A BELA DE OURO NEGRO

*Ajuda necessária*

- O café chega e Lorena serve o Barão que rapidamente vai logo ao assunto que o trouxe á Ouro Negro.

- Senhorinha, a senhorinha me disse que suas terras já estavam prontas para o plantio e que se eu o precisasse me arrumaria alguns trabalhadores seus,

 pois bem! Preciso.

Estou todo atrasado com minhas terras e meu plantio está sem possibilidades de acontecer, se a senhorinha puder me arrumar alguns de seus homens ser-me-ia de um favor tremendo.

- Por certo que sim senhor Barão! 

Acabou-se meu plantio e o trabalho do engenho será trabalho para poucos homens.

Somente tenho um pedido a fazer.

-Pois me diga senhorinha que o farei.

Todos os meus trabalhadores são livres eles trabalharam a finco,

 porém sem gritos, açoites...

-Não se preocupe quanto á isto, todos serão respeitados.

-Pois bem, eles irão amanhã mesmo e o ajudaram no que for preciso.

- Fico-lhe muito agradecido. 

Estamos às voltas com o casamento de Augusto que não nos a sobrado mais tempo para nada e os dias estão voando.

-Sim, e como estão os preparativos para o casamento?

- Senhorinha, nós nunca tivemos tanto trabalho na vida e digo para senhorita quando o noivo se recusa em ajudar, as coisas ficam bem complicadas!

- O noivo se recusa?

- Sim, ele não está muito favorável ao casamento, más dei minha palavra e...

Lorena diz em seu pensamento junto com o Barão.

-Palavra dada, palavra cumprida!

-Esse casamento sai nem que eu leve um cadáver para a igreja!

- O Barão está mesmo decidido a realizar este casamento.

-Este casamento é uma questão de honra para mim, uma questão de honra!

-Muito bem, senhor Barão amanhã logo cedo todos os homens que puderem irão para Santa Lucia.

-Agradeço-lhe senhorita!

E tenho que ir, já se faz tarde e tenho muitos afazeres.

- Lembranças para a Baronesa!

-Será lembrado!

E o barão desce as escadas entra em sua carruagem e parte deixando um rastro de poeira por onde passava.

Lorena também desce as escadas da frente da casa grande e vai se encontrar com Constancio e Sebastião.

-Preciso falar com os dois.

-Sim senhorita pode dizer!

-O Barão veio me pedir ajuda para ajeitar suas terras para o plantio, 

quero ver com vocês quantos homens podem ir sem atrasar nosso serviço aqui na fazenda?

E quero que Constancio vá junto com os trabalhadores de Ouro Negro, pois não aceitarei que eles sejam humilhados ou tratados como escravos.

Por isso, Sebastião você fica com quem ficar trabalhando aqui, creio que serão poucos dias, e quero que os que forem dêem seu Maximo para provar para todos que homens livres ou aqueles que trabalham por suas liberdades trabalham com dedicação e desvelo. Mostraremos que os trabalhadores de Ouro Negro são os melhores trabalhadores que existem.

-Assim será sinhazinha! Eu irei e vou escolher os mais fortes e dedicados para irem e nós vamos provar que nós daqui não somos preguiçosos.

- Muito bem! Virei à noite para conversarmos com todos e vocês dois escolham os mais fortes para irem, a labuta lá será renhida, mas vamos envergonhar os coronéis escravocratas! E o Barão terá que se render á nossa força.

*Santa Lucia*

O Barão foi rápido em Ouro Negro e volta para sua fazenda.

- já chegastes papai? A visita foi rápida, nossa vizinha negou-lhe ajuda?!

- Pois claro que não! Amanhã seus homens estarão aqui para nos ajudar!

-Esta dama de ferro tem honradez, prometeu ajuda e cumpre sua promessa!

- Otávio meu filho, se ela o quisesse eu á casaria contigo!

-Não brinques comigo papai, ela certamente me castraria quando eu estivesse  dormindo, se soubesse que ando para os lados do bordel!

- Nisto tens razão essa mulher que amanhece com uma arma no coldre e que monta feito macho, certamente te castraria na primeira noite.

E os dois riem como nunca*

Augusto vem se aproximando e Otávio diz:

-Papai, porque o senhor não á casa com Augusto, da maneira que ele é tão pacato que não vai noite alguma no bordel a dama de ferro o dominaria e ele ficaria feito um cordeirinho e sempre preservaria suas partes.

Alem de ser um homem rico!

Rico e com suas partes sempre no lugar, não existe destino melhor!

-Este destino não é para Augusto ele já tem noiva, agora você meu filho pode ir lá na casa da dama de ferro e conquistá-la para você!

- Não me desafie papai, não me desafies que irei!

E riem outra vez.

Augusto fica serio como sempre e pensa em Lorena novamente.

Não tenta defendem-la das brincadeiras de seu pai e irmão, o coração dele está tão ferido que o silêncio lhe é seu melhor amigo nessa hora.

Ele vira-se e caminha para os lados da cocheira e vai acariciar seu cavalo e relembrar à tarde que passou com Lorena.

lembra-se de sua boca de veludo, seus cabelos que cheiram á rosas e seu coração que pulsava no mesmo compasso que o dele. Aqueles olhos que faiscavam o amor mais verdadeiro, sua voz que parecia à voz de um anjo...