- Embora isso a mim também me soe como se fosse uma lança á transpassar meu peito, temo que não possa evitar esse acontecimento.
- Será para mim primo como um castigo, eu não consigo esquecer-me das juras de amor eterno que ele me fez, eu também jurei amá-lo eternamente, só não fui á igreja para não ter que pega-lo pela gola do paletó e arrastá-lo para fora da igreja ou pior, puxar sua amada Sandra pelos cabelos e me coloca em seu lugar.
-Está á ficar muito brava prima e com que fizestes com o Juca, temo que tanto Augusto quanto o padre, não demorassem em realizar seu casamento e estaríamos todos felizes!
E eles sorriem, deixando Ana e Olga mais despreocupadas.
Lorena sempre foi muito bem quista na capital principalmente em reuniões abolicionistas, ela como mulher que sempre lutou pela igualdade racial era ouvida por todos e admirada também e tão logo souberam de sua chegada marcaram uma reunião na casa de Hugo onde a nata da sociedade que apoiava o abolicionismo estaria em peso, Lorena fica eufórica por saber que a noitinha iria rever seus amigos de causa.
Antes do almoço Lorena sai com Ana para que ela conheça um pouco da cidade.
Embora Lorena queira ser forte e dizer para si mesma que lhe é melhor esquecer Augusto o coração dela teima em relembrar os pequenos momentos de felicidade que viveu junto á ele e ela sente que é deveras difícil esquecer o amor.
Ela sai com Ana pelas ruas de comercio e a todo momento Ana se depara com coisas que nunca em sua humilde vida de escravidão houvesse visto e isto causa lhe espanto e admiração e Lorena lhe explica com todo carinho tudo que ela lhe pergunte.
Elas caminham e Lorena se depara com uma casa de modas e ela entra com Ana, logo vem uma mulher bem trajada e com um olhar de poucos amigos,
diz á Lorena;
- Bons dias senhorita, gostaria de ver algo em particular?!
Temos modistas e se a senhorita quiser pode encomendar um vestido ou experimentar um que já esteja pronto.
- Bons dias senhoria! Eu gostaria de ver alguns prontos, por favor!
-É claro, mas a senhorita me perdoe, mas os escravos ficar fora da loja.
- Me desculpe, eu entendi bem o que me dissestes?
Que Ana terá que aguardar-me do lado de fora!
- Sim, escravos não ficam esperando aqui dentro.
A jovem vendedora olha com desprezo para Ana e aponta à porta, Ana envergonhada abaixa a cabeça e vai saindo, porém Lorena lhe segura o braço e diz;
-Ana fique!
-Num tem probrema minina, eu saio.
-Não sairás, de modo algum!
Ela fica aqui comigo, e para que saiba melhor, ela é livre e não há aqui nesse muquifo alguma coisa que me sirva para usar!
Lorena sempre altiva e de sangue quente logo levantou sua voz.
E derrepente um senhor que era alfaiate e também dono do estabelecimento sai de uma porta do lado do salão da casa de modas onde ficava o local que se costuravam os vestidos e olha para a jovem que atendia Lorena e pergunta o que está havendo.
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A BELA DE OURO NEGRO
RomanceUma jovem, Uma herança, Um sonho... Nada pode deter uma mulher repleta de sonhos e cheia de vida. Lorena irá mudar pensamentos, conseguir um amor impossível. Conseguirá conquistar vários aliados para vencer uma guerra, A cor da pele será o estopim...