Quando eles chegam ao telhado.

5K 324 7
                                    

Harry ficou surpreso e arrependido quando eu bati em sua porta. Ele definitivamente não me queria levar ao seu local secreto, mas assentiu de qualquer jeito. Eu chamo isso de desespero.

Eu fiz questão de dirigir para decorar o caminho até o telhado, e Harry reclamou, mas assentiu novamente. Ele sabia que eu não estava fazendo isso porque perdoei ele do nada, mas, ao mesmo tempo, ele não parecia ligar. Ele estava mais preocupado em chegar lá. A minha parte mais curiosa queria perguntar o que o deixou tão alterado de um segundo para o outro, mas eu me controlei, muito porquê eu achava que tinha alguma coisa a ver com Zayn e a mensagem.

Harry me deu as direções até que chegamos em um prédio espelhado e um tanto alto. Era perto da região central de Belvery Hills, mas não era tão movimentado. Eu estacionei com cuidado o carro em um estacionamento logo ao lado do edifício. Apesar de ter feito auto-escola em Nova York, minha experiência era limitada já que... Bem, eu não tinha carro. Harry sabia disso e estava bem tenso ao meu lado, mas, de novo, não disse nada.

"Tá, olha, quando entrarmos lá, finja que você sempre vai ali. Se você acreditar, eles também vão." Harry disse e eu assenti em silêncio. Ele me analisou dos pés à cabeça e grunhiu, fazendo-me arquear a sobrancelha. Ao invés de responder, ele saiu do carro, e eu fiz o mesmo.

Passamos sem interrupções pelas portas. O prédio era bonito porém antiquado, e nenhum dos recepcionistas questionaram a nossa presença. Ao entrarmos no elevador, recebemos olhares tortos de alguns dos executivos que trabalhavam ali. Espelhei a minha reação na de Harry, e simplesmente os ignorei.

Logo chegamos ao último andar, e eu segui Harry até a escada de emergência dali. Subimos até chegarmos à uma porta pesada e cinza. Harry abriu-a, e segurou para que eu pudesse passar. O choque foi imediato.

A vista do pôr do sol californiano era belíssima. Bem ao fundo, havia uma praia, que contrastava com os demais prédios comerciais em volta de nós. O telhado por si só era simples, cimentado, mas a vista valia por tudo. Chequei meu celular, e Niall estava certo - não havia sinal ali. Completamente isolados do mundo.

Harry tomou cuidado para que a porta não fechasse e suspirou ao parar ao meu lado.

"Foi uma péssima ideia te trazer aqui, Emma." Ele disse, se sentando em o que parecia uma das saídas de ar do prédio, mas servia como um banco, por ser mais elevado que o resto do chão. "Eu nunca trouxe ninguém aqui."

"Foi o que me disseram." Eu comentei, sentando do seu lado, mas mantendo a minha distância. Se eu chegasse mais perto, eu provavelmente mataria-o.

"Você não pode contar para ninguém sobre esse lugar." Harry continuou. Ele tirou o mesmo ziplock das suas calças e pequenos pedaços de papel de seu bolso. Seda, acho que é assim que chamam. Calmamente, ele começou a apertar a maconha entre seus dedos e despejá-la em cima da seda. Incrível. Harry trata melhor seu baseado do que seus amigos e família.

Ele acendeu o cigarro de maconha com ajuda de um isqueiro e começou a tragar. Eu nem reparei o quão eu estava entretida com a sua atividade até ele olhar para mim. Eu desviei o olhar rapidamente, mas pude ouvir seu riso abafado.

"Por que você veio, Emma?" Ele perguntou e eu engoli em seco.

"Pra minha mãe descobrir e ficar irritada." Eu inventei.

"Hum. Vai continuar com o plano mesmo depois de discutir com o seu namorado?" Ele disse e eu fechei os olhos, contando minhas respirações. Era isso que Harry queria - me irritar. Eu não podia deixar.

"Ainda estou decidindo isso." Eu murmurei. Era mentira, eu já tinha decidido que não poderia continuar com aquilo. Mesmo assim, seria estranho eu dizer 'na verdade, eu não vou continuar com o plano, mas mesmo assim vim aqui para irritar a minha mãe'.

Harry assentiu em silêncio. Uau. Silêncio. Isso era o que eu menos esperava. Olhando de canto de olho para ele, vi-o contemplar o pôr do sol enquanto tragava de novo e de novo. Puta merda, ele era muito sexy de boca fechada. E ainda mais quando fumava. Sua boca se fechando ao redor do pequeno cigarro, a fumaça saindo dela alguns segundos depois. O modo como seu maxilar se contría e relaxava ao sentir os efeitos da droga em seu corpo. Ele já estava diferente, e não fazia nem dez minutos que estávamos ali.

"Você pode simplesmente pedir, sabia?" Harry riu - até demais - e eu desviei o olhar.

"Não quero sua maconha." Meu rosto se torceu. Harry sempre fazia questão de me lembrar do quão inexperiente e chata eu era, e mesmo assim acha que eu iria querer fumar com ele?

"O que você quer, então?" Ele arqueou uma sobrancelha e eu abri a boca para responder o óbvio, mas ele me interrompeu. "Além de voltar para Nova York, Zayn, blá blá blá..."

"Yale." Respondi depois de alguns segundos e Harry grunhiu.

"Meu Deus, você realmente é a garota mais chata da face da terra. Toma, você precisa mais disso que eu." Ele segurou o seu baseado na minha frente e eu franzi o cenho.

"Não quero." Eu bufei. Ele que me perguntou, e reage assim? Insuportável.

"Ah, fala sério, experimenta. Você precisa relaxar. Você merece relaxar." Ele sorriu, e eu estranhei, porque ele realmente parecia estar falando sério. "E sua mãe odiaria."

Eu suspirei, encarando o que restava do cigarro de maconha entre seus dedos. Eu realmente precisava relaxar, mas com um spa, não com maconha. Maconha é ilegal. Ok, talvez não na Califórnia, mas ainda era ilegal para mim, já que eu tinha só dezessete anos. Para Harry também.

"Não." Eu disse e ele arqueou uma sobrancelha.

"Sabia. Você é chata demais para isso." Ele revirou os olhos, dando ele mesmo uma tragada enquanto eu franzia a testa. Eu não era chata! Eu simplesmente não queria experimentar drogas. Todos dizem que a maconha é a porta de entrada para as outras drogas, então... Eu não queria arriscar.

Mas, ao mesmo tempo, senti uma enorme necessidade de provar para Harry que ele estava errado. Eu não era chata. Eu podia fumar maconha em um telhado de Belvery Hills. Eu sabia que era exatamente isso que ele queria, mas não conseguia me impedir. Ao invés de ouvir minha consciência, que dizia o quão errado aquilo era, eu peguei a droga de suas mãos e dei uma tragada longa.

SIX ➣ 1d fanficWhere stories live. Discover now