Primeiro amanhecer

340 35 47
                                    

    Capitulo 2

Amanhece em Ouro Negro...

Ao descer as escadas Lorena depara-se com senhor Antônio e mais dois homens, Constâncio e Juca.

Constâncio é o feitor, homem sério de dura fisionomia parecia ser solitário e severo, mas apesar de sua aparência era um homem bom que tinha um sonho guardado no peito, 0 qual o tempo iria revelar.

Juca é o capanga, de semblante fechado os olhos maliciosos, não inspirava confiança. Os três homens estavam parados no meio da sala.

-Senhorita Lorena, este é Constâncio o feitor, e este é Juca ele auxilia Constâncio com os escravos na lavoura, ambos são da mais pura confiança.

- Muito prazer! disse Lorena.

-Amanhã sairei para conhecer a fazenda e gostaria que o senhor Constâncio me deixasse a par de tudo, do funcionamento das lavouras, dos escravos...

Mas amanhã, por favor!

-Muito bem senhorita, amanhã logo cedo estarei aqui e lhe deixarei a par de tudo. Tenhas um bom dia.

Disse Constâncio e logo saiu juntamente com Juca.

- Bons dias para vocês.

Senhor Antônio, logo após tomarmos o café da manhã podemos ir ao escritório, se houver um é claro!

E leremos o testamento de meu pai.

-A senhorita verá que a casa tem um excelente escritório. disse senhor Antônio.

- Ana o café!

- Sim sinhá.

Logo após o café da manhã Lorena e senhor Antônio adentram ao escritório que era também uma pequena biblioteca, muitos livros que em uma parede lateral subiam até o teto.

Lorena fica maravilhada com tantos exemplares.

-Tudo que seu pai fazia, ele dizia que era para você, a sala, o escritório, o seu quarto, a fazenda enfim, tudo ele fez por você:  disse o senhor Antônio.

_ Uma pena que meu pai não me deu o que eu mais desejava...

Pensa Lorena.

- A árvore não joga o fruto longe do caule mesmo.

Diz Juca.

-Porque isso Juca?
Indaga Constâncio.

-Está sinhazinha do nariz empinado é igual ou pior que o pai.

-Não julgue por si Juca! E vai levar os negros para a lida, já esta tarde.

Juca sai batendo e esporando seu cavalo. Xingando e mal dizendo.

Enquanto isso na casa grande...

- Senhorinha Lorena, vou ler o testamento de seu pai.

Testamento

Eu Jose Jerônimo Carvalho  de Nóbrega gozando de minhas plenas e perfeitas faculdades mentais deixo todos os meus bens para minha única e amada filha Lorena Carvalho de Nóbrega. Quatrocentos alqueires de terras todos os animais, escravos, plantações. Uma casa na vila, aplicações no banco. Tudo que com trabalho de uma vida toda consegui. Eu deixo para minha filha a qual amo com todo meu coração... E a abençoo etc.

E continuando, senhor Antônio entregou a Lorena todos os documentos de todas as posses que seu pai lhe deixara

- Aqui estão todos os documentos, de tudo que seu pai lhe deixou senhorita. Também quero lhe deixar um conselho menina, cuidado com os fazendeiros vizinhos eles vão querer comprar suas terras, aliás tudo que é seu a preço de bananas, cuidado!

A BELA DE OURO NEGRO Where stories live. Discover now