*Brindemos ao desamor*

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O barão gritava e mal dizia de Augusto.

- Que desfeitas esse meu filho fez comigo, hei de morrer de desgosto, e agora o que faremos sem o dote daquela espevitada!

Ainda bem, que guardei a carta que me veio a calhar se não fosse a tal carta teríamos mortes neste casamento fracassado.

E tu Cândida! A culpa é toda sua por mimar estes teus filhos e olha no que deu!

Agora Augusto me provoca esta falseta e nós estamos na banca rotas e tu Cândida é a culpada!

A noite chega e o povo vai cada qual pra suas casas e o falatório continua por toda a noite.

Sandra tira o vestido que está sujo e o véu que está rasgado e olha as marcas que seu pai deixou, apesar da vergonha e da surra ela está é só felicidade, em seu quarto que agora lhe virou uma prisão, pois seu pai o trancou e levou a chave consigo. Ela pega um lenço de Hugo e o cheira e em seu íntimo agora ela tem a certeza.

-Ele me ama e não me deixou, aquele barão pegou a carta.

E eu estava para morrer de amor, agora sei que ele me ama, não irá nada impedir que eu fique com ele.

Só a morte, só a morte!

Em Ouro negro Constâncio chega e vem para a sala e conversa com Augusto.

- Sinhozinho, venha para a sala de jantar, venha comer um pouco que isso logo passa.

-Constâncio, eu deixei tudo por ela e agora ela se foi, eu não tenho se quer uma muda de roupas para me trocar e ela foi embora, o que será de mim? Meu pai não há de querer me ver nunca mais.

- Sinhozinho, venha jantar e logo após pedirei para Maria que lhe arrume uma cama para dormir, não existe nada melhor que uma noite de sono para colocar as idéias no lugar.

- Está bem! Eu aceito a cama, porém jantar não, por favor.

Quero me recolher e decidir o que hei de fazer.

- Como queiras, senhorzinho.

Maria arrume o quarto de hospedes para o senhorzinho dormir e vê se arrume para ele algo para comer.

- Por favor, eu desejo somente repousar.

E Maria o conduz até o quarto de visitas.

Augusto joga-se sobre a cama e seus pensamentos vagam por todos seus atos.

Ele medita sobre a loucura que cometeu e deduz que fez somente o que seu coração lhe ordenou.

- Lorena minha amada, venhas para mim e não me deixes há sofrer!

Volte meu amor, volte.

O trem de ferro apita e vai bem devagar até para na estação da capital.

Ana se maravilha com a visão de tão grande movimento de troles e carruagens ela se esquiva de tudo e Lorena sorri.

A BELA DE OURO NEGRO Onde histórias criam vida. Descubra agora