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ㅡ Eu tive uma idéia!

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ㅡ Eu tive uma idéia!

Parece que foi o destino.

Todas as ultrassons desde o primeiro mês estavam no carro então o meu único trabalho foi o de descer aquelas escadas da janela dela e subir de novo. Eu estava começando a odiar tudo isso e cada vez mais ficava tentado a entrar na casa dela pela porta da frente. Mesmo que isso significasse ter que conhecer o pai dela.

Quando voltei para o quarto ela ainda estava na mesma, encolhida na cama. Encostar nela de forma errada seria capaz de a desmontar ali. Por isso eu precisava sempre tomar todo cuidado do mundo com qualquer gesto ou palavra que fosse sair da minha boca.

Apesar dos pesares, eu e Mariana estávamos criando uma amizade muito foda. Ficava feliz quando ela se sentia a vontade comigo pra desabafar, assim como eu me sentia com ela, mas me machucava bastante ver ela nesse estado. Sensível e vulnerável. Porque mano, essa não foi a Mariana que eu conheci.

Mas ao mesmo tempo eu sabia que essa era a Mariana. Não a Marruá. Essa era a Mariana de verdade, a que tinha traumas, inseguranças e muitos medos. A que precisava de colo, paciência e compreensão.

Ela não deixava de ser uma mulher forte por se mostrar frágil, mas toda vez que eu a via assim, doía pra caralho. Talvez por já estar acostumado com o jeitão dela.

Vê-la assim, me deixava com vontade de montar cada pedacinho dela de novo e fazê-la entender que ela não era aquilo que a mente dela criava pra ela.

Pra ser sincero, não sei em que exato momento a nossa "relação" passou pra esse ponto, mas hoje em dia eu sentia que precisava cuidar dela, não só porque ela tinha um filho meu na barriga, mas porque eu sabia que ela precisava de cuidado.

Ela precisava de alguém pra dizer pra ela que ela não era uma má pessoa só por não querer ser mãe ou que tinha vindo com defeito por isso.

E eu não dizia isso só pra deixá-la melhor, não dizia da boca pra fora, eu dizia porque era verdade. Eu sabia que ela era capaz de ser uma boa mãe se esse fosse o seu desejo. O fato de ela se importar e se preocupar em estar machucando ou não o bebê mostrava isso.

O problema era que todo o medo dela a enfiava numa bolha que não a deixava ver possibilidades diferentes das que ela mentalizou durante toda a sua vida. E eu entendia isso.

Entendia, estava disposto a ajudá-la a sair dessa bolha e ia começar a fazer isso agora.

ㅡ Pra quê isso? ㅡ olhou confusa para todas as pastas e papéis em minhas mãos.

ㅡ Lembra que o processo de construir relações é lento e que o primeiro passo pra isso é conhecer a pessoa? Vamos fazer isso.

Ela pareceu ficar mais confusa do que antes e eu voltei a me sentar na cama com as pernas cruzadas. Espalhei as pastas pela cama e peguei a da primeira ultrassom.

Pregnant | GabigolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora