capítulo 8

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Victor narrando

Não costumo guardar rancor de pessoas , porém Tony Howard é o meu maior inimigo.
Comanda uma das maiores máfias do país , e fiquei sabendo à um tempo que deseja minha morte por dificultar o seu tráfico. Nunca o vi pessoalmente mas seus capangas vivem frequentando meu estabelecimento tentando descobrir assuntos confidenciais sobre mim.

Victor: Howard mandou um de seus babacas para saber sobre mim essa semana?
Arthur: não , eles costumam ter uma tatuagem no pescoço , e não vimos nenhum.

A inteligência e a agilidade de alguns sempre levantam suspeita por aqui. Em menos de um mês um garoto bem esperto me desafiou em várias jogos , e todos eu o deixei ganhar mas garanti que não ficasse com o dinheiro por muito tempo. Ao parabenizar o garoto vi a tatuagem de uma espada em seu pescoço, alertei os seguranças que deram um fim nele , se é que me entendem.

Victor: sabem que hoje venho aqui , fiquem espertos. -- assentem.

Me distanciei para cumprimentar os senhores proprietários de enormes empresas e as senhoritas bem vestidas e carregadas de maquiagem.

Enquanto desenrolava com uma das minhas dançarinas , Lucas passou por mim ao lado de uma morena bem alta , sorrindo.

Victor: boa noite meu caro amigo , boa noite senhorita. -- deixo um beijo na parte de cima da mão da morena.
Lucas: a noite está bem agitada hoje.
Victor: nem me fale , mal consegui jogar hoje.

Lucas: ah , essa é Milena. Minha acompanhante desta noite. E esse é o Victor, meu velho amigo , dono deste lugar enorme.
Victor: dono só de metade , a outra é de Carolina. -- ri fraco.

Lucas: mas não deixa de ser dono. Enfim , ao longo da noite nos vemos. -- com passos lerdos vão se afastando do sofá onde eu estava.

Mesmo com a ruiva ao meu lado não deixo de olhar todas as pessoas deste lugar , cada piscada entre os jogadores. No bar , Carol conversava afobada com Arthur.

Victor: o que se passa?
Arthur: acho que temos um Howard aqui. -- arqueio as sobrancelhas sem desviar o olhar do rapaz.
Carol: ela ganhou de todos da roda , até de mim!
Victor: é fácil ganhar de você , se distrai fácil no meio dos jogos. -- descontraio.
Victor: mas espera , "ela"?
Arthur: sim. Por ter cabelo longo não temos visão do seu pescoço.

Victor: talvez não seja , acho difícil Tony mandar garotas.
Arthur: Carol , você acha que consegue retirar o cabelo dela do pescoço? -- a garota assente  desesperada
Victor: claro que não, eu vejo isso. Mas sem precipitações , ok? tenho quase certeza que veio apenas para descontrair. -- os dois assentem mas insatisfeitos com minha decisão.

Pelas descrições é fácil encontrar ela , é uma das poucas garotas sem vestidos.
Estava sentada nas banquetas de frente para o bar , mas não bebia nada.

Victor: pega dois coquetéis , por favor. Um para mim e outro para a jovem. -- disse chegando próximo dela sentando ao seu lado.

xxx: ah obrigada mas não posso aceitar.
Victor: não bebe bebidas alcoólicas?
xxx: não...quer dizer , sim.
Victor: então tudo certo , continue o pedido , por favor. -- meu funcionário assente.

Victor: é você que massacrou meus caros amigos no Pôquer? -- ri.
xxx: se seus amigos são aqueles babacas sem raciocínio lógico, sou eu sim. -- pela primeira vez desviou seu olhar dos dedos e olha para mim. Seus olhos castanhos se destacavam na bochecha rosada e nos lábios avermelhados.

Victor: prazer , Victor. -- estendo a mão a sua frente esperando se apresentar.
Babi: Bárbara. -- sorri mostrando os dentes brancos.

Victor: é nova por aqui? -- as bebidas chegam , agradeço rapidamente ao barman , que logo se retira.
Babi: nunca tinha vindo aqui antes , e você? -- as minhas expectativas sobre ser uma Howard diminuem mais , parece não me conhecer.
Victor: todos os finais de semanas , desde que abriu. -- ri desviando meu olhar do dela. Mesmo não me conhecendo vou manter sigilo sobre ser meu estabelecimento.

Babi: é viciado em jogos , só pode. -- ri sem jeito.
Victor: não é bem isso , venho para me divertir apenas. Raramente entro nessas rodas de jogos. -- assente.

Victor: se nunca havia vindo aqui antes, como sabe tanta coisa?

Nunca foi sorteWhere stories live. Discover now