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No dia seguinte acordei com uma estranha dor de cabeça, levantei-me olhando para as horas vendo serem 07:25 e acabei por seguir caminho até fora do quarto, entrei na casa de banho começando a preparar-me demorando mais tempo que o costume, mantive-me debaixo da água que caia relembrando-me da noite anterior até que por fim saí indo vestir-me para o trabalho, o meu olhar encontrava-se vermelho e com olheiras por ter chorado na noite anterior mas isso iria acabar por passar, segui caminho para a cozinha mas parei na sala quando ouvi alguém no sofá, aproximei-me do mesmo vendo Sebastian a dormir e contornei o sofá ajoelhando-me à sua frente ficando a observá-lo por breves segundos seguindo logo depois para a cozinha preparando algo para comer e para Bucky comer antes de o levar a passear, assim que o fiz peguei nas minhas coisas saindo de casa, sabia que se ele me visse em casa começaria com perguntas às quais não queria responder, apanhei o metro e assim que entrei no mesmo decidi ler o diário da minha avó para me distrair que agora andava sempre comigo, era uma maneira de a ter mais perto de mim.

"29 de dezembro de 1939

Os dias iam passando e nós estávamos aqui presos, naquilo a que eles chamavam de gheto, mantinha-me junto da minha mãe sem notícias de Mary e do meu pai, eu sentia falta deles. Também não conseguia comer muito menos dormir com o som das armas, a guerra é o pior sítio onde um homem pode viver.
A minha mãe, todos os dias desde que cá chegamos, tenta encontrar a minha irmã mas sempre sem sucesso, nós não sabemos o que lhe aconteceu, nem sabemos o que irá nos acontecer, eu tenho medo..."

Após bastante tempo no metro cheguei por fim à baixa, saí do Subway fazendo o típico caminho até a redação, assim que me vi no edifício segui para o meu piso não querendo apanhar nem Bat nem Steve para me interrogarem, assim que me vi no escritório sentei-me ficando a olhar pela janela até ouvir o meu telemóvel tocar mas não o atendi.

Quando eu acabei com Tyler passei 1 mês longe de tudo, nem Louise me podia ver, queria estar sozinha, apenas a minha avó conseguia estar comigo, eu não comia quase nada, tinha medo de andar na rua e de que ele voltasse e com o seu regresso  tinha medo que tudo voltasse a repetir-se. E agora com o seu aparecimento esse medo voltou, passado 8 anos, eu voltei a estar com medo de andar na rua, com medo de tudo.

-Bom dia Madison, como foram as férias?

-Normais e as tuas?

-Foram ótimas! Damian levou-me ao Brasil para passarmos lá uns dias. Foi incrível, tens de ir um dia ao Rio.

-Vou pensar nisso...

-Está tudo bem? Pareces estranha...

-Estou doente, nada demais, ontem fui sair e bebi um pouco demais...

-Mas aguentas estar aqui no trabalho?- Julie perguntou e acabei por assentir.- Ainda bem, porque temos muito que tratar.

-O quê?

-Acidente em Bronx...

-O que é preciso fazer?

-Ir ao local...

-Desculpa, eu tenho andando tão a leste que me esqueço das minhas prioridades e das minhas tarefas...

-Não faz mal Madison, nem sempre estou concentrada nas minhas coisas também... mas vamos trabalhar que não nos pagam para estar na conversa.

-Conduzes tu ou vamos de metro?

O segredo de BełżecOnde histórias criam vida. Descubra agora