Capítulo 123

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Paro o carro em frente a casa de Sam e aperto a buzina duas vezes seguidas, rolando os olhos suavemente ao vê-lo sair com a camisa aberta e os óculos escuros escondendo seus olhos. Sam abre a porta do carona e suspira pesado ao abandonar a mochila ao lado da minha, removendo os óculos em seguida e os jogando em cima das coxas.
- eu definitivamente não nasci para viver sob pressão. - dou a partida e coloco uma das mãos em seu joelho.
- o que aconteceu ?
- aquele peste do Nick desligou meu despertador, acordei com a sua buzina e vesti a primeira coisa que vi.
- uh, achei que ele havia parado de fazer esse tipo de coisa com você. - viro a esquerda e acelero o carro, querendo chegar mais cedo ao prédio escolar.
- ele tinha parado, mas desde que levei Brandon em casa a alguns aquele enviado do inferno começou a me encher o saco.
- e isso aconteceu só com o despertador ?
- não morango, Nick já colocou cola no meu mousse capilar, tinta preta no meu shampoo e pó de mico na minha toalha. - mordo o lábio para não rir.
- e tudo isso por que você levou Brandon na sua casa ?
- sim, acredita.
- talvez ele esteja com ciúmes de você Sammy, é algo normal entre irmãos mais chegados. - ele se vira e me olha como eu eu estivesse falando a coisa mais óbvia possível.
E realmente, eu estou.
- Nick num a teria ciúmes de mim, ele e seus doze anos infernais são ruína demais para pensar nisso.
- Sam, Nick sempre foi mais chegado a você, mais do que o Marcos, você sabe disso. A ida de Brando talvez tenha assustado o garoto, que normalmente, não pensava que o lance de vocês era tão sério assim. - entro no estacionamento da escola. - Nick estava acostumado a ver você saindo com garotos, não os colocamos dentro de casa, entende ? O menino está com ciúmes, por que talvez, tenha menos atenção do que tinha antes de Brandon aparecer.
- ah meu Deus, será morango ? Aquela peste com ciúmes de mim. - não sei o que é engraçado, mas uma risada contagiante escapa da garganta de Sam.
- o que graça isso tem ? - rio junto.
- vou zoar tanto aquele moleque que ele vai desejar nunca ter nascido. - ele ri mais e eu retiro a chave da ignição, o encarando feio por querer zoar o irmão. - mentira Mia, vou levar ele para tomar um sorvete.
- que bom.
Retiro o cinto e apanho a mochila, abrindo a porta e me esgueirando para fora do carro. Fecho a porta e vejo Sam fazer o mesmo, jogando a mochila sobre o ombro direito e pendurando o óculos na camisa. Mexo em meus cabelos e ando até meu amigo, que já está um pouco mais arrumado do que quando eu o apanhei em sua casa.
- e se eu levasse o Brandon junto morango ?
- melhor não, tenha um tempo só seu e do seu irmão, okay.
- claro.
Não sei o por que de tanta agitação na parte central do estacionamento, uma roda grande está formada e olho confusa para Sam, que me puxa pela mão esquerda até o meio da confusão. Não sei quantas vezes pedi desculpas por meu amigo ter empurrado alguém, nos aproximamos mais do núcleo da roda.
- vai Andrew ! - alguém grita ao meu lado e eu me viro para encarar a figura pálida e alta que quase me deixou surda.
Vai Andrew ?!
Solto a mão de Sammy imediatamente e não ligo de empurrar mais algumas pessoas para chegar até aonde está acontecendo a tal briga. Consigo passar por uma menina que estava em minha frente e abro os olhos mais do que o normal para acreditar que aquilo está acontecendo.
Andrew está por cima de Daniel desferindo socos e seu rosto, há um corte em seu supercílio direito e outro no canto dos lábios. Daniel está com um olho vermelho e os lábios um pouco mais machucados.
Que merda aconteceu aqui ?
Dou dois passos a diante e sinto mãos pegarem em meus braços, trinco o maxilar e me viro para olhar de quem as mãos pertencem. Kevin e outro membro do time, moreno de olhos claros.
- me soltem. - digo alto, desviando o olhar entre a briga e os garotos que me prendem.
- não ruiva, eles tem que resolver isso logo. - a voz de Kevin é seria, não como o dia em que ele deu em cima de mim.
Giro os olhos e grito ao ver Daniel invertendo as posições, socando o abdômen e o rosto do garoto de olhos verdes amendoados.
- me soltem agora, eles vão se matar ! - me remexo entre o aperto deles e decido fazer algo impróprio.
Levo meus dentes até a mão do Moreno e enquanto Kevin ouve sua reclamação de dor, chuto as bolas do outro, conseguindo me soltar.
- Daniel, para !!! - me coloco a frente deles e grito o mais alto que posso. - para por favor!
Aonde está Sam ?
Brandon ?
Meu Deus ?
Ninguém vai separar essa briga ?
- Daniel, para por favor ! - digo novamente, uma lágrima de nervosismo escorrendo pela minha bochecha esquerda.
Os olhos azuis em um ódio profundo, as íris tomadas pela raiva e os lábios em uma linha fina e inchada. O punho branco e com algumas gotas de sangue para no ar, a respiração descompassada e a camisa amarrotada.
Com a distração, Andrew aproveitou a situação para dar um soco certeiro no maxilar de garoto de olhos azuis, o derrubando no chão e o fazendo levar a própria mão até o local acertado.
- Andrew, para agora com isso. - grito para conseguir sua atenção.
Os olhares a nossa volta não querendo mais do que ver uma boa briga. Sam, agora já um pouco afastado da multidão, segura a mão de Brandon com força, alternando o olhar entre Daniel, Andrew e eu.
Os olhos verdes me olham com raiva, raiva por ter interrompido seus punhos, raiva por ter pedido para que ele parasse com a luta, raiva por eu ter parecido na hora errada.
- sai daqui ruiva, não quero descontar minha raiva em você. - a voz rouca e cheia de ódio, os punhos ainda cerrados , os cabelos bagunçados e o olhar mortal sobre o garoto caído no chão.
Mas que merda aconteceu agora ?
O que resultou nessa pancadaria ao ar livre ?
Eu vou descobrir !

GraysonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora