Quando Em tem um pesadelo.

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"Eu estou completamente viciado em você, Em. Quer saber, foda-se isso. Eu estou completamente apaixonado por você, Emma Rae Miller."

As palavras de Zayn pairavam no ar, leves demais para cair e densas demais para desfazerem-se. Os nossos olhares estavam conectados e a minha boca, aberta em choque. Eu não tinha palavras à altura das dele, e nem sei se tinha a capacidade de falar depois daquilo. Meu coração batia tão forte no meu peito que eu tinha medo que ele fosse ouvir também. Na verdade, eu não tinha medo. Eu não tinha medo nenhum, porque Zayn também estava apaixonado por mim, tanto quanto eu estava por ele.

Só que ele não sabia disso, e eu precisava contá-lo. Mas, como eu suspeitava, eu tinha perdido a capacidade de falar. As palavras ficavam presas na minha garganta e eu só conseguia encarar o seus olhos. Ele sorria levemente, sabendo a batalha que eu estava travando contra mim mesma. Eu precisava falar que também sentia o mesmo por ele, mas meu corpo estava em choque.

"Eu sei que você não quer nada sério, por causa da mudança. Não tem problema, eu não vou insistir se é o que você deseja. Eu só quero que você saiba que, quando você estiver pronta, eu estarei também." Ele disse, depositando um beijo entre os meus olhos e descendo lentamente. Ele beijou a ponta do meu nariz, uma bochecha, a outra, e, finalmente, o canto da minha boca. Eu suspirei em antecipação, meus olhos já fechados e meus lábios entreabertos. "Seria legal você dizer algo, sabe."

Eu ri levemente, puxando ele pelo pescoço contra mim e fazendo os nossos lábios se chocarem, liberando milhões de faíscas pelo meu corpo. As mãos dele deslizaram pelas minhas costas e pelas minhas coxas, puxando-me para perto. Quando notei, eu estava quase que no colo dele.

"Sua... Mãe." Zayn murmurou entre beijos, me impedindo de subir em cima dele. Eu ri e assenti lentamente, lembrando da presença da minha mãe no outro cômodo. Não sei o que Zayn faz comigo; é como se eu esquecesse de tudo a minha volta, e só focasse na presença dele. 

"Eu também estou completamente apaixonada por você, Zayn." Eu falei quando nossos lábios se partiram. Ele sorriu levemente, lambendo seus lábios e encarando os meus.

"Acho que isso significa que você não está pronta." Ele riu levemente e eu corei. "Eu quero dizer para namorar!"

Eu ri alto, me afastando e empurrando ele, fazendo-o rir também. "Eu sei, Zayn."

"Só garantindo." Ele disse e eu revirei os meus olhos, ainda rindo. Eu deitei na cama, minha cabeça caindo sobre os travesseiros macios. Ele logo se deitou ao meu lado, deslizando seu braço por baixo da minha cabeça, me fazendo deitar nele. "Você quer fazer alguma coisa amanhã?"

Eu assenti levemente com a cabeça, bocejando e descansando a cabeça contra o peito de Zayn. 

"Tipo o que?" Ele questionou e eu dei ombros.

"Você que sabe." Eu murmurei, já de olhos fechados e abraçando o torso dele. Seus dedos traçavam padrões no meu braço, o que fazia o meu sono ainda mais ostensivo.

"Hum... Tem um filme que parece ser legal, no cinema. Eu ia falar pra gente ir hoje, mas você precisa descansar para a semana, obviamente." A voz de Zayn ficava mais e mais distante conforme ele falava. 

"Uhum." Eu concordei silenciosamente enquanto o sono me envolvia.

"Em?" Zayn me chamou.

"Hum?" Eu perguntei, sem mover um músculo.

"Bom sonhos." Ele sussurrou, me fazendo sorrir e finalmente me entregar para o sono que me perseguiu pelo final de semana inteiro.

*

No início estava tudo preto, mas, quando uma luz iluminou o espaço à minha volta, eu quase rezei para voltar ao escuro. Eu reconhecia o espaço à minha volta, mas era óbvio que ele havia sido modificado. Era o meu quarto, mas ele estava completamente vazio. As paredes não eram mais preenchidas pelo meu papel de parede, mas brancas. Não era visível nenhum traço de que eu estive ali, algum dia. Na verdade, a única coisa além de mim no quarto era uma menina, encolhida em um dos cantos, chorando. A minha visão estava desfocada e eu não conseguia ver o seu rosto ou nenhuma característica marcante. Me aproximei mais e mais até que consegui enxergá-la. 

Era eu.

Eu, encolhida em um canto, chorando intensamente. Mas o que me fez saltar foi a aparição de Louis ao meu lado, também em pé. Seu olhar era baixo e ele chorava, e eu fui rápida em assumir verdades; Maggie tinha morrido. Só podia ser isso. Eu chorando, Louis chorando também. 

"Louis..." Eu tentei consolá-lo, algumas lágrimas deslizando pelo meu rosto. Ele finalmente levantou o olhar, e era enfurecido. As lágrimas que caíam de seus olhos não eram de tristeza, eram de raiva. Pura raiva, puro ódio por mim. 

"Como você pode ser tão idiota?" Ele perguntou, irritado. A pergunta me pegou despreparada, me fazendo recuar imediatamente.

"O-- O que?" Eu perguntei, um tom de medo polindo as minhas palavras.

"Eu te amava, Emma!" Ele disse, gritando o meu nome. Não me preocupei em corrigí-lo; eu estava mais preocupada com o seu tom com que o fato de que ele usou o meu nome. "Que porra, eu ainda te amo! Eu devo ser tão idiota quanto você."

Minha boca se abriu em indignação, e eu franzi o meu cenho.

"Você não tem o direito--"

"Ah, cale a boca!" Eu ouvi uma voz dizer. Virando-me para observar a fonte da tal voz, uma pessoa que eu não esperava se materializou no mesmo corredor do hospital.

Harry.

Não, ele não.

"Você não. Isso é entre nós dois," eu gesticulei entre mim e Louis. "você não tem nada a ver com isso."

"Ah, Emma, sabe, você não pode dizer que eu não avisei." Harry comentou em seu tom sarcástico, cruzando os braços e apoiando-se contra a parede. Ok, eu já podia acordar. Eu já quero acordar. Por que eu não conseguia acordar?

"Acho que todos nós avisamos-a em algum ponto." Louis deu ombros e Harry bufou. "Mas ela sempre escolhe amar as pessoas erradas. Eu estava pronto para te amar, Em."

"Cala a boca você também. Eu fui o primeiro a avisá-la. E eu nem gosto dela. Ela deve ser idiota mesmo." 

"Eu estou bem aqui, Harry. Do que vocês estão falando? Ninguém me avisou de nada." Eu disse, desejando que isso acabasse.

"Ah, mas eu avisei. Eu avisei, eu te avisei sobre quem Zayn realmente era. Sobre as reais intenções dele. Eu falei sobre tudo isso, mas mesmo assim você resolveu confiar nele, e transar com ele. Agora você está aí, sozinha, e a culpa é inteiramente sua. Eu te falei para não vir chorar no meu ombro." Harry disse, o mesmo sorriso malicioso brincando em seus lábios corados.

O que? O que era isso? Alguma espécie de premonição? Ou só o Harry resolvendo me importunar até nos meus sonhos?

Em um piscar de olhos, a cena se dissolveu e eu pude ver flashes de momentos meus com Zayn que nunca aconteceram. Encontros diversos, beijos variados, ele dizendo que me ama, eu dizendo de volta, e, finalmente, nós transando. Mas esse foi o último flash. O seguinte se resumia a mim de volta ao quarto, sozinha, chorando em um canto. Zayn havia me deixado. Ele havia tirado a minha virgindade e me deixado. Isso não podia estar acontecendo. Não, não pode ser, eu confio em Zayn. Se ele quisesse somente transar comigo, ele teria feito isso no dia que fizemos o piquenique no meu quarto, certo? É, certo. Eu confio em Zayn. Eu confio em Zayn.

Como se somente a dúvida já não fosse o bastante para me fazer derramar uma poça de lágrimas à minha volta, Harry apareceu de novo na minha frente, só para me lembrar:

"Zayn, o maior destruidor de corações e vaginas da Costa Leste, definitivamente não está apaixonado por você, irmãzinha."

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