Após ser inseminada artificialmente por engano, Mariana descobre que o artilheiro do time rival, e que por sinal ela não vai nenhum pouco com a cara, é o dono do esperma que foi inserido nela. No auge da sua carreira de Estilista, tudo o que Mariana...
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ㅡ Mari? ㅡ ouvi ele me chamar e parei de passar o algodão no rosto vendo ele sair do banheiro enquanto colocava a pasta de dente na escova. ㅡ Lembra do que a Bárbara disse na última consulta? Sobre talvez o bebê já poder ouvir.
Balancei a cabeça concordando.
ㅡ Eu posso tentar hoje? ㅡ jogou a cabeça pro lado com um sorriso de uma criança pedindo algo pra mãe.
Eu ri fraco pelo nariz. Até que demorou.
ㅡ Pode.
Ele abriu um sorrisão e levou a escova até a boca, fazendo um coração com as mãos pra mim em seguida. Revirei os olhos e assim que acabei de tirar toda a minha maquiagem, voltei a deitar.
Esse seria o primeiro contato direto dele com o bebê e após a minha confirmação, juro que pude ver os olhos dele brilharem.
Depois daquela conversa que nós tivemos, confesso que eu fiquei curiosa pra saber como era a sensação disso. O que ele sentia com a paternidade, sabe? Ele ficava tão feliz com essas mínimas coisas e com os dias de consulta que isso me fez pensar em como era sentir isso tudo. Sei que nunca vou ser capaz de descobrir mas era bom ver ele assim. Me trazia algo bom.
ㅡ Tô preparado! ㅡ se jogou na cama, ficando na altura da minha barriga e as mãos apoiadas segurando o rosto.
Parecia uma criança esperando pra ganhar um doce de São Cosme Damião.
ㅡ Eu já posso? ㅡ balancei a cabeça concordando e soltei uma risada.
ㅡ Não é como se você tivesse prestes a fazer a prova do enem, Barbosa. Você parece estar nervoso.
ㅡ Eu não sei muito o que fazer. ㅡ coçou a barba.
ㅡ Imagina eu. ㅡ murmurei.
Ele limpou a garganta e levou as mãos até o tecido fino do meu pijama.
ㅡ Posso? ㅡ pediu pra levantar o tecido e eu assenti. ㅡ Tá. É... oi?
Segurei o riso na garganta e prensei os lábios.
ㅡ A doutora que mostra você pra gente disse que talvez você já possa ouvir então se você estiver me ouvindo... ㅡ ele se interrompeu e olhou pra mim, falando baixo dessa vez. ㅡ Acha que tá muito formal?
ㅡ Sim. Você nem tá fazendo voz de falar com criança. Melhora isso.
Ele estalou a língua ao notar que eu estava o sacaneando.
ㅡ O meu nome é Gabriel, mas pra você vai ser papai. E eu sei que você não vai sair daí já falando papai mas é bom começar a ensinar desde cedo né?
Ah cara... assim não ia dar.
ㅡ A gente deve se conhecer pessoalmente daqui mais ou menos cinco meses, mas enquanto isso, vamos criar laços mesmo assim. Você daí e eu daqui. É bastante coisa mas passa rapidinho. Até lá, você deve crescer e ficar sei lá, do tamanho de uma melancia!?
