*Alforria*

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Eu a comprei pelo seu conhecimento Tereza!

 Quero que você dê aulas para todos em minha fazenda.

-A sinhá vai ensinar seus escravos a lerem?

-Sim Tereza! Mas em minha fazenda não tenho escravos eles são livres, em minha fazenda e daqui a duas colheitas lhes darei a carta de alforria e quero que todos eles leiam suas cartas de alforria e saiam de cabeças erguidas, os que quiserem partir,

 é claro! Os que ficarem receberão um salário digno!

-Eu ficarei muito feliz em ensiná-los eu me empenharei o Maximo que puder para que eles aprendam a ler e escrever.

- Muito bem Tereza, é exatamente isso que quero de você, que os ensine e terá que ter muita paciência com eles não será tarefa fácil.

- Eu darei conta sinhá.

-Não me chames de sinhá, todos me chamam de senhorita, menos Rosauro e Ana...

E Lorena sorri ao falar dos dois.

Em suas mãos está a bolsa de couro com documentos que ela havia separado

E entregado nas mãos do senhor Antonio para que ele fosse ao tabelião e redigisse os tais papeis.

Quase chegando a Ouro Negro encontram pelo caminho o sargento da guarda que esteve em Ouro negro para conversar com Lorena.

-Boas tardes senhorita!

- Boas tardes sargento!

- Estive em vossa casa para conversar mos sobre seu escravo Sebastião.

- Sargento o senhor irá prender o senhor Juca?

- Não poderei prendê-lo a lei está á seu favor.

- Então sargento, nós não temos o porquê conversar mos, 

ele me ameaçou esmurrou Sebastião até que desmaiasse e não tem leis para prendê-lo.

Então deixe como está!

- Me perdoe senhorita, é a lei!

- Está bem, espero que o senhor Juca não volte á ameaçar-me a mim ou alguém de minha fazenda.

- Tive um dedo de prosa com ele e imagino que não se repetirá o ocorrido. Expliquei-lhe sobre as conseqüências,

 que se ele não parasse de importunar a senhorita poderiam recair sobre ele.
Ele sabe o quanto as leis são severas se proceder errôneamente  contra alguém como a senhorita.
- Você quer dizer; Branca, rica e mulher?!
Sinceramente, sargento...

Espero, tenhas uma ótima tarde!
Lorena fica realmente indignada, o sargento vendo a revolta da jovem, não tendo mais argumentos cutuca a anca de seu cavalo

E tocando na aba de seu quepe ele a cumprimenta e seguue seu caminho para São Gabriel.

*Ouro Negro*

A BELA DE OURO NEGRO Where stories live. Discover now