capítulo 97

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Bárbara narrando

Antes de entrar no seu banheiro , peguei a bolsa que trouxe com algumas roupas minhas.
Por mais que eu queira passar essa noite com ele , preferi pedir para que me levasse para a cidade. Talvez eu tenha dito em um momento errado , havíamos acabado de trocar carícias depois do sexo , ficou preocupado pensando que o motivo era da foda.

Na verdade , apenas queria jogar como estava acostumada, ver os amigos que fiz no Royale. Sem contar que estou doida para dizer o que aconteceu para Milena.

Sai do banheiro dele e não o vi , apenas vi Maria arrumando a bagunça do seu quarto. Isso foi constrangedor , não é boba o bastante para não perceber os vestígios de sexo espalhados pela cama. O suor , a embalagem , a nossa marca na cama , as roupas... tudo era nítido que estávamos fazendo algo comprometedor.

Interrompi a mesma para dizer que eu termino , assim me sinto melhor.
Tentei deixar como estava da maneira de quando cheguei , já estou acostumada a arrumar meu quarto e o dele não tinha muitos móveis de diferente.

Peguei tudo que me pertencia no quarto e deixei arrumado próximo a saída principal. Miller dormia apenas de calça jeans no sofá com o pequeno cão sobre sua barriga. Ri da cena.

Na cozinha despejei água filtrada em um copo para tomar enquanto pensava sobre tudo que está acontecendo. Talvez tenha sido a pior coisa que me aconteceu, mas não posso negar que ele faz meu coração esquentar...não sei bem explicar qual a sensação que passa sobre mim quando estou com ele.
Imediatamente voltei a terra com a mão quente sobre meu ombro. Parei de pensar e tentei esquecer como se ele fosse me julgar por pensar isso.

Babi: quase perdi meu coração nestante. -- coloco a mão sobre a região onde localiza o coração.
Gabriel: me desculpe , Bárbara. Apenas queria perguntar se quer ajuda para levar suas coisas para o carro. -- diz gentilmente.

Babi: não é necessário. Tenho apenas minha mochila e o casaco.
Gabriel: assim , se quiser te acompanho até a garagem para colocar no carro , vejo que Victor não poderá te ajudar. -- rimos baixo. Ele literalmente desmaiou no sofá.

Seguimos para o estacionamento do lado de fora da mansão , estava escuro e se escutava apenas os grilos que , provavelmente estão escondidos no Jardim.
Babi: Victor disse na mesa que me contaria sobre o assunto de vocês , porém acabou não contando...

Gabriel: mais cedo , Arthur chegou com a grande notícia que próximo ao Royale abriu outro lugar de jogos. Como eu te disse outro dia , ele age muito pela emoção , ficou extremamente furioso e discutiu com Arthur sem motivo.
Babi: escutei as vozes e desci , acabei escutando a parte da discussão. Concorda comigo que...se eu fosse apenas uma apostadora para ele , me pediria ajuda arriscando minha vida no outro cassino? -- eu escutei atentamente quando foi sério ao dizer que "Bárbara é uma apostadora como as outras" , doeu em mim , porém não posso fazer com que ele mude de opinião apenas porque eu quero. Ele demorou para pensar , até achar uma resposta.

Gabriel: ele é uma pessoa complicada para se desvendar , no momento ele disse isso , mas ao meu ver você não é "apenas uma apostadora". Desde a vez que nos ajudou ao limpar o sangue quando chegamos daquela briga , vi que mesmo não o conhecendo você já tinha carinho por ele , e por mim também. Meu amigo confia em você , poucas pessoas já vieram na casa dele , da para contar nos dedos as mulheres que vieram. -- fechei o porta malas depois de ajeitar minhas coisas dentro do mesmo.

Babi: mas porquê ele não confia em mim para o ajudar?
Gabriel: ele confia , mas você correria muito perigo se infiltrando em um lugar que nem sabemos o dono. A garota que Arthur está interessado também não é uma opção , mas ao contrário de você , Victor não confia nela. -- abaixei minha cabeça olhando para as pedras justapostas no chão.

(...)

Já em casa , desceu junto comigo do carro para pagar minha mochila , tentando ser o mais cavalheiro possível depois de sentir meu corpo derretendo junto ao seu. Estou vivendo uma aventura.

Victor: até outro dia, Baker. Aproveite que seus pais não estão em casa e descanse. -- indica a garagem vazia.
Babi: irei tentar. -- aos poucos foi dando pequenos passos para trás , o acompanhei com uma sobrancelha arqueada.

Babi: estou esperando se despedir.
Victor: mas eu já disse , até outro dia. -- ri caçoando do mesmo.
Babi: não aceito menos que um beijo. -- respirou fundo tentando manter a seriedade. Não é um trabalho complicado, deve estar com medo de meus vizinhos contarem para alguém da minha família. Mal sabe ele que meus vizinhos detestam meus pais.

Sua mão passou pela minha barriga e puxou meu quadril para o seu , deixou um beijo intenso e quente em meus lábios.

Babi: até outro dia , Miller. -- aceno voltando para a calçada de minha casa.

Enquanto seu carro se afastava , outro se aproximou. É a última pessoa que eu desejava ver no momento , Matheus.

Desceu do carro com um péssimo olhar , oh céus!

Matheus: Babi...você mentiu para mim.
Babi: eu...eu...eu...
Matheus: e ainda para sair com outro cara! ou melhor , com Victor.
Babi: como você sabe o nome dele? -- jogo minha bolsa no chão.
Matheus: é impossível alguém não saber que aquele homem é Victor Miller , dono do maior cassino da região e de milhares de hectares. -- meu coração se apertou , por mais que tenha dito que não se importava de me relacionar com outros , sabia que iria ficar chateado.

Babi: me desculpa ter mentido , achei que não iria aceitar a ideia de eu estar com outro homem.
Matheus: quando eu disse aquilo era apenas para tentarmos recomeçar algo de uma maneira diferente. Claro que não gostaria nem um pouco que estivesse com outro homem. Me diga que não o conheceu indo ao cassino? -- assenti.

Matheus: eu disse a você que um lugar daqueles não se encaixa a você. Se queria se divertir, poderíamos ir há um bar ou parque , caso o problema fosse dinheiro dávamos um jeito.
Babi: odeio pedir ajuda para os outros, isso era problema meu.  A única escapatória foi apostando , ele me ajudou demais com isso.

Matheus: mas isso não impede de você contar a mim , confiava em você. -- meus olhos lacrimejavam sem controle , tentar controlar as emoções é algo extremamente difícil para mim. Busquei seus braços cobertos pelo moletom , queria que se acalma-se antes da rua toda sair de suas casas para ver o que acontecia.

Matheus: Bárbara , qual é o motivo desses hematomas no pescoço? -- a região dos seus olhos já estavam vermelhas tentando conter a tristeza que queria sair por meio do choro.

Agachei ao chão colocando o rosto entre minhas mãos , a resposta não é agradável e só poderia deixar as coisas piores , e também sabe a resposta.

Enquanto dizia coisas horríveis sobre minha pessoa , meus pais chegaram.

Nunca foi sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora