Uma flor para um jardim.

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Em alto mar

Sandra e Hugo vêem concretizar seu lindo sonho de amor, apesar da felicidade que emanava de seus românticos corações apaixonados, uma pontinha de tristeza no olhar distante de sua amada, faz com que Hugo a abrace indagando o motivo dessa súbita melancolia.
-Sandra minha doce amada, em um rosto tão belo quanto o seu nunca deveria haver nenhum pequeno traço de aflição.
Diga-me o que a angustia?!
- Desculpe-me meu amor, mas não consigo deixar de recordar-me de meu pai. Posso sentir o desespero que lhe causei, o amargor que o fiz sentir.
Eu o magoei e o feri, tal  qual, nenhuma filha deve 
Ferir um pai.
Minha felicidade deveras jamais será plena enquanto não tiver o perdão de meu velho pai.
- Não se apoquente minha querida, logo após nossa lua de mel voltaremos e implorar emos o perdão de seu pai, eu prometo que tudo se resolverá.
- Espero que sim meu amor, espero que sim!

E o navio rompe as ondas, seu balançar faz com que a paz acalente os corações de seus passageiros, que seguem seu sonho de amor em direção a Europa.
Porém a felicidade nunca se faz plena quando deixa-se mágoas nos entes mais queridos.

Fazenda Três Corações

Da mesma forma que Sandra pensava na dor que causou a seu pai, ele sentado no alpendre de sua fazenda, medita nas ações de sua filha. O amor de um pai misericordioso sempre fala mais alto, e seu Agenor libera o perdão após relembrar a boa filha que sempre teve.
Pensa com seus botões:
- Sandra minha menininha, mesmo meu coração estando tão cheio de vergonha e mágoas por ti, a perdoarei.
Sei que a culpa deveras também coube a mim.
Realmente um pai de verdade não deve obrigar sua filha a matar o amor de sua vida, condenando-a a infelicidade eterna.
Dizendo isso, levanta-se, monta seu cavalo e vai para a lavoura ver sua plantação que está caminhando lentamente.

Ouro Negro

A tardezinha vem chegando, o Sol avermelhado quase está por completo atrás dos montes. A brisa suave toca as palmeiras que bailam mansamente como se estivessem sendo embaladas por uma música lenta.

Lorena chega da lavoura e sobe ao seu quarto para lavar-se e aguardar Augusto que prometeu que viria a noite, o jantar está quase pronto.
Ana e Olga capricham na comida e na sobremesa, elas mimam a sinhazinha que se sente no. céu com tantos mimos.
Ao longe se pode ver um vulto branco que vem galopando pela estrada de terra batida, conforme os cascos do cavalo batem apressados ao chão, assim também bate o coração de seu cavaleiro, ele nunca imaginou que o amor fosse entrar em seu peito como uma flecha que aceita o alvo. Sua amada dama de ferro moldou seus pensamentos e sentimentos, colocou-os em uma fornalha aquecida e malhou o aço duro, obrigando-lhe a tomar uma nova forma.
O menino obediente e disciplinado transformou-se em um homem dono de suas próprias vontades. E amar a deusa que roubou-lhe o coração é seu doce castigo.

Chegando ao pátio da casa grande Augusto desmonta do Sultão que é levado por Pitu, que sempre com largo sorriso cumprimenta o senhorzinho.
- Boas noites, sinhozinho!
- Boas noites, Pitu.
-Podi dexa qui vou cuida bem do Sultão, vô trata ele com graminha bem fresquinha.
- Fico grato a você moleque.

Augusto sobe as escadas com uma linda rosa vermelha em suas mãos, chegando ao alpendre lhe vem a memória as muitas vezes que ali esteve, das quais na maioria delas foram angustiadas, mas agora a felicidade lhe parece que foi restaurada e o futuro promete ser de paz.
- Entra sinhozinho, a minina Lorena já tá deceno.
- Obrigada, Rita.
Olha para a escada que vem do segundo andar, seu coração fica aos saltos.
Lorena vem descendo em seu lindo vestido cor de rosa cheio de enfeites de rendas e fitas de cetim.
Augusto ao pé da escada está estático a beleza do vestido lhe era invisível, nem todo brilho dos adornos conseguem nem por um milésimo de segundos ofuscarem o esplendor jóia mais precisa, sua amada, a bela de Ouro Negro.
Ele como um bom cavalheiro estende-lhe a mão e a ajuda a descer o último degrau.
- Que bom que viestes, passei o dia inteiro pensando em ti.
- Pois comigo aconteceu o mesmo, por mais que eu tentasse cuidar de meus afazeres você minha amada, não saia de modo algum de meus pensamentos.
- Essa rosa que trazes na mão é deveras muito bela.
- Perdoe-me, não me recordei de lhe oferecer a rosa, pois quando a vi pude perceber que você minha bela, é um jardim completo. Deveras a culpa é sua por deixar-me inebriado com sua beleza e perfume.
Lorena, eis aqui uma flor para um jardim.
Augusto muito galanteador beijou-lhe a mão e a testa.
Ofereceu-lhe o braço e foram se acentar na sala de estar, aguardando a hora do jantar.

Maria Boaventuraa
11/3/2021

Saudades...

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