SIX ➣ 1d fanfic

Quando Em se afoga em seu próprio mar de confusão.

Eu demorei alguns segundos para sair do meu estado de choque. O primeiro soco de Harry foi direto no nariz do Matt, e eu soube, só pelo barulho, que estava quebrado. O segundo foi mais bagunçado, sem um alvo certo, mas machucou de qualquer jeito. Matt tentou revidar no início, seu punho se erguendo no ar, mas sem força para atingir o Harry. Enquanto o rosto do garoto bronzeado virava uma poça de sangue, Brooke estava congelada, as mãos cobrindo a boca, provavelmente em choque também. O outro amigo deles estava de braços cruzados e... Rindo. É, rindo. Ele estava, literalmente, rindo da situação.

“Harry! Harry, para! Você vai matá-lo!” Eu gritava, tentando fazê-lo parar, com medo de me aproximar demais e acabar saindo machucada. “Harry, para, por favor!”

As lágrimas escorriam pelo meu rosto quando eu me virei para o amigo deles.

“Faz alguma coisa!” Quase gritei em sua cara, mas ele só revirou os olhos.

“Por quê? Harry tem mesmo que bater no cara. Ele merece.” Ele disse, blasé.

“Não! Ele vai... Ai meu Deus, por favor, por favor, faz alguma coisa.” Eu implorei quando Harry deu outro soco no Matt, que já nem tentava reagir.

Ele bufou, mas desfez os braços e caminhou pacientemente até a briga, puxando Harry pelos ombros.

“Já chega, Haz, você tá assustando sua princesinha.” Ele disse, se referindo à mim. Harry continuou tentando escapar dos braços dele, mas ele era mais forte. “Vamos, você já deu a ele o que merecia.”

“Me solta!” Harry gritou, e seu amigo deve ter perdido a paciência, porque arrancou-o de cima do Matt com um puxão pela camisa e jogou-o contra uma pilastra, do meu lado.

“Todo seu.” O amigo dele disse para mim, se afastando para ver se Matt estava bem.

“Harry, Harry, calma”, eu disse, me posicionando na sua frente e colocando uma mão em seu peito. Ele estava ofegante, seu olhar ainda em Matt, provavelmente planejando batê-lo mais.

“Me. Solta.” Ele comandou, seu rosto vermelho de raiva.

“Harry, olha para mim”, eu mandei, mas ele não fez nada.

“Me solta agora, Emma.”

Ao invés de repetir minha fala, coloquei uma mão em cada bochecha dele, segurando seu rosto e obrigando-o a olhar para mim.

“Vamos para casa, Harry, vamos para casa agora, entendeu?” Eu disse, tentando parecer séria, com o meu rosto ensopado e meus olhos vermelhos. Harry me olhava com seu rosto tenso, suas veias pulando para fora, seu maxilar contraído, suas narinas dilatadas.

Meus dedões acariciaram seu rosto levemente, mas o resultado foi quase imediato. Seus músculos relaxaram um pouco, e a cor vermelha começava a ser drenada do seu rosto.

“Por favor, vamos sair daqui”, eu implorei, e pude ver ele se acalmando. Lentamente, Harry assentiu com a cabeça, e eu suspirei, aliviada.

Olhando para trás rapidamente, vi que Matt estava se levantando, de costas para Harry. Pelo menos ele está vivo. Eu soltei o rosto de Harry, e ele agarrou a minha mão, me puxando até o estacionamento e até o carro dele. Quando chegamos lá, Harry me soltou, apoiou as mãos no seu carro e abaixou a cabeça. Eu fiquei atrás dele. As juntas de suas mãos estavam sangrando, e tinha até um pouco de sangue na minha mão que ele estava segurando.

Aproximei-me dele e coloquei levemente a minha mão nas suas costas, mas ele se levantou na hora, chutando o pneu do carro com tanta força que eu dei um pulo para trás de susto. Ele chutou mais algumas vezes, grunhindo, e parou. Ofegante, ele ficou parado, olhando para baixo.