Capítulo 111

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Grudada ao braço de Sam, caminho até meu armário no corredor central da escola, observando o vai e vem frenético dos alunos do Grêmio escolar.
- o que o pessoal do Grêmio está aprontando ? - Sam pergunta já parando em frente ao seu armário.
Me solto dele e giro o cadeado para abrir o mais rápido possível.
- não sei, devem estar loucos atrás de uma fofoca para o jornal.
Abro o armário e pego o caderno de alemão e francês, deixando o livro de literatura e biologia na prateleira de cima.
- só espero que eles não façam outro artigo sobre as líderes de torcida, não aguento mais ouvir aquelas matracas gritando. - Sammy rola os olhos e enfio o caderno e os livros na mochila.
- realmente, a músicas de animação é horrível. - fecho o armário e me viro para ficar a sua frente.
- vamos logo comer, eu estou faminto.

" "

O filho da puta vai chegar amanhã de tarde, minha mãe quer fazer um jantar de boas vindas e pediu para que eu levasse você. Mas não sei se é uma boa ideia.
Andrew ❤️

Termino de ler a mensagem e enfio o celular dentro do estojo, quero evitar problemas com a senhorita Fisher e seu alemão esquisito. Olho rápido para o fundo da sala e encontro Andrew sentado ao lado de Cooper, os dois conversam em um tom bem baixo, pela cor da pele do rosto de Cooper o assunto deve ser delicado e me viro para frente para terminar minha tarefa.
- Andrew und Cooper, zögern Sie nicht, den Raum zu verlassen, wenn der Unterricht für beide nicht sehr produktiv ist. - ela diz em um tom de voz que eu realmente, confundiria com o de uma atriz pornô.  ( Andrew e Cooper, se sintam a vontade para se retirar da sala se a aula não está sendo muito produtiva para ambos.)
- Entschuldigung. - Cooper diz um pouco incomodado com os olhares em cima dele e do amigo. ( Desculpe )
- se precisam de ajuda com os exercícios, podem ficar na sala comigo quando a aula acabar.  - suas palavras são maliciosas e eu entendo como os idiotas do ano passado não reprovaram em alemão.
- não precisa senhorita Fisher, tenho uma ótima professora a minha disposição. - Andrew coloca a ponta do lápis na boca e me encara sorrindo.
A mulher na frente do quadro negro arqueia as sobrancelhas e finge concordar com o que seu aluno disse, abaixo o olhar para as respostas da tarefa e após conferir tudo me levanto para entregar a folha a ela.
- não quer conferir se está tudo correto querida ? - o batom vermelho em seus lábios é de uma cor gritante.
- eu já conferi tudo.
Ela toca a folha e quase a rasga com as unhas quando a pega da minha mão, respiro fundo e dou as costas para sua mesa, voltando para o meu lugar e guardando o material na mochila. Ainda faltam alguns minutos para as três, o que é agoniante, ficar olhando cada vez que o ponteiro se mexe para contar os segundos e perceber que nem tudo na vida passa rápido.
Quando finalmente escuro o som estridente como um despertador tocar me levanto rápido e empurro a cadeira para frente, sentindo logo uma mão em meu ombro e sorrindo ao ver a aliança de Prata brilhando no dedo anelar. Me viro devagar e jogo a mochila sobre o ombro esquerdo, encontrando um belo par de olhos verdes amendoados me encarando.
- que bom que seu humor melhorou. - sorrio e pego em sua mão, a retirando de meu ombro e entrelaçando nossos dedos.
- descontei boa parte da minha raiva no treino. - ele molha os lábios com a língua e por um momento, só por um momento, eu desejei atacar sua boca sem ligar para as pessoas que ainda estão na sala.
- que bom, e que história é esse de jantar para conhecer seu irmão ? - o puxo entre as carteiras fora fora da sala.
- minha mãe me mandou uma mensagem avisando isso, disse que eu deveria levar você e seu avô para nós conhecermos melhor. - ele rola os olhos nas ilhas duas palavras.
- e eu deveria ir a esse jantar ? Não vou estar entrando em um campo minado ? - empurro a porta.
- é melhor você ir para garantir que eu não vá estourar a cara daquele merdinha. - ele cumprimenta um dos garotos do time que passou por nós.
- eu vou, mas deixo o convite ao meu avô ser por sua conta. - agarro meu celular no bolso traseiro do jeans.
- ah não Mia, por favor. - os braços longos rodeiam minha cintura e me puxam para perto.
- ele não vai te matar Andrew, só mostre a ele que você é mais comunicativo e educado quando quer. 
- eu vou pensar okay.
Ganho um selinho e Andrew me puxa para grudar em seu peito, avisto Sam a poucos metros de distância e mordo a língua quando vejo sua expressão de raiva.
- acho que vou ter que arrancar as mãos de algumas líderes de torcida. - ele para em minha frente e joga as mechas Claras para trás.
- como assim ? - pergunto, acariciando os dedos de Andrew entrelaçados em meu peito.
- eu vi Samantha conversando com Brandon sobre alguma coisa relacionada ao próximo jogo, e durante a conversa aquela vadia fazia de tudo para tocar nos braços do meu gato. - ele esbraveja. - quase fui até lá e arranquei as unhas postiças dela.
- e ele não fez nada ? -
- o coitado não percebeu que aquela vadia estava dando em cima dele.
Começamos a andar em direção a saída e por incrível que pareça, não esbarramos em ninguém. Sammy é o primeiro a sair porta a fora e logo acelerar os passos até o namorado, que está logo parado em frente ao seu carro.
Andamos devagar até meu carro e abro a porta traseira para guardar minha mochila, Andrew para derepente quando fecho a porta para ir em sua direção e gelo quando vejo seu maxilar trincado, os olhos que antes estavam brilhantes ficaram frios e molho os lábios antes de me virar para encontrar o alvo de seu olhar fulminante.
- não vai me dar um abraço maninho ?
Anthony Grayson chegou antes do combinado !

GraysonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora