O Cupido

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- Meu amado amigo, sejas bem vindo a minha casa!
- Estais mais linda do que sempre, como foi me feito o convite, eis-me aqui em sua fazenda.
- Minha casa está sempre de portas abertas para um tão querido amigo, mas venha e se achegue.
E os dois sobem as escadarias se encontrando no alpendre com a senhorita Iara.
- Dionísio, essa é Iara uma amiga querida, filha de um estimado vizinho e também meu amigo.
- Me é um imenso prazer conhecer tão linda jovem Senhorita.
- O prazer é todo meu senhorzinho.
E ali naquele instante nasce um brilho nós olhares daqueles jovens.
- Assentar-se e vamos conversar sobre o Rio de janeiro e seus vislumbrantes atrativos.
- Antes de adentrar-mos a este  assunto, tenho um telegrama para você minha amiga Lorena.
E entrega lhe um telegrama de Hugo, avisando sua chegada em breve ao Porto do Rio de janeiro.
- Veja Iara até parece que adivinhastes vindo hoje aqui, são notícias de Sandra e Hugo.
Eles estarão em breve de volta e está tudo muito bem com eles.
- Parece-me que eu estava a antever, são notícias maravilhosas!
- Uma explêndida adivinhação foi o que me trouxe hoje aqui, pois não é sempre que se encontra uma jovem Senhorita tão bela, uma ninfa que faria a deusa Era sentir ciúmes e vergonha de sua disforme aparência.
Iara cora, sua timidez a força a baixar a cabeça e dar um breve sorriso.
- Não se acanhe Iara, Dionísio é um poeta amante de lisonjas, e também um bobo da corte irremediável.

Enquanto Lorena ainda está a falar, dois  cavaleiros se aproximam a galope.

- Mais visitas Senhorita, temo ser papai e Rafael a minha procura, eles não me deixam respirar por nenhum momento.
- Deveras são eles, deixe-me recebê-los e justificarei sua vinda.
Dei-me licença Dionísio.
- Toda a licença do mundo, minha amiga.
- Bons dias, senhor Agenor.
Sinhozinho Rafael, sejam bem vindos.
- Bons dias Senhorita, vejo que minhas suspeitas se confimam. Iara veio galopando para esses lados e logo supus que essa garota sapeca tivesse vindo a sua fazenda.
- Não se apoquente seu Agenor, É-me sempre uma honra receber tanto a senhorita, quanto vocês dois.
Vamos, nós acheguemos para tomar um cafezinho coado na hora.
- Quero lhes apresentar meu muito caro amigo Dionísio, ele acaba de chegar da corte e trouxe-me notícias de Hugo e Sandra.

Eles se cumprimentam e Iara diz que a culpa de sua fuga é deveras dele, pois não lhe dá informações sobre sua amada irmã. Rafael e Dionísio conversam amigavelmente e Lorena põe panos quentes nós arroubos de Iara.
O cafezinho chega e a prosa se torna muito agradável para todos.
Os olhares de Dionísio e Iara de quando em vez, se encontram.
Ao longe se vê uma carruagem chegando, acompanhada por dois cavaleiros e um carroção com grades de ferro cheio de escravos. Duas famílias completas, um homem, uma mulher e quatro filhos, sendo dois adolescentes e duas crianças menores. A outra família era consistida de um homem, uma mulher e três crianças pequenas. Onze almas humildes e sofridas as quais o futuro havia presenteado com a bondade de uma mulher sonhadora e amável por nome de Lorena.

- Senhorita, vejo que estais deveras ocupada, iremos para nossa fazenda e em outra oportunidade voltaremos para uma visita.
- De modo algum! Faço questão que fiquem para o almoço, não sabemos quando teremos outra chance tão agradável como está sendo essa.

A carruagem chega, e desce uma mulher com um semblante firme. Ela veste-se elegantemente, apesar de seu vestido ser preto como era de costume para mulheres viúvas da época.
Juntamente com ela desce uma jovem muito bonita de seus dezenove anos, Estela a sobrinha da senhora a qual a criara desde a morte de sua irmã, e de seu cunhado.

- Dona Perpétua, vejo que recebestes minha carta?! Alegro- me com sua presença.
- Bons dias Senhorita Lorena. Essa é minha sobrinha Estela, ela é filha de minha falecida irmã a trouxe comigo, pois ela manifestou um grande desejo de conhecê-la.
- O prazer é todo meu, Senhorita Estela!

Venham, vamos entrar e tomar um cafezinho coado bem agorinha. Lorena pede a Jordão que aloje as famílias e lhes explique como tudo corre em Ouro Negro, também pede para oferecer a todos um café da manhã na nova cozinha.

A BELA DE OURO NEGRO Where stories live. Discover now