Após ser inseminada artificialmente por engano, Mariana descobre que o artilheiro do time rival, e que por sinal ela não vai nenhum pouco com a cara, é o dono do esperma que foi inserido nela. No auge da sua carreira de Estilista, tudo o que Mariana...
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ㅡ Eu já tô até vendo o estresse.
Aquele banco do carro dele estava começando a ficar um pouco desconfortável e eu precisava esticar as minhas pernas que estavam inchadas. Não via a hora de chegar logo na consulta para fazer isso.
ㅡ Ela chorando querendo tudo e eu dizendo: não Ísis, as coisas não são assim, no meu tempo eu levava meus cadernos pra escola no saco de arroz porque não tinha mochila. Você não vai ter tudo o que quer.
O jogador solta uma gargalhada ao meu lado, enquanto freia pra paramos no sinal.
ㅡ Ela vai ter sim, eu vou comprar tudo o que ela quiser. Todas as bonecas, todos os brinquedos, todas as comidas. ㅡ ele conta coisa por coisa na mão. ㅡ E que coisa é essa de levar os cadernos no saco de arroz? ㅡ solta uma risada que eu acompanho. ㅡ Para de ser otária.
ㅡ Todo pai e mãe fala isso, você deveria falar também. ㅡ aponto pra ele mas logo em seguida viro pra janela querendo rir. ㅡ Ah não, esqueci que você não ia pra escola. "Acabo, infelizmente empatemos"
Sinto um tapa na minha perna, seguido da gargalhada dele preenchendo o carro.
ㅡ Eu ia pra escola sim, sua idiota. Me formei e tudo.
ㅡ Aaaah, com o Santos molhando a mão do diretor até eu. ㅡ brinco e ele me mostra o dedo. ㅡ Mas agora falando sério, você não pode dar tudo o que ela quiser Gabriel. Vai deixar a garota mimada.
ㅡ E...? ㅡ pergunta, como se não soubesse qual o problema disso.
ㅡ E que criança mimada é uma das sete pragas do egito.
Ele estala a língua e liga a seta do carro para pegarmos a pista.
ㅡ Não acho que dar tudo o que ela pedir, em relação à brinquedos e comida, faça ela ser uma criança mimada que não aceita ouvir um não. ㅡ ele começa. ㅡ Só quero que ela tenha a chance de ter tudo o que eu e você não tivemos quando éramos crianças por nossos pais não terem condições de nos dar. Quero que, quando ela vier me pedir algo, eu possa comprar e ver um sorriso feliz no rosto dela. O mesmo sorriso que eu e você dávamos quando ganhávamos presentes apenas em datas comemorativas.
Não consigo não sorrir e sentir meu coração esquentar com isso.
ㅡ Tá, você tá certo.
Ele abre um sorriso satisfeito porque fala sério, é o Gabriel, o senhor dono da razão, e eu acho que essa frase desperta um tesão absurdo nele.
ㅡ O que você tem? Tá com dor de novo? ㅡ pergunta após eu me remexer no banco.
Balanço a cabeça em negação.
ㅡ Só quero esticar os pães de queijo que eu chamo de pés. ㅡ olho para eles dentro do chinelo que eu uso e ouço sua risada fraca.
ㅡ Pode colocar o banco pra trás se quiser. Assim você fica com mais espaço.
