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Cheguei em casa puto

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Cheguei em casa puto.

Ainda estávamos na mesma e o time estava sendo cada vez mais cobrado e vaiado a cada fim de jogo, seja ganhando ou perdendo.
Sem contar no clima dos bastidores que estava péssimo. Uma coisa acabava refletindo na outra e consequentemente a energia de todo mundo estava ruim.

A torcida estava fechada com o Paulo e jogava tudo dentro do nosso cu. Pra terem noção, agora a gente era obrigado a forçar uma relação que não tínhamos com o técnico só por conta de um gol que não foi comemorado com ele.

Claro que não foi comemorado com ele, não foi mérito dele.

Vai se fuder, eu tava puto. E aquele ditado fazia cada vez mais sentido: Não dava pra ganhar todas, mas perder todas aparentemente dava sim.

Não tava jogando na minha posição, logo não conseguia nem chegar na área direito. A gente ganhava um jogo e perdia três, chegamos a ficar em décimo sétimo lugar na tabela, e embora eu tenha certeza que vamos nos recuperar, sabia que desse jeito não ia rolar. Ia ser daí pra pior.

Só tinha um jeito das coisas melhorarem.

Deixei a minha mala no canto do quarto e me joguei na cama, fechando os olhos e respirando fundo.

Péssima idéia.

O cheiro da Mariana invadiu as minhas vias nasais na mesma hora e a pequena chance de relaxar acabou de se esvair.

Já tinha alguns dias que ela havia voltando pra casa e consequentemente alguns dias que não nos víamos nem falávamos direito. Outra coisa era que, por conta dessa porcaria de último jogo em que por sinal empatamos, perdi a consulta do quinto mês do meu neném por não estar no Rio.

Mariana havia me mandado tudo e contado cada detalhe de como havia sido, disse também que foi com a família, e cara, como eu queria ter ido! Aposto que o pai dela iria ter adorado a minha presença lá.

Sim, eu já sabia que ele me odiava e que quando me conhecesse ia odiar mais. Mas sabia também que do mesmo jeito que tô ganhando aos poucos a filha, posso fazer o mesmo com o pai.

Fonte das duas afirmações acima? Não é preciso, eu sei.

Mesmo com ela me contando e mandando tudo, não fiquei satisfeito. Não era a mesma coisa. Principalmente porque tinha dado pra ver o sexo. E eu perdi isso.

Tudo bem que ninguém além da minha irmã e da irmã dela sabiam o sexo, mas mesmo assim. Eu queria ter ido. Queria mesmo.

Me remexi na cama e o cheiro dela subiu de novo. Porra, eu já tinha trocado esses lençóis várias e várias vezes, o que mais tenho que fazer pro cheiro dela sumir?

O pior é que eu nem queria que sumisse, tanto que fazia questão de dormir com o travesseiro que ela usava quando estava aqui.

Sentia falta dela aqui, a casa tava bem vazia. Até o Pitter tava meio amuado já que não tinha mais quem o esmagasse diariamente.

Pregnant | GabigolWhere stories live. Discover now