capítulo 150

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Victor narrando

Dia de retorno ao médico. Eu estou zero preparado para isso , estou nervoso e com borboletas em minha barriga.
Tive algumas dores que o remédio não conseguiu conter , mas minha irmã disse que talvez possa ser os pontos
cicatrizando. Tenho medo que tenha continuar com essa tipoia em meu braço , me sinto incomodado e não consigo me acostumar.

Tomei um café da manhã leve , como de costume , andei pela grama com Rick durante quase a manhã toda até ele cansar e capotar. Ele é um cachorro ágil e esperto , as vezes rouba coisas minhas e faz de brinquedo sem que eu nem perceba! A cada dia cresce mais , seus pelos caramelos estão lisos e macios , sempre que posso estou escovando seus pelos para baixo.

O horário da consulta é seis horas da tarde , achei bem tarde para uma consulta de retorno. Apressei algumas tarefas que tenho sobre o cassino e descansei o resto da tarde , sou acelerado e mal consigo pregar os olhos por muito tempo.
A porta de entrada se abriu , em seguida escutei a voz grossa do Gabriel , com certeza irá me acompanhar na consulta.

Gabriel: ei cara! como você está? cadê a tipoia? -- cumprimentei com um aperto de mãos , depois que me dei conta que meu braço está livre. Corri para pegar antes que minha babá, vulgo Carolina, veja.
Victor: enviei um relatório e o feedback do mês para você , consegui concluir com a ajuda da Bela. Já que está no comando , tem que saber exatamente como são as coisas que eu fazia , caso houver uma grande mudança, algo de errado está acontecendo. -- abro meu aparelho celular e explico o pequeno gráfico projetado.
Gabriel: mais tardar , tento entender isso. Agora temos uma consulta para ir , cadê sua irmã? -- nem precisei responder , ela desceu os degraus da escada com sua bolsa preta em um dos braços.

Gabriel: Victor , que história é essa que você mandou investigarem o outro cassino? isso é perigoso para você.
Victor: chega um momento em que você não aguenta mais , olha minha situação por causa do Tony. Imagina se o outro cassino tem vínculo com ele , temos que evitar antes que me derrubem. -- ficou sério , estava preparado para algum conselho mas apenas se afastou , evidentemente não gostou nada da ideia.
Gabriel: Victor , você não poderia ter feito isso. Era melhor deixar as coisas fluirem,  assim em breve teríamos notícias de lá.
Victor: e qual o mal eu saber desde já? cara , deve ser uma pessoa normal que coordena. -- abriu a porta do passageiro para mim , sentei e puxei a porta para fechar.
Gabriel: eu poderia resolver sem nenhum problema. -- ri.
Victor: você? cara , não é por nada , mas você não aguentaria um soco.
Gabriel: as coisas não se resolvem apenas em briga , sabia que existe um bom argumento , uma conversa que poderíamos chegar em um consenso.

Carol: fechem a boca vocês dois. Victor , se preocupe com o que irá dizer ao médico , e , Gabriel , faça seu dever que é dirigir. -- meu sangue já fervia dentro das minhas veias , respirei fundo para tentar ter uma viagem tranquila.

Doutor: boa noite, Victor! -- estendeu a mão para um aperto , estendi minha mão não fazendo muita questão.

Doutor: vamos ver como foi a cicatrização.

Senti o curativo descolar do machucado , pelo canto consigo ver que está bem inchado e vermelho. Sua expressão mudou , com uma espécie de tesoura foi puxando o fio dos pontos. A dor de quando terminou de puxar o fio parece que se estendeu diante do braço todo , apenas não o xinguei para não ser desrespeitoso , mas foi impossível não grunhir com a dor.
Veio com um algodão molhado em algum tipo de remédio , passou em torno antes de aplicar uma pomada estranha. Para não ficar exposto , colocou um pequeno quadrado de algodão.

Desci da maca onde me sentei para examinar , aproveitei a outra cadeira vazia em frente à sua mesa e sentei.

Doutor: mesmo estando bem inchado a região , a área já esta bem cicatrizada. Vou pedir outro raio-x e alguns exames de sangue , para precaução. Vou rever os seus remédios e os horários que são tomados. -- a todo momento olhava para a tela do seu computador , assenti mesmo sabendo que não iria ver.

Ao meu lado , os lábios da minha irmã coçavam para dizer ao médico que não descansei como pediu , por isso continua inchado. Olhei para ela com ar de reprovação.

Carol: doutor , desculpe interromper o que...esteja fazendo. O senhor pediu descanso absoluto , mas como deve ter percebido, ele não fez. Isso pode ter prejudicado na sua recuperação? -- revirei os olhos , despojei meu corpo na cadeira não dando a mínima.
Doutor: não muito. É normal mesmo ficar inchado durante um tempo, mas o maior problema é o osso que estava trincado. Sentiu uma dor insuportável no seu ombro?

Victor: na maioria das vezes as dores sumiam com o remédio , porém teve algumas vezes que era impossível adormecer. -- o olhar do homem grisalho parecia analisar esse pequeno depoimento. Depois me entregou algumas folhas que saíram da impressora.
Doutor: agora só preciso ver o raio-x para retirar uma conclusão. Retire na recepção a licença para fazer o exame aqui mesmo. -- assenti.
Victor: e os remédios?
Doutor: assim , diminui a frequência do remédio da dor e passei alguns alimentos que irão te ajudar de alguma forma a fazer seus ossos ficarem mais resistentes. Cálcio para ser mais preciso. Fora isso , os outros remédios estão suspensos , essas duas semanas você evoluiu bem.

Me despedi do doutor grisalho antes que Carol arrumasse alguma dúvida para o importunar. Andei direto a recepção, a enfermeira que me atendeu disse que por ter poucas pessoas nesse horário , eu já poderia realizar o exame.
Acompanhei a jovem dos cabelos loiros até uma sala reservada para retirar o sangue , assim que terminou partimos para a sala do raio-x.

Enfermeira: você mora na cidade? nunca te vi aqui antes.
Victor: moro nas redondezas da cidades. Eu odeio hospitais , por isso nunca me viu antes. -- ri.
Enfermeira: te entendo , de verdade. Eu também odiava hospitais até trabalhar em um. Você trabalha?
Victor: meio que sim. Sou um dos donos do Royale , conhece?
Enfermeira: assim , claro! por isso lhe achei um pouco familiar, vejo notícias suas nas redes sociais. -- sorri sem graça.
Victor: é, ultimamente tenho saído muito em notícias. -- concordou balançando a cabeça positivamente , estava concentrada fazendo um curativo reforçado no meu ombro depois do exame ter finalizado.
Enfermeira: prontinho! qualquer dor anormal , pode me procurar no hospital. Ou também , se achar melhor , pode pegar meu número. Assim posso te orientar em determinadas coisas.
Victor: o que achar melhor , mas tenho pressentimento que não irei sentir muitas dores. -- é  claro que ela escolheu dar seu número , peguei o papel sem ler antes e coloquei no bolso.

Nunca foi sorteWhere stories live. Discover now