Cortinas de cetim

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Capitulo 8

Uma nova temporada começa em Ouro Negro, os trabalhadores trabalham como nunca, todos cumprem suas obrigações, Lorena diz a Sebastião que improvise uma casinha para o casal com as crianças, que todos os dias logo cedo estão na lida.

Sem nome, continua quieto... Suas feridas cicatrizaram, ele também todos os dias está na lida. Constâncio não precisa mais cuidar dos escravos na lavoura, Sebastião cuida de todos. Eles trabalham com afinco de sol a sol.

A colheita se aproxima os grãos de café estão vermelhos como sangue, na segunda feira começa a colheita, será o último domingo de descanso até o termino da colheita e todos os trabalhadores estão de folga.

Eles pescam, cantam músicas africanas, colhem frutas no pomar andam pela fazenda. Se sentem livres...

Ema e João estão em uma casinha de pau a pique que improvisaram para eles se sentem no céu, a casinha é como se fosse um palácio para quem vivia preso nas senzalas das fazendas.

Lorena conversa com todos os trabalhadores sem exceções, eles têm respeito e admiração por ela, ela ouve suas histórias de infortúnios e castigos e lhes dá sempre uma palavra de consolo. Sempre sorri com a simplicidade de seus pensamentos e palavras, conversa com Rosauro e aprende com suas experiências de vida.

Pitu é seu acompanhante por todos os lados sempre com seu largo sorriso.

Eles são para ela como família.

Chega o grande dia do início da colheita...

Peneiras, balaios e os carroções para trazer os grãos para o terreiro de café.

Primeiro dia da colheita, todos logo cedo vão para a lavoura.

Os cafezais estão muito carregados e prontos para a derriça, todos estão trabalhando, Lorena chega em meio ao cafezal e vê tantas peneiras abanando, os grãos vão ao chão e são novamente recolhidos com as peneiras, separam-se as pedras e as folhas, coloca-se nos balaios e são trazidos aos carroções que quando cheios, vão para o terreiro.

Ela observa e diz:

- Constâncio, não há outra maneira de colher? Desta forma se levara uma eternidade para terminar a colheita.

- Senhorita, é assim mesmo que se colhe não existe outra maneira, não se preocupe com certeza terminaremos no tempo certo.

Lá se foi o dia... Parece que não rendeu nada o serviço, o café que foi colhido é trazido ao terreiro, Lorena olha com um olhar de preocupação.

Sebastião a observa e diz;

- Sinhá é desse jeito mesmo, demora mas, a gente vai da conta!

Quando cai a noite Lorena deitada em sua cama medita sobre a colheita.

Olha para as cortinas de cetim de suas janelas...

E lhe vem uma ideia em sua cabeça.

O dia não amanheceu ainda e todos estão de pé em Ouro Negro.

Pitu já está com seus pés todo molhado pelo orvalho do pasto, Rosauro com praticamente todo leite tirado, Ana e Maria na cozinha com o café quentinho sobre a mesa e todos os trabalhadores se ajeitando para irem para a lavoura.

Lorena desce as escadas correndo, serve-se de uma xícara de café.

- Nossa como está quente Maria!

- Acabo de sair do coador sinhá!

- Está uma delícia, porém, quente!

Constâncio chega à cozinha para o café da manhã. Lorena lhe diz:

A BELA DE OURO NEGRO Onde histórias criam vida. Descubra agora