capítulo 102

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Bárbara narrando

Chegou segunda-feira.
Realizei a mesma rotina que estou acostumada , tomei um café da manhã prático e segui para o trabalho , a pé.
Chegando próximo a porta , os risos altos e divertidos de meus amigos fizeram meu coração esquentar, minha boca sorriu em saber que não importa o que acontecer , eles vão estar comigo.

Desejei bom dia à todos antes de colocar meu uniforme devidamente no armário.

Babi: bom dia , amigo. -- abraço o corpo macio do meu melhor amigo.
Chris: lembrou que eu existo! milagre. -- disse brincalhão.
Babi: posso dizer que esse foi um dos piores finais de semana que já tive. -- levanto as mangas da minha jaqueta até o ombro , mostrando os avermelhados.
Chris: não me diga que foi Victor?! Se ele aparecer em minha frente...
Babi: é claro que não foi ele. Matheus ficou sabendo de todas as mentiras e surtou perto dos meus pais.

Chris: Bárbara....eu disse que iria ser perigoso jogar escondido , além de se relacionar com o dono. -- seus braços não pretendiam me soltar tão cedo , aproveitei até o último segundo de seu abraço consolador.

Teo , nosso amigo , escutava em média noventa por cento da conversa atrás de um pequeno balcão próximo da banheira dos cães. Deve estar comemorando por dentro , mesmo sabendo que seu melhor amigo deve estar triste.

Chris: conversou com Matheus depois? -- nego.
Babi: não me deixaria falar , sempre acha que é o dono da verdade. Estou bem assim , irei seguir minha vida justamente e sem homens no meu pé.

Teo: sério , Babi? -- assinto.
Teo: ele me disse que você não lhe deu uma oportunidade para escutar seu depoimento.
Babi: e devo? está certo de dizer que o traí, mas eu nunca fui tão derrotada em palavras e socos como na noite de domingo.
Babi: aliás , Victor passou depois para ver se eu estava bem, propôs de eu ir morar com ele , ou pelo menos passar alguns dias.

Chris: é claro que você aceitou , não é?
Babi: neguei. Acho que de certo ponto irei retirar sua privacidade. Você só iria o entender se conhece-se ele , prefere ficar em seu canto , sem pessoas que possam o incomodar por perto. E você me conhece , sou totalmente ao contrário dele...

Porque pensar nele virou algo....bom? A cada momento que estamos juntos , é como se nada me machucasse , sinto que ele se importa comigo. Imagina , um garoto que vocês apenas ficam passa a se interessar por sua segurança , conforto , a sensação que causa no coração é algo esplendor.
Era como se ele fosse a peça que faltava no quebra-cabeça da minha vida , e se encaixou bem na hora certa. Eu queria morar no abraço dele, quero que ele sinta o que eu sinto , mas sei que isso não será possível.

Distraída empacotando algumas mercadorias na dispensa , percebo que meu celular está aceso em meu bolso. Puxo , e atendo a ligação.

ー alô?
ー Bárbara? porque não responde minhas mensagens? -- disse com um tom de voz firme.
ー estou trabalhando , esqueceu?
ー ah... havia me esquecido. Você está bem? -- disse manso com a voz rasteira , quase não o escuto pelo barulho que passava pela ligação junto com sua voz.
ー estou bem. Victor , eu quase não te escuto.
ー é que estou próximo a um avião. Deixei explicado tudo a você como forma de texto em seu celular. Qualquer coisa acontecer, pode mandar para o contato que passei , é Gabriel.

ー tudo bem , mas , eu não estou entendo. Você irá viajar?
ー se puder olhar o que lhe mandei ficaria agradecido. Não tenho muito tempo , se cuide. -- sem nem me dar a oportunidade de dizer algo, desliga a chamada.

Nunca foi sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora