capítulo 184

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Carol narrando

No café da noite, Bárbara me aconselhou a pressionar o Max para me contar , de fato , o que ele quer da sua vida e ver se faço parte do futuro que planeja.
Esperei tomar banho e colocar sua roupa de dormir , eu já estou vestida e banhada à alguns minutos.

Max: não quero transar hoje , amor. Estou cansado. -- beijou minha bochecha delicadamente antes de virar para a parede e tentar dormir.
Carol: eu não quero. O motivo de eu ainda estar acordada e te esperando é que eu quero conversar.
Max: então diga , estou a todos ouvidos, até o sono bater. -- respirei vindo , mantendo a calma e segurando para não me sentir frágil demais e chorar.

Carol: por que você está agindo assim comigo desde que viemos para cá? Eu lhe fiz algo?
Max: estou normal , fui sempre deste mesmo jeito. Deve estar ficando louca de tanto andar com a Bárbara. -- novamente fiz o truque de respirar fundo.
Carol: eu não te obriguei a vir , muito menos de continuar comigo. Mas o que eu realmente não entendo é por que agindo como um babaca , mais do que você já é! Cadê o homem que me disse várias vezes que queria me ver entrar pela igreja? o que sonhava em ter filhos comigo? o que brigou todos os dias com meu irmão até ele aceitar que você era o homem ideal para namorar comigo? sabe onde ele está? porque acho facilmente que ele sumiu. -- passei a ver seus olhos quando virou de frente para mim , me manti com olhar sério.

Max: ele realmente sumiu , estava cansado de ser tratado como um empregado pela namorada. Enquanto a casar , eu imaginava mesmo , mas pensei que com o tempo você amadureceria. Os filhos , eu realmente pensei que o assunto desta noite fosse esse , vi sua bolsa com as caixas de testes , mas por minha sorte eu estava enganado. Não me arrependo de brigar todos os dias com seu irmão para ele se gostar de mim , eu amava você demais e com isso passei o tratar como irmão , só que as coisas mudam , eu ainda amo você , mas entenda que eu não sou seu servo.
Carol: você realmente ainda me ama? a muito tempo penso que não. -- ele não respondeu, continuou me encarando com seu olhar mais frio.
Max: é, quando chegarmos em Vegas temos que conversar seriamente sobre isso. -- se deu por assunto acabado , perdi o contato com seus olhos e virou para o outro lado da cama , puxando o cobertor.

Carol: se não me ama mais , porque ainda veio? meu irmão já não confia mais em você para o ajudar , muito menos Gabriel , a quem você sempre implicou por alguns tempos atrás gostar de mim. Veio para me vigiar? -- ele riu sem motivo.
Max: para que eu iria querer te vigiar , linda? Não posso fazer nem se quer uma última viagem com minha namorada? Queria conhecer essa parte da sua família , ou a única que restou.
Carol: pelo menos eu tenho essa parte , e você que nem isso tem. Abandonado , pais se mudaram para bem longe... -- minha hora de rir. Ri com gosto tentando disfarçar o choro parado em minha garganta e guardando minha mão quente debaixo das cobertas para não o socar.

Não pude saber o que iria dizer para mim ou fazer comigo depois disso , a porta foi batida várias vezes. Me levantei e fui atender , era Bárbara , totalmente desorientada e com os cabelos para o alto.

Babi: eu preciso da sua ajuda , eu não aguento mais vomitar. -- suas mãos subiram para o rosto , tremiam como eu nunca tinha visto antes. -- olhei mais uma vez para o homem em minha cama , sai do quarto e fechei a porta.
Carol: vamos a cozinha , talvez tenha algum remédio para isso. -- concordou rapidamente.

Achei um remédio que seria possível cortar , mas não era tão eficaz. Minha mãe fazia um chá quando éramos pequenos e ficávamos doentes , achei a planta no Jardim e resolvi fazer.
Babi: eu não estou enjoada , a vontade vem de uma vez e não tem como eu impedir.
Carol: faz tempo que você está passando mal?
Babi: um pouco , tentei dormir mas não consigo. Sempre sou surpreendida com uma ânsia. -- suas mãos socorriam seus olhos que choravam descontroladamente.
Carol: calma , seu corpo não deve ter reagido bem a algum ingrediente do cupcake. Mas , espera , isso vem acontecendo de hoje? -- concordou.
Carol: deve ser isso mesmo , logo o remédio faz efeito e o chá também. Vai lhe ajudar a dormir também. -- peguei uma xícara mediana para ela e despejei o chá quente. Sua careta pelo primeiro gole foi muito engraçada , me segurei para não rir.
Babi: quando era pequena , passei muito mal e acho que acabei ficando traumatizada. Das outras vezes Victor me ajudava , só que desta vez eu não sabia quem pedir ajuda. Me desculpe se atrapalhei seu sono.
Carol: não atrapalhou, estava tendo aquela conversa com o Max. -- seu olhar desceu para o conteúdo dentro da xícara , ela pode ter atrapalhado , mas sei que não iria resolver nada se continuássemos.

A acompanhei bebendo o chá também , coloquei adoçante em abundância para disfarçar o gosto amargo. Ela parece melhor , já não vejo suar frio e nem tremer , a chamei para subir e tentar dormir um pouco , pode ajudar a recompor suas forças.
Abriu a porta e mostrou o quarto bem arrumado as roupas dobradas sobre o sofá e os sapatos enfileirados ao lado , mas a cama estava sem os lençóis , imagino que não teve tempo de correr para o banheiro.
Após se despedir de mim , suas mãos correram para a boca , tampando até chegar no banheiro. Fechei os olhos e fui segurar seus cabelos lisos e limpos , ela já não tem mais nada para descarta , o chá nem teve tempo de esfriar no estômago dela.
Carol: os meninos chegaram mais cedo. Vai contar para o Victor?
Babi: e porque eu não contaria?
Carol: ele pode achar que você está grávida.
Babi: mas não tem como isso , ele sabe que a minha menstruação está correta , e além disso está por vir.
Carol: eu sei disso , mas espere passar o dia , se ocorrer novamente você vai para o hospital. -- as vozes iam ficando mais alta , Victor abriu a porta do quarto e começou a chama-lá diversas vezes.

Nunca foi sorteWhere stories live. Discover now