capítulo 5

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Bárbara narrando

A cada dia que passa se torna mais difícil de lidar com meus pais , parecem não estar felizes com oque eu sou , sempre exigem mais.
Era por volta de três da madrugada quando decidi ir até a casa de Christopher para dormir em paz, mais uma vez meus pais brigavam por motivos inúteis.

Babi: sabe oque me dói? eu só queria poder ser igual outras pessoas da minha idade , moram sozinhos e sem ninguém te perturbando como se fosse uma criança de dez anos.
Chris: não se compare , cada um tem o seu estilo de vida. Mas se você quer isso não pode desistir, tem que lutar cada vez mais! -- limpa algumas lágrimas que correram no meu rosto.
Babi: obrigada por estar comigo. Amanhã , no caso sabado , eu vou fazer algo e quero que não conte a ninguém.
Chris: depende do que for...
Babi: eu vou acompanhar Milena até o cassino , meu avô me explicou muito sobre esses jogos e quero experimentar.
Chris: você tem certeza disso? você pode perder até o pouco de dinheiro que têm.
Babi: certeza não tenho , mas quero ver como funciona. Vou dizer aos meus pais que irei a casa do Matheus , assim pelo menos não me perturbam.

Chris: pense bem, você é inteligente e acredito que sairá bem.
Babi: é tudo na brincadeira , não tenho intenções de voltar mais vezes. -- por ter tido um dia longo e quase nem dormi , solto um bocejo.
Chris: isso você pensa outra hora , agora descansa.

A casa é mediana mas tem um conforto surreal , peguei um colchão e coloquei na sala próximo a lareira , fechei os olhos e em meus pensamentos comecei a pensar positivo. E se eu realmente me der bem? me sinto péssima por saber que só Chris me apoia de todas as pessoas que estão a minha volta.
Para ir em um lugar desses temos que usar roupas mais elegantes , vestidos colados e cheios de pedrarias brilhantes , saltos de quinze centímetros e uma bolsa de mão carregada de notas de dólares , coisas que eu nunca cheguei a ter. Como pedi um adiantamento do meu salário vou usar uma porcentagem para comprar um vestido para a noite,  Milena diz ser bem rápido mas acredito que irá me abandonar.

Relaxei os músculos no colchão duro e alisei o avermelhado que meu pai me deu no meu braço, esperei o sono me domar.

Acordei bem cedo com os pássaros cantando na janela. Hoje ainda é sexta feira e o último dia da semana que tenho que trabalhar.
Levantei e já encontrei meu amigo preparando café na cozinha.
Babi: bom dia. -- puxo uma das cadeiras da mesa de jantar e sento em sua frente , já o mesmo me servia uma xícara de café.
Chris: dormiu bem? -- assinto , mas na verdade quase nem dormi.

Babi: posso tomar banho no seu banheiro? já estamos atrasados para o trabalho. -- termino de beber meu café bem rápido.

Entrei no seu banheiro e comecei a me despir. Prendi meu cabelo com um elástico que estava no meu pulso e deixei a água cair sobre meu corpo.

Quando chegamos já fui trocar de camiseta , nem tive tempo para conversar com meus amigos e logo me dirigi aos meus afazeres.

Bianca: olá Babi , está tudo bem?
Babi: digamos que não , mas vai ficar tudo bem. E você , como está?
Bianca: bem , se precisar de algo pode me pedir. -- abraça meu pescoço antes de se retirar da ala de adoção.

Segui o dia fazendo meu trabalho normalmente , três de nosso filhotes foram adotados e agora só restaram sete.
Depois do almoço escutei mais uma vez o sino da porta sendo tocado , indicando que havia chegado um cliente.

Babi: pai? -- arqueio as sobrancelhas.
Márcio: vim me certificar que está trabalhando , está passando dos limites nos desobedecendo.
Babi: e se eu não estivesse trabalhando? oque mudaria para você?
Márcio: esse é a única coisa que você faz da vida , tente pelo menos cumprir esse dever! -- viro de costas para ele esperando que saia , escutei a porta de vidro ser fechada com força.

Nunca foi sorteWhere stories live. Discover now