O dote de Lorena

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O que o Barão não estava ciente é que Lorena não havia nem sequer cogitado a ideia de dote, pois quem da o dote são os pais da noiva e ela não os têm para que reclamem o tal dote.

O sol vem rompendo a madrugada que coloca os galos de pé, e eles cantam encantando, assim o amanhecer do campo que está molhado pelo orvalho que caiu durante a noite.

-Bons dias sinhazinha minina! Como passou a noite?

Lorena vem descendo as escadas, trajada de sua calça e de sua blusa branca de babados, por cima um colete e as botas de cano alto, vestimenta que lhe caiam maravilhosamente bem. Os cabelos trançados jogados para o lado direito e seu chapéu negro como uma noite, que se tornava belíssimo por uma fita de cetim azul que caia-lhe sobre a trança,  todo o conjunto deixava a dama de ferro uma deusa da beleza.

-Fabíola minha querida, passei uma noite agradável e dormi como um anjo em minha cama, não existe lugar melhor no mundo do que nossa própria cama.

-não memo sinhá!

- já disse que me chamem de senhorita.

-descurpa é o hábito.

Todos chegaram e cumprimentaram Lorena e logo após o café da manhã todos foram cumprir suas obrigações.

*Santa Lúcia*

O barão quase não dormiu,

 ao contrario da baronesa, que dormiu em paz sabendo que seu filho estava bem.

Na mesa do café todos estão reunidos.

- Como passastes a noite maninho ? 

E até agora não me contastes o que deveras aconteceu com Sandra e o seu Agenor.

- Deu tudo certo, os rapazes o prenderam e consegui embarcar com a senhora Sandra para a capital, e chegando lá nos encontramos com o senhorzinho Hugo e com Lorena. Hugo e Sandra se casaram e viajaram para a Europa.

- quer dizer então que a espevitada da senhorita Sandra casou se com o primo da dama de ferro?

E você Augusto porque não chegou aqui casado também?

-Lorena quer ter um casamento como se manda o figurino, ela faz questão de casar se na presença de todos os amigos.

Tomemos nosso café que logo partirei para Ouro Negro.

- Filho, eu vou com você.

- E eu também irei!

- Ora vejam só!  Todos afoitos para reverem minha noiva.

O melhor será todos irem á noite para o jantar.

- Faço questão de ir agora!

- Papai!

- Não adianta, já disse que irei!

E após uma  grande relutância de Augusto, que não levou a nada,  sai a cavalo ele seu pai e seu irmão rumo a Ouro Negro.

Lorena andava para os lados do engenho que estava a moer e todos estavam trabalhando na fabricação do melado e do açúcar, embora o açúcar da região não fosse uns dos melhores.

O do engenho de Ouro Negro era especial com uma cor bem mais claro graças à sabedoria de Constâncio que aprendera o refino com os holandeses e por esse motivo o açúcar de Ouro Negro era muito requisitado pelo comercio local e até algumas cidades próximas compravam o açúcar de Ouro Negro .

Ao longe Jordão avista três cavaleiros que se aproximam.

- Sinhá, vem gente de fora para o engenho.

A BELA DE OURO NEGRO Where stories live. Discover now