Capítulo 19

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O despertador toca e eu me levanto com uma extrema vontade de comer morangos, sorrio ao lembrar do apelido que Sammy usa com tanto carinho. Levanto me da cama e vou abrir a janela, o dia está meio frio, com nuvens cinzas espalhadas pelo céu sem deixar passar nem um raio de sol. Olho em direção a janela de Andrew e sua janela ainda está fechada, as cortinas escuras não facilitam para eu conseguir ver se ele já está acordado ou não.
Corro para o banheiro e sinto as primeiras pontadas de cólica.
Bem no dia do meu encontro.
Obrigada corpo !
Frustada e com raiva ligo o chuveiro em uma temperatura bem quentinha, quinze minutos depois já estou vestida. Uma calça legging preta bem justa, uma regata cinza, um cardigã fechado azul escuro com desenhos de cabeças de ursos polares na frente e meu vans Old School preto. Sorrio com a meiguice de minha roupa e retiro os óculos para fazer um delineado simples e passar rímel, na boca passo um gloss rosinha e deixo minha bochechas coradas com um pouco de blush.
Arrumo a mochila com o material do dia e retiro meu celular do carregador, saindo do quarto com pressa.
- vô ? - chamo descendo as escadas.
- sim . - o encontro sentado na Banqueta da copa tomando seu café preto e sem graça.
- como foi ontem ? - me sento na Banqueta ao lado e pego umas uvas.
- foi bem, consegui terminar um quadro bem difícil.
- que bom vovô, quando posso ver ? - pego uns morangos .
- logo Mia, logo. Agora tome um café reforçado, nada de só comer essas frutas pequenas.
- estou sem fome vô, não se preocupe.
- sem fome, você vive sem fome. Vou leva lá ao médico. - ele toma mais um gole.
- não precisa vô, já vou indo. Te amo.- beijo sua bochecha e ele sorri.
- vá com Deus Mia, e tome cuidado okay.
Deixo um beijo no ar enquanto pego as chaves do Fufu no quadro da cozinha, pego meu uniforme no varal e o jogo no banco traseiro do Fufu junto com a mochila. Ainda tenho que ir buscar Sam.

- não acredito que você deixou ele entrar na sua casa vestida daquele jeito ! - Sammy praticamente grita no meu ouvido e eu paro o carro por conta do sinal verde.
- Sam, eu ...
- você tá doida pra transar né ? - ele me interrompe e me encara malicioso.
- não Sam, não faz nem dois dias em que nos falamos e você já acha que eu vou transar com ele ! - digo indignada.
- desculpa morango, mas o que eu devo pensar depois de você me dizer que deixou ele entrar na sua casa você estando de camisola, tocar no seu lindo corpinho e te fazer querer ultrapassar a barreira da loucura ?
- pensar que eu apenas aproveitei o momento pra saber que aquilo não era um sonho . - respondo como se fosse óbvio.
- sonho seria se você não fosse tão insegura. Ele não é o Steven morango, e se for igual aquele idiota logo descobriremos.
- eu espero que não seja.

Já é tarde demais para proteger meu coração.

Sam foi na frente para poder falar com Brandon enquanto eu dobro meu uniforme, o reserva, e o coloco dentro da mochila. Me abaixo para pegar o short que caiu embaixo do banco traseiro e grito ao sentir uma mão na minha cintura.
- me solta. - me levanto rápido e começo a estapear Daniel por sua audácia.
- não deveria ficar desse jeito aqui, pode fazer as pessoas terem pensamentos maliciosos com a sua bunda.
Pessoas como você ?
- me deixa em paz Daniel. - digo tentando me afastar.
- não até me dar o beijo que me deve desde a minha festa. - ele se aproxima - só um beijo Mia e eu te deixo em paz.
- Daniel, para, por favor. - lágrimas começam a querer aparecer.
- ah Mia, eu só quero um beijo, não quero sexo. - ele me olha como um doente. - vem comigo, eu não vou te machucar.
- não, não vou não. - cruzo os braços com medo.
- só vem Mia. - ele pega em meu braço e o aperta.
Choro e tento me soltar, mas infelizmente ele é maior e muito mais forte que eu.
- Daniel, me solta por favor. Eu não te fiz nada.
- deveria ter pensado nisso antes de por aquele maldito vestido rosa e ter dançado daquele jeito na minha mesa de sinuca. Foi um show e tanto.
Ele está louco !
- Daniel me solta ! - grito na esperança de alguém ouvir, mas o estacionamento está vazio e a vaga aonde coloco meu Fusca fica distante da entrada do colégio.
Merda !
- Socorro ! - grito ainda tentando me soltar.
- quietinha Mia, quanto mais rápido ceder é melhor.  - ele me arrasta até umas árvores e me prensa em uma delas.
- socorro ! Alguém me ajuda ! - grito novamente.
- não vai demorar.
Daniel começa a beijar meu maxilar, segurando meus braços com os seus mãos fortes e brutas. Prendo a respiração quando sua boca toca o canto dos meus lábios, o medo me domina e eu não consigo pensar em outra coisa a não ser : Eu estou fudida !
Ele diz que não vai me machucar, mas não sabe o quanto isso está me ferindo de outra maneira. Eu estou tremendo, assutada com tudo isso e não tenho mais forças para tentar gritar, a rua deserta acaba com as esperanças de alguém me ajudar.

GraysonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora