*Tiro fatal!*

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- Não poderei viver sem ela meu amigo sultão!

Disse ele para seu cavalo:

-Ela roubou minha alma, meu coração e não sei mais viver sem o toque de suas mãos.

Prefiro a morte ao não te-la comigo, não poderei possuir outra mulher.

Sandra para mim não existe, eu sinto ódio dela, ódio por ela existir, se ela sumisse, morresse, eu teria uma chance com Lorena.

O que estou  pensando!

Meu Deus! Eu só posso estar enlouquecendo!

Sultão meu amigo vamos andar um pouco preciso de ar, preciso respirar!

E monta em seu cavalo a pelo e galopa pelos pastos. Suas costelas ainda doem, porém isso não é empecilho para que ele saia a cavalgar pelos pastos e redondezas da fazenda.

Os pensamentos de Lorena também são os mesmos de Augusto, aquela tarde que lhe pareceu que a felicidade seria por toda vida, o destino e as finanças do Barão e talvez o respeito ou o medo que Augusto sente por seu pai o impeçam de tomar uma atitude que poderia mudar sua vida e a de Lorena para sempre.

Lorena monta seu cavalo e galopa para a mesma árvore que foi o lugar onde ela se sentiu a mulher mais feliz em toda sua vida.
Ela sai e Jordão não nota que  saiu, e ela vai sozinha para o lugar onde seus sonhos se tornaram realidade.

lá chegando, amarra seu cavalo no galho da arvore para que ele fique  pastando.
Ela deita-se sobre a  grama e sonha acordada.

Ao longe um cavaleiro à observa, ele vê que ela está só, deixa seu cavalo a uma distancia que Lorena não ouve, nem vê o tal cavaleiro se aproximar.

Ele chega como se tivesse pisando no ar e Lorena quando o percebe, está a um metro dela o coração salta e aquele homem lhe sorri.

- Ora, ora! Vejam se não é a sinhazinha do nariz impinado, e sozinha!

- O que fazes aqui seu Juca?

- O que fazes, o que fazes?!

Vim aqui somente para ver a sinhazinha!

Lorena estava deitada na grama e se levanta rapidamente.

Juca dá lhe um soco na face e ela fica tonta e cai ao chão.

- Não pense que vim fazer gracinha, sinhazinha! Vou gostar muito de minha vingança e a sinhazinha vai gostar também!

Lorena tenta recobrar os sentidos ela está deveras zonza com o soco, e Juca vira ela de frente, pois ela caiu de bruços.

-Você sinhazinha não é de se jogar fora, é muito bela, se não fosse tão metida eu poderia ta trabalhando agora em Ouro Negro ou na fazenda do barão, agora eu não tenho trabalho mais vou me divertir com a sinhazinha e vou gostar muito disso!

Ela tenta gritar! Sua voz não sai!  Tenta se mover e seu corpo não lhe obedece.

Juca tira-lhe o chapéu que estava enlinhado em seu cabelo e a boca de Lorena sangra, ele olha para os seios e desabotoa lhe o colete e abre-lhe a camisa. Ela tenta se mover outra vez, e ele da lhe mais um soco!

Aquele homem que mais parecia um animal queria cumprir sua vingança a qualquer preço e quando vê parte de seu corpo desnudo,  acaricia seus seios e sorri ao imaginar o que faria com aquela linda mulher,  se levanta e começa a tirar o cinturão e joga o de lado, tira a camisa e começa a desabotoar as calças.

- Você é uma deusa sinhazinha e eu vou usufruir de seu corpo até o anoitecer

E depois vou matá-la, para você aprender que com homem macho não se brinca!

Ele gargalhou e continuou a desabotoar as calças.

- Daquele barão eu me vinguei torrei seu café na casca, mas você e bela demais pra queima seu café, eu quero e me queimar nesse corpo.

E quando ele estava totalmente nu, veio para tirar às botas de Lorena. E com o movimento que fez puxando com força para arrancar lhe as botas ela acordou.

E ao pé da arvore estava o coldre com a arma no meio do capim e o Juca que estava tão interessado em consumar seus desejos lascivos não notou que Lorena tirará a arma para deitar-se à sombra da arvore, ele puxava as botas, ela pegou a arma e apontou para a cabeça de Juca que estava em direção aos seus joelhos.

E mesmo com seus olhos inchados,  tenta mirar bem na cabeça, e buscando em seu mais profundo ser forças diz olhando para ele:

-Morre!

E puxa o gatilho!
Um estouro forte fez com que sultão disparasse e Augusto viu que o barulho veio da direção da árvore do amor, ele galopa o mais que pode e chega rapidamente, pois  estava indo para aquele lugar.

Juca cai nu sobre Lorena que não tem forças para tirá-lo de sobre si.

Ela grita e chora, quando ouve um galope vindo em sua direção.

Augusto vê aquele homem nu com os miolos para fora da cabeça, embaixo dele está sua amada Lorena.
Sua boca inchada sangra, seu olho está roxo está tão inchado que ela luta para ver algo, porém é impossível.

Augusto tira Juca de cima dela, ele está atônito.

-Lorena, meu amor o que aconteceu, pelo amor de Deus?! Diga-me?

Ela está coberta de sangue com sua blusa desabotoada e seus seios estão á mostra.
Augusto a pega no colo tira-a  daquele lado da árvore, ela segura sua blusa e ele gentilmente abotoa seu colete. Vendo naquele rosto desfigurado o medo e o horror que ela passou com o tal Juca.

Em seus pés uma bota, a outra, Juca já havia tirado ele está com o cérebro espalhado pelo tiro que levou. O corpo de Lorena coberto de sangue e cérebro, ela chora, Augusto a abraça com tanta força e diz:

- A culpa é minha, meu amor! Eu á chamei em pensamento para vires aqui. Eu precisava vê-la e olha o que houve com você!

-Augusto, Augusto!

-Diga! Meu amor.

-Leve-me para casa!

Ele a ajuda se levantar, ela olha Juca morto nu no chão. Ela pede para se aproximar, ele diz para ela não ver aquilo, porém ela insiste e ele segurando na cintura dela á leva para perto de Juca, ela faz um esforço descumunal e cospe naquele corpo ensanguentado.
Grita bem alto.

-Maldito! Maldito! Queime no inferno!

Augusto pega o cavalo dela e o dele coloca a em sua frente sobre o sultão e ruma para Ouro Negro.

Maria Boaventura.

A BELA DE OURO NEGRO حيث تعيش القصص. اكتشف الآن