Após ser inseminada artificialmente por engano, Mariana descobre que o artilheiro do time rival, e que por sinal ela não vai nenhum pouco com a cara, é o dono do esperma que foi inserido nela. No auge da sua carreira de Estilista, tudo o que Mariana...
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Encarei a parede cheia de revistas da minha sala e fiz uma careta ao olhar meu almoço em cima da minha mesa. A comida ainda estava intocável.
Me encostei na cadeira girando a mesma e me arrependi no segundo seguinte. Lá estava o embrulho no estômago de novo.
ㅡ Mari, onde tá aquela tesou... Você ainda não terminou de almoçar?
Gabi entrou na minha sala com uma fita métrica enrolada no pescoço e começou a revirar minhas coisas.
ㅡ Tô meio enjoada. E qual tesoura?
ㅡ Enjoada de novo? ㅡ questionou enquanto mexia nas minhas coisas em busca da tesoura. ㅡ Aquela preta de ponta.
ㅡ É, de novo. ㅡ revirei os olhos. ㅡ Não vi a tesoura. Já procurou na sala de vocês?
ㅡ Você precisa ir ao médico e sim, já procurei na nossa sala mas não acho em lugar nenhum. ㅡ ela disse por fim, parando em frente a minha mesa e pegando uma batata da minha comida. ㅡ Quando foi sua última refeição?
ㅡ Você tem que ser mais organizadas, já é a terceira vez que você vem aqui procurar algo. A minha última refeição foi ontem e... A gente pode parar de misturar os assuntos?
ㅡ Por favor. ㅡ ela se sentou na minha frente. ㅡ Ontem? Você precisa comer alguma coisa, Mari.
ㅡ Não consigo. Só de pensar em comida o meu estômago dói.
ㅡ Eu já disse pra você ir ao médico, isso não é normal.
Eu suspirei, afinal, eu sabia que isso não era normal já que ia fazer um mês que eu estava doente. Quando eu comia algo era porque eu me forçava mas logo em seguida, na maioria das vezes, eu botava tudo pra fora. A minha garganta já doía do tanto de vezes que eu havia vomitado durante essas semanas.
ㅡ Eu vou. Deve ser algum problema de estômago.
ㅡ Você deve precisar fazer uma endoscopia. ㅡ ela disse pensativa e logo fez uma careta. ㅡ Boa sorte com isso, eu vou trabalhar. E vê se come essa comida.
Gabriela era a minha aprendiz em modelagem e era bem divertido trabalhar com ela. Desde o início ela sempre me deu o maior apoio e quando eu ainda fazia peças na mesinha do meu quarto, ela vestia e posava para as fotos na maior boa vontade. Como eu ainda não tinha quase nenhum lucro, pagava ela com alguma peça que ela tinha gostado.
Quando eu decidi abrir o meu Ateliê, tudo o que eu tinha era coragem e a Gabi como minha primeira empregada. Realmente era como ela sempre dizia: cheguei aqui quando tudo era só mato.
Com o tempo eu fui conseguindo crescer e chamar mais gente pra participar disso tudo, incluindo a Melissa, que foi minha parceira na faculdade e hoje era uma das principais costureiras da minha equipe. Ela também era fundamental pra fazer tudo acontecer.
