capítulo 147

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Bárbara narrando

Tínhamos acabado de almoçar , comida preparada por ele. Eu gostei das suas habilidades na cozinha , porém falta muito ainda para aprender. Não quero estragar sua felicidade dizendo que ele esqueceu de colocar sal e refogar os ingredientes antes.

Escolhemos um filme juntos. Antes de escolher, é claro que entramos em um pequeno conflito , eu odeio filmes de ação e ele ama , então tomei iniciativa e indiquei um filme romântico. Era como cena de filme, abraçados como se fossemos um só, embaixo das cobertas quentinhas. De um momento em outro beijava o topo da minha testa , as vezes eu levantava para encaixar em minha boca.
O filme terminou , decidimos dormir um pouco escutando as gotículas de chuva cair na janela. Em segundos a porta do quarto foi arrombada , vários gritos ecoavam na minha casa , Márcio louco cheio de cicatrizes partiu para cima de mim. É claro que Victor tentou entrar no meio mas o velho é bem mais forte , sentia meu rosto inchado doer , meu nariz sangrava escorrendo para meu lençol branco.
Consegui levantar e abrir os olhos , Victor com o rosto todo marcado e seu braço sangrava ,  eram socos fortes das duas partes. Eu chorava por não saber o que fazer, desci correndo as escadas buscando um telefone ou alguém , porém fui atirada longe por um brutamonte.

Isso tudo foi apenas um pesadelo. Acordei com uma enorme mistura de pensamentos , parecia tudo tão real.

Depois do café da manhã, fiz um breve resumo do meu pesadelo e contei para Victor , ficou espantado assim como eu. Aos poucos fui me abrindo em relação a briga com meu pai.

Quase não nos tocamos hoje , estamos em uma situação inconveniente , tenho medo que acabe forçando seu braço. Com certeza sua irmã iria me matar.
Falando na Carolina , depois de trinta ligações Victor a atendeu, falava tão alto que ao longe eu escutava. Mandou esperar algumas horas que ela vai vir o buscar , precisa apenas resolver algo pendente.

Victor: estou me sentindo horrível assim, queria tomar banho com você. -- disse me vendo pegar um conjunto de roupas e a toalha para o banho. Sorri como resposta.
Babi: não pode , vai ter que esperar alguns dias até o retorno.
Victor: por favor? -- sua cara foi idêntica ao de um cachorro perdido , seu lábio formou um bico.
Babi: acha que consegue entrar na banheira? -- assente.

Lembrei da banheira embutida ao meu chuveiro , abri a torneira na água morna. Espalhei espumas pela água com o sabonete.

Tirei a tipoia do seu braço deixando apenas a facha com o curativo a vista. Com o braço direito abaixou a roupa que conseguia , nesse tempo me despi.

Victor: Bárbara , é só meu braço. Eu não vou quebrar se você encostar em mim. -- suspiro fundo. Passei a camiseta primeiro por sua cabeça até sair no outro braço.

A banheira é pequena para nós dois , temos que ficar bem próximos e sem se mover. Joguei água no seu cabelo com os fios desdenhados, sorrindo , pedia para eu parar.
Foram só uma semana e eu já estava com saudade , imagina dois meses!

Victor: você atropelou seu ex mesmo? -- riu.
Babi: sim! tanto eu como ele , estávamos distraídos , ainda bem que eu não estava em alta velocidade. Só arranhou algumas partes. -- expliquei desenhando sua barriga com a ponta do dedo indicador. Ria sem acreditar.

Victor: mudando de assunto, não estranhe se você se sentir vigiada , sua casa está sendo protegida por pessoas confiáveis.
Babi: como assim?
Victor: agora , depois de tudo isso , Tony já percebeu que anda comigo , então pode te atacar para me ferir. Você não precisa dizer uma palavra com eles , só quero que fique protegida. -- só de pensar que vou ser vigiada a cada coisa que faço nessa casa , me sinto desconfortável. Mesmo se eu disser a ele isso , não irá mudar de ideia , por isso decidi apenas assentir. Com o tempo me acostumo.

Resistir a tentação de estar a poucos milímetros da sua boca é muito difícil. Posso sentir seu coração batendo em meus dedos , sua pele tão macia e quente cerca meu corpo. Seu coração tão próximo do meu , mas tão longe , queria ter o poder de abrir a boca e dizer tudo que está engasgado na minha garganta há um tempo, mas eu não consigo , e também não tem indícios que vou escutar algo desse mesmo tipo.

Seu corpo tomou conta de mim , sua boca envolveu a minha de uma forma muito rápida. Agora eu não falo mais por mim mesma , desejava muito estar alterada assim por causa de álcool , mas estou assim por causa desse maldito sentimento.
Beijou meus lábios profundamente, nossas línguas pareciam dançar dentro da minha boca , minha mão foi levada para seu tórax , me apoiando para não afundar e também não subir no seu colo como queria.
Eu estou disposta a ficar horas provando do seu beijo e,  deliciando do seu toque que me deixam com borboletas no estômago.
Já é tarde demais para controlar esse desejo que cerca nós dois , só foi dois toques do seu celular para toda essa magia se acabar.

Nunca foi sorteWhere stories live. Discover now