capítulo 50

1.9K 144 8
                                    

Bárbara narrando

Babi: Bárbara.
Rodrigo: porque vem aqui? seu pai a manda?
Babi: meu pai nem suspeita que  frequento essa espelunca.

Rodrigo: se você mentir mais uma vez vou ser obrigado a deslizar a lâmina pelas suas bochechas vermelhas.

Eu senti um nojo quando tocou meu rosto suado , tentei conter mas novamente encho o chão com o vômito.

Rodrigo: ahn, preciso tomar um ar. Jay e John cuidem deles , e não deixe Carolina se aproximar. -- com as mãos trampando seu nariz , se dirigiu para a saída mais perto com certeza agilidade.

Eu apenas queria sair daqui , deitar na minha cama e me arrepender amargamente por ter decidido frequentar um local de jogos. A loira chorava baixinho ao lado do Victor recém acordado do desmaio , mantinha os olhos nas cordas em minha mão atrás da cadeira e por nada olhava para a garota.

Carol: quer saber? vamos sair daqui. -- puxa o corpo do Victor mas o mesmo retrai no sofá.
Victor: não vou sair daqui , ela está aqui por minha causa e seria a maior covardia da minha vida deixá-la sozinha.

Carol: olha aqui garota , vão para o meu quarto e pode pegar uma roupa minha. -- com um simples froxo da corda , minha mais saíram livrementes.

Seria uma atitude ridícula se eu agradecesse, afinal pelo o que pude entender estou aqui por sua causa e sem saber o que eu fiz para merecer isso.
Com o pé torcido consegui levantar e fazer o braço do Victor como apoio.
Corremos para o fim do corredor dando em uma enorme escadas , com toda certeza eu não conseguiria subir essa tal altura , ele percebeu que meu corpo estava fraquejado e me colocou em seu colo com os braços entre seu pescoço.

Babi: me deixa , você não aguenta nem com o peso de si próprio. -- soou em seu ouvido após escutar um gemido de dor ao pisar em mais um degrau.

Depois de subir as enormes escadas damos em outro corredor com várias portas brancas dos dois lados do corredor. Na quinta porta nos jogamos para dentro.

Victor: você está bem?
Babi: olha para minha cara , meu corpo e vê se estou bem? você não sabe o ódio que eu sinto por você.
Victor: eu não tenho culpa, você viu que assim como você, eu fui mantido preso. Ela passou dos limites e por não confiar em mim.

Babi: pouco me importa se ela acredita em você ou não , imagina se estivéssemos ficado lá? eu já poderia ter morrido.
Victor: claro que não , o plano deles não é te matar.
Babi: então quer dizer que você sabia do plano?

Victor: claro que não. Eles só...suspeitam de você, assim como eu.

Meu coração borbulhou de raiva , o que eu mais queria era poder me soltar dos seus braços e o bater com toda a força que me restava.

Babi: e porquê você suspeita de mim?! eu já tentei fazer algo de errado contra você? me solta , eu não quero ficar menos de três metros longe de você. -- estávamos sentados no chão atrás da porta , mas mesmo assim ele não me soltou, acredito que até se esqueceu.

Victor: nunca fez nada contra mim , mas você me disse apenas seu nome. Por semanas você é o pivô daqui , temos quase a certeza de que é filha de um homem que deseja o meu mal , minha morte. E aliás , eu não vou deixar você sair até me dizer quem você é.

Babi: você está sendo o maior ridículo de todos os tempos. Eu não faço a mínima ideia de quem te odeia , aquele sobrenome eu nunca ouvi falar , sem contar que meu pai nem sonha que frequento aqui. Satisfeito?

Victor: porque vem aqui , então?
Babi: porque a porra da minha vida está de cabeça para baixo, o salário que ganho na merda do pet shop não dá para pagar nem a prestação do meu carro e a escola da minha irmã. Meus pais não ligam para o meu bem , perdi a conta das vezes que meu pai roubou meu dinheiro para pagar suas contas inúteis e pagar o cabeleireiro da minha mãe. Meus amigos tentam me ajudar porém não tem como , até que lembrei sobre os ensinamentos de meu avô e decidi vir na merda de cassino. Pensei que de alguma forma você poderia me ajudar, porém acabou de ferrar com tudo. -- meu rosto ardia como fogo , as lágrimas embargaram junto com o suor repentino que descia no meu rosto. Ele apenas me olhava sem reação nenhuma , talvez esteja tentando raciocinar esse jogo de palavras que disse rapidamente.

Enquanto eu não conseguia controlar a tristeza e o desconforto que me invadiu , sua mão apoiou em minha nuca e empurrou até eu sentir seu peito , ele está me abraçando? depois de tudo que eu falei?

Nunca foi sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora