Quando Emma e Bea comem brunch.

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Apesar do meu plano original ter sido acordar umas dez da noite, acabei dormindo direto até o dia seguinte, e acordei desesperada achando que tinha perdido o horário do meu ultrassom. Não tinha, mas tive de correr para me arrumar. Bea tinha perguntado como as coisas haviam ido por mensagem, e eu disse que poderíamos ir no exame e sair para tomar um brunch após. Tanta coisa tinha acontecido naquelas 48 horas que não cabia em mensagens.

Eu desci as escadas morta de fome, e fui até a cozinha pegar algo que garantiria que eu sobreviveria até o fim do exame.

"Em", minha mãe aparece na porta da cozinha logo após eu dar uma mordida em uma banana. "Desculpa não ter ido no aeroporto. Não sabia que você chegaria mais cedo." Eu dou ombros enquanto mastigo. "Queria perguntar como foi, mas você estava dormindo - e exausta, imaginei."

Eu engulo e olho para baixo. "Ele não... ele não vai assumir o bebê. Isso é tudo que você precisa saber."

Minha mãe tenta não deixar transparecer sua raiva e sua tristeza, mas eu posso ver as emoções pintarem seus olhos.

"Por-" Seu tom é alto. Ela respira fundo e abaixa-o. "Por quê?"

"Algo sobre ele estar começando a vida dele e... enfim, é melhor assim, mãe." Eu suspiro e jogo a casca da banana no lixo antes de lavar minhas mãos. Quero falar sobre meu pai e sobre a adoção, mas são conversas longas e eu não tenho muito tempo até ter que sair de casa. "Eu tenho que ir. Bea vai comigo no exame."

Minha mãe respira fundo e assente. "Ok. Me ligue, qualquer coisa. Tem certeza que não quer que eu vá?"

Eu assinto e dou um beijo em sua bochecha antes de pegar as chaves de seu carro. Eu olho para a escada, meio que torcendo para que Harry apareça no final dela e me surpreenda com mais um de seus beijos, mas ele não está lá.

Eu me despeço e saio de casa, indo direto para Bea. Ela já está me esperando lá na frente e entra no carro rapidamente, me forçando a começar a contar sobre minha visita à Nova York imediatamente.

Eu conto-a sobre Zayn, e ela murmura um apelido carinhoso para ele, tendo a mesma reação que Harry. Eles seriam perfeitos um para o outro se não se odiassem. Também a conto sobre a ideia da adoção, e ela parece dividida, mas não tem tempo de comentar nada porque logo chegamos na clínica.

Ainda não contei para ela sobre Harry e o seu "lembrete". Em grande parte, porque nem eu mesma sei o que pensar daquilo tudo.

"Emma Rae Miller?" Uma médica chama meu nome da porta. Eu me levanto e Bea se levanta junto.

"Pode ficar, se quiser. Não precisa ir", eu digo para Bea. Mesmo que ela não deixasse transparecer, eu sabia que estar em uma clínica de ultrassonografia não era fácil para ela.

"Não, tudo bem. Eu quero ver." Seu sorriso falha em movimentar seus olhos. Eu assinto e nós andamos juntas até a sala de exames.

"Olá. Sou Joanna e estarei fazendo seu ultrassom hoje. Qual de vocês duas é a Emma?" A médica simpática nos cumprimenta. Ela é morena e tem cabelos longos, não parece passar dos vinte e cinco anos. Seu sorriso é branco e seus olhos negros são brilhantes, encantadores, até.

"Eu", digo, dando mais um passo em sua direção. Ela sorri e assente.

"Pode se sentar ali e levantar a blusa, senhorita. Vamos fazer um ultrassom e medir a sua pressão, ok?" Ela diz e eu entro em modo automático, como sempre. Deito-me na maca e Bea vai para o meu lado. Eu levanto minha blusa, expondo meu estômago para Joanna. Eu olho para o teto e sinto-a espalhar o gel frio na minha barriga, e depois pressionar o aparelho contra a minha pele. Continuo focada no teto, pensando em como vou contar para o meu pai sobre isso. Será que ele vai rejeitar meu apelo de ir morar com ele quando souber que estou grávida? É impossível saber. Mal o conheço, se eu for parar para pensar, então não posso tentar antecipar sua reação.

SIX ➣ 1d fanficWhere stories live. Discover now