Quando Harry mostra uma música para Em.

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esse capítulo tem algumas músicas e eu recomendo ouvi-las quando elas aparecerem. ajuda na ambientação :)

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“Senhorita Miller? Senhorita? Você está me ouvindo?” Uma voz irritante soa em meio ao meu sono. Eu franzo a testa, fazendo força para abrir meus olhos. Quando o faço, automaticamente vejo uma sala branca e iluminada. A voz irritante vem da enfermeira da escola, e tudo que aconteceu volta para mim em uma enxurrada. Meu pai. “Olá, senhorita Miller. Como você está se sentindo?”

“Bem”, eu murmurei, coçando meus olhos.

“Você desmaiou, mas só por alguns minutos.” Ela explica e eu me sento na cama improvisada da enfermaria. Meus olhos pairam na figura logo à minha frente. Sentado em uma cadeira de ferro, está o meu pai, e seu olhar só pode ser descrito como ‘por favor, tenha pena de mim’. A enfermeira percebe o clima tenso e limpa sua garganta. “Vou dar um momento para vocês. Qualquer coisa, estarei logo ali fora.”

Com isso, ela sai da sala, mas a porta não fica fechada por muito tempo, porque Harry logo entra furiosamente por ela e quase corre até mim.

“Você está bem? Você desmaiou? Cacete, você tá bem?” Harry pergunta, segurando em meus ombros e eu assinto lentamente, descendo da cama. Como as notícias viajam rápido nessa escola.

“Tô bem”, eu digo e ele relaxa um pouco. Ele assente e diverge seu olhar para o meu pai, franzindo a testa.

“Quem é esse?” Harry pergunta.

Meu pai limpa a garganta. “Sou Jack, o—”

“Seu pai”, Harry completa, e meu pai engole em seco. A expressão de Harry se intensifica e ele olha para mim. “Quer que eu o tire daqui?”

“Não, não”, eu balanço a cabeça. “Preciso lidar com isso sozinha. E você tem aula.”

Harry assente, mordendo o lábio e me olhando brevemente, escaneando meu rosto, procurando por sei lá o que. Ele solta meus braços e se vira para a porta. Harry já está abrindo-a quando eu lembro que preciso fazer algo.

“Harry, espera”, eu o chamo e ele se vira, sobrancelhas arqueadas. Eu dou uma mini corrida até ele e o encaro por meio segundo antes de segurar seu rosto com minhas duas mãos e puxá-lo para baixo, seus lábios indo de encontro com os meus. Ele parece surpreso e chocado com a minha ação, mas logo corresponde, seus lábios se moldando contra os meus. Eu separo nosso beijo, mas mantenho meu rosto próximo ao dele. “Eu também te amo pra caralho”, eu sussurro, e ele dá provavelmente o maior sorriso que eu já vi Harry dar.

“Ok”, ele diz e eu dou uma risada, empurrando ele para fora da sala. Ele dá um último sorriso antes de desaparecer no corredor. Eu respiro fundo, fechando os olhos por alguns segundos antes de me virar para o meu pai.

“Emma—” Ele começa, mas eu o interrompo.

“O que você quer?” Eu pergunto, seca, e ele engole em seco.

“Eu... Eu queria ver você e—”

“Quase cinco anos, pai. Fazem quase cinco anos que não nos falamos, e a única confirmação de que você ainda estava vivo são os cheques que você manda no meu aniversário. Por que você quis me ver agora?” Eu perguntei, tentando permanecer firme.

“Porque... Eu não sabia que vocês tinham se mudado para a Califórnia, mas aí eu vi no seu Facebook e... Eu moro relativamente perto, moro em—”

“Wyoming.” Eu completo e ele assente em silêncio. “Era você no telefone, então. Por que desligou?”

“Eu... Eu não tive coragem.” Ele diz e eu passo a mão pelo meu cabelo, olhado para baixo. “Achei que você me odiasse.”

SIX ➣ 1d fanficWhere stories live. Discover now