O segredo de Bełżec

5º

Na manhã seguinte por volta das 09:30 como combinado, Sebastian encontrava-se já à frente do hotel para me levar novamente para a sua casa, desta vez estava mais animado e diferente, aproximei-me do BMW preto entrando no mesmo e mal coloquei o cinto este arrancou dizendo que precisava de passar no supermercado para comprar umas coisas simples e assim foi, andava perdida no supermercado seguindo Sebastian que sabia de cor onde estava tudo o que precisava e quando por fim tinha o que precisava foi pagar e seguiu para o carro onde fez o caminho para sua casa, no mesmo o som do rádio dava baixo e Sebastian cantava baixo ao ritmo da música e só parou quando reparou que o estava a observar e comecei-me a rir voltando a observar a vista através da janela. Por fim começo a conhecer aquelas ruas parando mesmo à frente da casa do seu avô, saímos os dois e segui para a porta esperando que Sebastian abrisse a mesma até que o fez, tirei o casaco colocando-o no cabide juntamente com a carteira onde se encontrava o diário que tinha lido na noite anterior seguindo Sebastian até a cozinha onde este foi arrumando algumas coisas e fazendo algo para comer.

-O meu avô ainda deve de estar a dormir, como o resto do pessoal mas não tarda eles devem de acordar. Enquanto isso acho que podíamos nos conhecer melhor...- disse entregando-me uma chávena de café e fiquei a olhar para a mesma.- Não gostas de café?

-Não é isso, muito pelo contrário, eu adoro café apenas estava a pensar...O que aconteceu durante a noite? Onde está o homem que ontem estava desconfiado com a minha presença? Ele está bem?

-Ele... refletiu durante a noite e apercebeu-se que avô gostava muito de ti e então que se te conhecesse também poderia vir a gostar. Podes passar-me os cereais?- disse apontando para a caixa atrás de mim e fui buscar a mesma entregando-lhe.- Conta-me mais sobre ti.- acabou por dizer quando pousou os cereais por fim na mesa aproximando-se de mim ficando assim frente a frente acabando por pegar na minha mão e me levar até à mesa onde nos sentamos.

-O que queres saber? Não tenho muito para contar. Sou de Nova Iorque, nasci em Brooklyn e moro em Queens, trabalho no jornal de Nova Iorque e estudei jornalismo na faculdade de Washington....Ah! E tenho um cão chamado Bucky que está com a minha mãe nestes dias. Como disse não tenho muito para contar e tu? Conta-me sobre ti.- disse levando a chávena à boca bebendo um pouco do café.

-Eu não nasci aqui na Polónia, nasci em Londres mas vim morar para a Polónia aos 5 anos e tenho agora 26, trabalho como contabilista no centro de Varsóvia e estudei também em Varsóvia...Como é Nova Iorque? Estava a pensar ir lá passar o Ano Novo...

-Nova Iorque é uma cidade magnífica mas não posso dizer muito, eu sou de lá... Eu adoro Nova Iorque e nesta altura é complicado andar por lá mas a passagem de ano é incrível, especialmente na Times Square e se estiveres bem acompanhado...

-Já estás aqui Sebastian? Quem é?

-Chama-se Madison, vive em Nova Iorque. Ela veio falar com o avô.

-Olá, sou a Mary Brauer e sou a mãe do Sebastian. Prazer em conhecer-te Madison. O meu pai deve de estar quase a levantar-se mas posso saber o porquê de querer falar com ele?

-Ontem a Madison esteve cá durante a manhã devido a uma carta.... O avô quis que ela aqui viesse hoje novamente para falar mais sobre o assunto da carta. Tens ali o café pronto mãe. Vamos para a sala?

Sebastian levantou-se e seguiu até à sala onde no dia anterior tinha estado, desta vez a lareira estava apagada tornando o local mais frio o que me fez abraçar-me ao meu corpo, vejo que Sebastian reparou indo logo acender a mesma e sentei-me no tapete à frente desta tentando aquecer-me, Sebastian encontrava-se ao meu lado e ali ficamos por algum tempo no silêncio da sala até que ouvi o som do que parecia ser uma bengala ecoar no chão e olho para a porta vendo Mr. Brauer entrar e vou apenas cumprimenta-lo ajudando-o a sentar-se na sua cadeira e indo buscar o diário à carteira voltando à sala e a sentar-me no chão mas desta vez virada para o senhor que me encarava aquecendo as costas, reparei que Sebastian também se manteve ali mas no sentido oposto ao meu, olhava para o diário nas minhas mãos voltando a encarar Mr. Brauer que olhava para mim com um simples sorriso.