pergunta que não possa ser respondida ela será paga com um beijo.
- aceito. - rio - mas você começa.
- tudo bem, ah, por que mora com seu avô ?
Puxo sua mão para nós sentarmos em um banco vazio perto do lago.
- meus pais decidiram quando eu tinha cinco anos que não tinha um tempo só pra eles, que eu era um estorvo no casamento. Então um belo dia quando eu cheguei da escola minhas malas estavam prontas e meu avô estava me esperando para ir morar com ele. Eu não achei a ideia ruim pois sempre fui próxima do meu avô, mas não quis perguntar o porquê de estar indo morar com ele. - parei por um instante. - quando chegamos em sua casa, ele me disse que meus pais iriam para uma segunda lua de mel, mas ela seria muito longa por isso ele iria cuidar de mim. Mas um tempo depois eu ouvi uma conversa por Skype do meu pai com o vovô, papai disse que não pretendia voltar mais e que agora passaria minha guarda definitivamente para ele. Vovô desde então nunca mais me deixou falar com eles, eu também não quero, mas sempre senti que a atitude deles magoaram meu avô, eles praticamente me rejeitaram.
- nossa, eu sempre achei que você disse órfã. - ele diz baixo, fazendo carinho em minha mão sobre a sua. - seus pais não sabem o que estão perdendo.
- meus pais me fizeram um favor indo embora, meu avô me ama mais do que a própria vida e eu o amo igualmente. Não o deixaria por nada.
- você é mais forte do que aparenta. - ele sorri sem mostrar os dentes. - bom, sua vez de perguntar.
- acho que não sei o que perguntar. - rio fraco.
São tantas questões.
- tudo bem, que tal eu continuar te perguntando, e quando você começar a ter perguntas, você as faz.
- pode ser Andrew.
- Sam sempre é tão protetor com você ? - a carícia em minha mão continua.
- sim, desde que Daniel colocou apelidos em mim e os outros começaram a fazer o mesmo, Sammy tentava me fazer não ligar para eles usando seu charme, me fazendo rir. Já teve dias em que eu já fui tão humilhada pelos xingamentos que Sam precisou se vestir de Madonna e dançar a noite inteira para me fazer esquecer o que tinha acontecido.
- Madonna ? - ele ri.
- sim, ele vestiu uma de minhas roupas, colocou uma peruca que usei nos dias da bruxas e se maquiou como uma transformista.
- Sempre soube que ele era gay ?
- claro, Sammy e eu costumávamos conversar sobre meninos quando éramos mais novos, quando você se mudou para cá então, ele sempre dizia que você era o meu futuro namorado que seria um gostoso.
- será que ele estava certo? - ele se aproxima e coloca um dos braços sobre meus ombros.
- Sam raramente erra. - encaro seus lábios.
- seu avô nunca ligou dele dormir com você ?
- vovô sempre soube que Sam era diferente.
E esse foi um dia motivos de sempre apoiar Sam em tudo o que precisasse.

GraysonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora