Quando Em recebe uma ligação estranha.

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pra animar a segunda de vcs! #segundaédiadesix hihi

enjoy

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Eu lembro quando Louis disse que me amava. Nós tínhamos catorze anos, estávamos no Central Park. Era inverno, nós estávamos patinando no gelo e segurando as mãos. Ele quase caiu, e eu o segurei, e nós batemos contra a grade de proteção do ringue. Começamos a rir e Louis olhou bem nos meus olhos e disse que me amava. Na nossa idade, a maioria dos casais já dizia ‘eu te amo’ sem nem saber o que significava a frase - e o tão esperado momento normalmente ocorria dois minutos depois de o namoro começar -, mas eu soube, quando Louis me olhou, que ele realmente queria dizer aquilo. Eu disse de volta imediatamente.

Zayn disse que me amava pela primeira vez quando eu já estava dormindo. Ele sussurrou “Em—Em, eu te amo”. Lembro até do ritmo da sua respiração naquele momento. Na hora, eu já estava dormindo, mas disse “também te amo” assim que acordei. Eu não tinha dúvida nenhuma que amava Zayn. Meu amor por Zayn era maior que meu amor próprio.

Nas duas vezes, eu não hesitei. Não fiquei em choque. Já esperava, já sabia.

Mas esse não era o caso.

Quando Harry disse aquelas palavras, eu... Eu congelei. Meus olhos se esbugalharam, minha boca se abriu, minha pressão caiu, comecei a suar frio. Nunca tinha me sentido assim antes. Eu não sabia o que dizer, o que fazer.

“O-O que?” Foi só o que eu consegui dizer. Harry revirou os olhos para mim.

“Não aja como você não soubesse.” Ele disse, ríspido, virando-se de costas para mim.

“Eu não sabia...” Eu quase sussurro.

“Pelo amor de Deus, Emma, eu sou completamente louco por você, eu te conto tudo, eu te mostro a porra dos meus poemas... Você tem noção que ninguém nunca foi no telhado comigo? Só você?” Harry diz agressivamente, seu olhar queimando no meu, e eu desvio meu olhar, ainda boquiaberta. É verdade. Como não notei isso antes?

“Harry, eu— Eu não sei o que dizer...”

“Não. Nem se preocupe. Já imaginei essa conversa em mil cenários diferentes e, acredite, sei que nenhum deles acaba com você dizendo que me ama também.” Sua voz é plana, monótona, mas ele não consegue esconder as suas pequenas falhas, expondo sua fragilidade. Eu sabia o quanto Harry odiava parecer frágil, eu sabia o quanto ele estava odiando esse momento, e o quanto eu odiava a minha incapacidade de dizer aquelas palavras de volta. “Eu sei o que nós somos, e sei mais ainda o que não somos.”

Harry suspirou, passando a mão pelo cabelo e andando pelo quarto. Eu ainda estava congelada, meus pés plantados no chão.

“Desde quando você...?” Eu disse, incapaz de completar minha frase. Não precisei, ele entendeu. Seu olhar pairou no meu e ele o desviou, suspirando novamente.

Ele pareceu pensar por alguns segundos antes de falar.

“Não sei. Acho que estive negando já há um tempo”, ele disse, olhando para qualquer lugar, menos para mim.

Houve outro silêncio breve.

“Eu me prometi que não me apaixonaria por você. Desde o primeiro segundo, desde nosso primeiro beijo. Mas eram duas da manhã, nós estávamos rindo, discutindo sobre o universo, nossos dedos entrelaçados, sua perna sobre a minha, e eu me senti feliz pela primeira vez em anos. Foi naquele momento que eu soube que estava ferrado.” Harry finalmente conectou seu olhar com o meu.

O verde de seus olhos estava pálido, aquele brilho familiar de suas pequenas esmeraldas já extinto. Seu rosto todo estava contorcido em um semblante de tristeza que ele tentava esconder, e falhava. O canto de seus lábios levemente trêmulos torcido para baixo, suas sobrancelhas franzidas, seu maxilar contraído.

SIX ➣ 1d fanficWhere stories live. Discover now